26/03/2019
Governo quer reduzir fatia do Banco do Brasil no crédito agrícola, diz jornal Valor Econômico
(Charge: Marcio Baraldi)
O governo Jair Bolsonaro se prepara para reduzir a participação do Banco do Brasil no crédito agrícola. Segundo o jornal Valor Econômico (leia a íntegra da matéria aqui), o intuito é diminuir o tamanho do banco público, “abrindo mais espaço para atuação de instituições financeiras privadas e para o mercado de capitais”. “Queremos fazer com o BB o que estamos fazendo com o BNDES”, disse ao periódico o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues.
Hoje, o Banco do Brasil responde por 60% do crédito agrícola. É responsável por financiar a agricultura familiar por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que responde por 70% da produção de alimento consumido pelos brasileiros, a juros módicos, que variam entre 2,5% e 5,5% ao ano.
Também ouvido pelo jornal, o presidente do BB, Rubem Novaes, que costuma fazer pouco caso da empresa, admite que o banco deve perder participação de mercado. Mas comemora, por outro lado: “A competição é sempre bem-vinda”, declarou.
O banco da agricultura familiar
A tentativa do governo Bolsonaro de reduzir o papel do banco público na agricultura é um atentado à segurança alimentar e ao Brasil. O BB responde por 60% do crédito agrícola. E a agricultura familiar responde por 70% dos alimentos que vão para as mesas dos brasileiros. Esta é uma mudança que vai afetar, inclusive, a balança comercial.
Para os funcionários do banco público significará novas reestruturações e redução das áreas dedicadas. Se o governo quer fazer mudanças, deve abrir o debate com a participação dos trabalhadores, consumidores, bancos, produtores e governo.
O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região Luiz Eduardo Campolungo explica que os bancos públicos têm tido um papel fundamental no processo de construção da soberania nacional, por meio da concessão de crédito para as áreas de habitação, agricultura familiar, educacional, entre outras. E que, ao contrário dessas instituições, bancos privados visam apenas a lucratividade e não se preocupam em promover o crescimento da economia aliado ao desenvolvimento de todo o país.
"Apenas em Catanduva, o BB tem contratado nas agências da cidade R$ 82.967.165,00 em crédito destinado à agricultura e pecuária, que representam 58,5% de todo crédito rural ofertado no município, segundo informações do Banco Central. É inegável o papel fundamental que o Estado desempenha no desenvolvimento do país. Junte-se a nós na defesa do banco público e faça sua parte nessa luta tão importante para a categoria bancária e toda a sociedade!", conclama Campolungo.
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