12/11/2020

Funcionários exigem melhorias na proposta do acordo de teletrabalho do Banco do Brasil



A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e o Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, por meio da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), reivindicam melhorias na proposta apresentada pelo banco em reunião de negociações ocorrida na tarde de quarta-feira (11).

“O banco precisa avançar em sua proposta, principalmente com relação ao início do pagamento da ajuda de custo para quem está em home office. Não temos como aceitar que seja somente a partir de julho de 2021. Queremos que o banco reavalie e comece a pagar a partir de janeiro”, afirmou a representante da Contraf-CUT na mesa de negociações com o BB, Fernanda Lopes.

A dirigente da Contraf-CUT ressaltou, porém, que, pelo acordo proposto pelo banco, as pessoas que estão em home office por causa da pandemia não necessariamente serão as mesmas que serão designadas para o teletrabalho pós-pandemia. O banco fará a seleção do pessoal de acordo com a área e sua necessidade.

Pela proposta apresentada pelo banco, a ajuda de custo será oferecida somente para quem cumpre mais de 50% de sua jornada em teletrabalho. Cada funcionário nesta situação receberá R$ 80,00/mês.

Equipamentos

A representação dos funcionários reivindicou e o banco aceitou fornecer computadores, cadeiras e equipamentos para quem está trabalhando em casa. “Como se trata de um banco público, entendemos a necessidade de se realizar um processo de licitação para a aquisição dos equipamentos e, por isso, entendemos que o banco só garanta o fornecimento a partir do segundo semestre de 2021”, disse Fernanda. “Mas, é bom ressaltar, porém, que desde março tem gente trabalhando em casa e o banco não forneceu nenhum equipamento para que o trabalho fosse realizado”, completou, ao lembrar que isso aconteceu por se tratar de uma situação emergencial que teve como objetivo a manutenção da saúde e da vida dos funcionários e clientes.

É válido ressaltar que o acordo em negociação é um novo acordo, que não será válido apenas para o período da pandemia e, por isso, precisa ser negociado com cuidado e atenção.

Outras reivindicações

Outra reivindicação apresentada ao banco é para que não haja aumento da cobrança pelo cumprimento de metas para os funcionários que estão em teletrabalho. “Não existe razão para o aumento das cobranças. As metas existem, mas não devem ser abusivas. Nem as metas, nem as cobranças pelo seu cumprimento”, concluiu a dirigente da Contraf-CUT.

Cursos para gestores sobre teletrabalho e relações com os funcionários, regulamentação e acompanhamento da jornada e direito de desconexão são outros pontos que estão em negociação.

"Sabemos que uma das vantagens do home office para o banco é justamente a transferência de custos para o trabalhador. Além disso, há ainda a dificuldade de controle de jornada e a cobrança por metas que podem elevar o adoecimento da categoria. É um tema complexo e novo e nós precisamos regulamentá-lo no Banco do Brasil, uma vez que a legislação trabalhista brasileira não oferece qualquer tipo de resguardo ao trabalhador. O banco precisa assegurar os direitos e as condições de trabalho adequadas. O Sindicato permanece acompanhando as negociações e atento para que a modalidade de trabalho a distância não venha prejudicar a saúde e o bolso dos trabalhadores e nem significar a perda de direitos", acrescentou o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Carlos Vicentim.

As negociações sobre as reivindicações dos funcionários continuam na semana que vem.
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

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