03/10/2019
Sindicato promove debate sobre a CASSI e reforça a mobilização em defesa do plano

O Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região realizou, na noite de quarta-feira (2), uma Plenária com associados para debater o custeio e a sustentabilidade da Caixa de Assistência dos Funcionários do BB, a Cassi.
O evento realizado no auditório da entidade ocorreu em parceria com os sindicatos de Barretos e Araraquara, e contou com a participação do coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, João Fukunaga, e do dirigente sindical da Fetec-CUT/SP e membro efetivo da COE, Getúlio Maciel e do também dirigente da Fetec-CUT/SP, Antônio Netto.
O encontro esclareceu dúvidas dos trabalhadores e reforçou a mobilização em defesa da Caixa de Assistência. Todos os presentes puderam questionar pontos críticos da proposta de alteração estatutária do banco juntamente aos desafios colocados no setor da saúde suplementar, aliado ao iminente processo de privatizações das empresas púbicas pretendido pelo governo.

Fukunaga, por meio de videoconferência, explicou aos funcionários sobre o déficit estrutural apresentado pelo Plano de Associados da Cassi e a pressão realizada pelo banco sobre a categoria para alterar o Estatuto, com mudanças prejudiciais aos associados.
O coordenador da COE esclareceu que, em contrapartida, as entidades representativas têm solicitado mais prazo para que se possa construir uma proposta de consenso, que preserve a sustentabilidade da Cassi e, consequentemente, a manutenção da assistência de saúde às bancárias e bancários.
Recentemente, a Cassi soltou uma nota defendendo a posição do banco, que diz que vai disponibilizar apenas 4,5% dos salários, ou benefícios dos associados para custear o plano de saúde. “Essa é uma postura que vai contra os próprios interesses da Cassi. Queremos que a Cassi se junte aos associados e cobrem do banco a reabertura das negociações,” destacou Fukunaga.
No momento, a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil está em regime de direção fiscal da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que é o início do processo de intervenção.
Em junho, o Conselho Deliberativo da Cassi aprovou novo aumento na coparticipação sobre exames e consultas. Os associados passam a ter que pagar 50% do valor de consultas, sessões de psicoterapia e acupuntura e visitas domiciliares, e 30% dos serviços de fisioterapia, RPG, fonoaudiologia e terapia ocupacional que não envolvam internação hospitalar.
Os aumentos foram condicionados, pelo Conselho Deliberativo, ao aporte de recursos pelo BB na Cassi. Como o banco não manifestou disposição de aportar os recursos, o reajuste não foi efetivado.
A Contraf-CUT solicitou esclarecimentos sobre a resposta dada pelo banco ao pedido de prorrogação do Memorando de Entendimentos, firmado em 2016 e com validade até dezembro de 2019. O memorando garante o aporte extraordinário de cerca de R$ 500 milhões por ano ao Plano Associados da Cassi, sendo 60% deste valor de responsabilidade do banco e outros 40% de responsabilidade dos associados. O banco negou a prorrogação do aporte extraordinário a partir de janeiro de 2020. Se não houver novo acordo, este valor deixa de ser recolhido.
Além de rejeitar a prorrogação do memorando, o banco ainda fez uma ameaça. Segundo a carta-resposta, os recursos previstos na proposta para sustentabilidade da Cassi (não aprovada pelos associados em maio deste ano) podem não estar mais disponíveis até o final do ano. O banco alegou ainda que eventuais negociações sobre a Cassi só serão possíveis nos parâmetros da proposta de maio.
“Há setores do movimento organizado do funcionalismo que parecem não ter entendido que quem precisa ser pressionado e combatido são o governo e a direção do banco. O governo, porque edita normas a serem cumpridas pela Cassi e outros planos de saúde de estatais, como cobrança por faixa etária, por dependente e paridade contributiva, por exemplo. E o banco, porque não aceita negociar em outros parâmetros e insiste na proposta que não foi aprovada por dois terços dos associados”, explicou o dirigente da Fetec-CUT/SP, Getúlio Maciel.
“É importante destacar também que, com relação ao Economus, a última proposta que foi levada à consulta ao corpo social previa a incorporação dos usuários do Economus para a Cassi. Criar-se-ia um grupo de trabalho para discutir em quais parâmetros seria dada essa incorporação num prazo de 30 dias após a aprovação da proposta, que não ocorreu. Portanto, o movimento sindical seguirá firme nesta bandeira histórica, ainda mais agora com os dez anos do banco Nossa Caixa, que é a Cassi para todos”, acrescentou o também dirigente da Fetec-CUT/SP, Antônio Netto.
Mobilização
O Encontro Nacional de Saúde dos funcionários do BB definiu os dias 3 e 4 de outubro como dias de mobilização em defesa da Cassi e das empresas públicas. O objetivo é unir os trabalhadores na luta contra a intransigência do Banco do Brasil, fazendo o banco colocar mais dinheiro e melhorar a proposta de solução para a situação financeira da Cassi.
Como parte dessa mobilização, o Sindicato tem realizado diversas ações. Durante todo o mês foram colhidas assinaturas em um abaixo assinado em defesa da Cassi. Nos dias 01, 02 e 03 também foram realizadas diversas reuniões nas agências do BB, lotadas na base territorial do Sindicato, para dialogar com o funcionalismo.
“O intuito dessas atividades foi esclarecer todas as dúvidas sobre os problemas enfrentados pela Caixa de Assistência, com orientações de estratégias de enfrentamento ao desmonte do plano. O momento pede união e luta contra a perda de direitos, por isso é fundamental a participação de todos”, explica o presidente do Sindicato Roberto Carlos Vicentim.
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