17/09/2019
Em mais uma mostra retrógrada, Banco do Brasil quer censurar trajes de funcionárias
(Arte: Freepik)
Entre 30 de setembro e 29 de novembro, o Banco do Brasil vai promover as provas do 25º “programa de certificação de conhecimentos” de parte de seus funcionários.
Neste ano, a direção do banco impôs uma condição retrógrada que remete ao século 19: “não será permitido o acesso de ‘short, saia curta e chinelo’”. A informação foi veiculada pelo jornalista Lauro Jardim, no jornal O Globo.
“Infelizmente censurar e constranger as mulheres tem sido rotina nessa nova gestão indicada pelo atual governo para o banco e no país. As bancárias não são propriedade de parte do banco, elas devem usar o que quiser, são donas do seu corpo e da sua história”, afirma Fernanda Lopes, dirigente sindical e representante da Contraf-CUT na Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB).
"No mercado de trabalho a busca por igualdade de oportunidade e a luta contra preconceitos, como o machismo, tem sido constantes bandeiras defendidas pelo Sindicato. É preciso fazer valer as conquistas já obtidas e pressionar por avanços, não retroagir. Essas mulheres são funcionárias que ajudam diariamente a construir a história da instituição e que merecem ser respeitadas."Essa discussão vai muito além de uma questão de vestuário. É uma questão de defender, por exemplo, o combate à censura que constrange e fazer valer a liberdade dessas trabalhadoras", acrescenta o presidente do Sindicato Roberto Carlos Vicentim.
Essa não é a primeira vez que o Banco do Brasil se vê envolto na onda conservadora que atinge o país. O atual presidente do banco, Rubem Novaes, tinha o costume de publicar em suas redes sociais conteúdo com teor machista, sexista e misógino.
Em abril deste ano, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) censurou uma campanha publicitária do banco, direcionada aos jovens, para divulgar a abertura de conta corrente por aplicativo no celular. O episódio resultou na demissão do diretor de Comunicação e Marketing do banco, Delano Valentim.
A peça publicitária era representada por atores negros, brancos e transexual, enaltecendo a diversidade racial e sexual do país. Ela foi veiculada durante menos de duas semanas antes de ser censurada pelo presidente.
O Banco deveria estar preocupado em garantir melhores condições de trabalhado para seus funcionários. É válido lembrar que o banco sempre se destacou em políticas de gêneros, inclusive com programas premiados pela ONU.
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