22/03/2019

Sérgio Rial, presidente do Santander, avisa que abrirá agências aos finais de semana



 
O presidente do Grupo Santander Brasil, Sérgio Rial, anunciou outro desrespeito aos trabalhadores do banco na última quarta-feira (20). Em vídeo enviado aos funcionários, ele disse, de forma autoritária e unilateral, que abrirá as agências durante o fim de semana para “educação financeira” da população, desrespeitando a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários, pois o trabalho bancário é de segunda a sexta.

No vídeo, ele fala ainda sobre educação financeira familiar, dizendo que usará as agências do Santander como “centros de orientação financeira”. Segundo ele, esta seria uma colaboração do banco para ajudar no crescimento do país. 

O vídeo caiu como uma bomba nos locais de trabalho do Santander.

A proposta não foi negociada com os trabalhadores, mais um desrespeito da extensa lista de ataques promovidos pela gestão brasileira do banco.

O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Luiz Eduardo Campolungo, explica que se trata de uma proposta ilegal, pois fere a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários bem como a mesa de negociação entre os trabalhadores e a Federação Nacional dos Bancos, a Fenaban, da qual o banco espanhol participa. 

"A real intenção do Santander com esta medida consiste em potencializar ainda mais seus lucros, assim como o bonus dos executisvos. O banco utiliza do discurso de que pretende auxiliar a população por meio da educação financeira, mas ignora que poderia fazer muito mais pelo Brasil reduzindo juros que corroem os ganhos dos brasileiros, população que ainda apresenta 12 milhões de desempregados e 63 milhões de endividados", critica o diretor.

Na Espanha e em outros países desenvolvidos o banco espanhol cobra da população menos de 10% de juros ao ano, enquanto que no Brasil os juros do de modalidades como cheque especial beiram os 400% ano.

A imagem dos bancos perante a sociedade brasileira não é das melhores. Instituições financeiras devem cumprir a função de atender com qualidade e rapidez a população durante a semana. E para isso, Rial e sua direção têm que gerar emprego e não desemprego, contratando mais trabalhadores para as agências bancárias a fim de diminuir a pressão e a sobrecarga de trabalho e atender melhor e, principalmente, com rapidez a população.

"É no Brasil que o banco obtém a maior parte do seu lucro mundial, e, ainda assim, segue na contramão ao demitir e precarizar as condições de trabalho para os funcionários brasileiros. Ao invés de abrir agências nos finais de semana, o Santander deveria cumprir seu papel social, garantindo o emprego dos trabalhadores e aumentando as contratações", conclui Campolungo.
 
Fonte: Seeb SP, com edição de Seeb Catanduva

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