10/06/2020

Rubem Novaes volta a defender privatização do BB e atacar o funcionalismo público


O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 
O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, voltou a atacar a instituição pública a qual foi designado para comandar, nesta segunda-feira 8.  Na Comissão Mista de Acompanhamento das Medidas de Combate à Covid-19, quando perguntado pelo deputado Mauro Benevides se o Banco do Brasil está tão bem, por que privatizar, Rubem Novaes usou como justificativa as mudanças que o Banco Central está propondo para o setor bancário no ano que vem e alegou travas do setor público.  

“A porta de entrada do Banco do Brasil é o concurso para escriturário (...) Essas transformações todas que serão necessárias não poderão ser feitas, ou serão feitas de maneira pouco adequadas, se nós continuarmos presos às amarras do setor público. É pensando no benefício do banco que eu falo em privatização”, disse Novaes. (veja o vídeo no final do texto). 

Mais uma vez Novaes ataca o funcionalismo do Banco do Brasil. O índice de inadimplência na instituição pública é um dos menores do mercado, levando a um provisionamento de débitos duvidosos muito mais baixo que os recorrentes dos bancos privados. É um cenário que traz eficiência e solidez, como o próprio presidente diz no vídeo. Isso demonstra capacidade de gerenciamento do profissionalismo que existe no Banco do Brasil.

 Para o movimento sindical, atacar os funcionários é um forma de depreciar a imagem do banco frente à sociedade, a fim de tentar fortalecer a narrativa de que a empresa com mais de 200 anos de existência precisa ser privatizada.  

Neste momento de pandemia, o banco deveria estar sendo muito mais atuante e não tímido ou travado, como o presidente do BB está colocando", acrescenta o dirigente.

O próprio Novaes, a mando do ministro da Economia, Paulo Guedes, está gerando esta situação, ao travar os mecanismos de concessão de crédito para micro e pequenas empresas. 

Frente ao discurso privatista da direção do BB, é válido destacar a atuação do Banco do Brasil no agronegócio e na agricultura familiar, áreas para as quais os bancos privados não disponibilizam tanto crédito quanto instituições públicas como BB e o Banco do Nordeste, pois os privados exigem retorno rápido a taxas muito altas, algo que o setor agropecuário não tem condições de oferecer. 

O presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Roberto Carlos Vicentim, explica que o exemplo do Brasil é emblemático quando se trata de debater a importância dos bancos públicos para as economias das nações. Nos último anos, principalmente, o BB cumpriu o papel social que todos os bancos devem ter, fundamental no financiamento de obras de infraestrutura para o crescimento do país, incentivos para setores produtivos e também no combate à desigualdade. 

“Os bancos públicos são fundamentais para o desenvolvimento sustentável e o combate à desigualdade no Brasil. O Sindicato defende que o Banco do Brasil siga público e desempenhe sua função social. Sempre com respeito aos direitos e conquistas dos trabalhadores, que fazem dele uma instituição de tamanha importância para o país”, ressalta.

As declarações do presidente do banco só reforçam a ideologia neoliberal de ataque às empresas públicas. Uma ideologia cada vez mais desacreditada no mundo, desde a crise financeira mundial de 2007 e 2008, quando o setor financeiro privado mostrou sua incapacidade de reerguer a economia mesmo tendo sido o responsável pela eclosão daquela recessão cujos efeitos persistem até hoje.

"A defesa do Banco do Brasil e da sua função social e a defesa dos direitos dos funcionários são pautas indissociáveis. Diante de um governo extremamente privatista, temos que estar todos unidos e mobilizados para defender nossos empregos, direitos e a manutenção do BB como instituição fundamental para o desenvolvimento do país ”, reforça Vicentim.

 
Fonte: Seeb SP, com edição de Seeb Catanduva

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