20/03/2019
Desmonte: privatização do Banco do Brasil pode prejudicar inúmeras políticas sociais
A mais recente declaração do presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, só confirma o que desde o início de sua gestão vem sendo receio dos funcionários do Banco do Brasil: o despreparo de Novaes para assumir um banco público, como ressalta o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) Wagner Nascimento, em entrevista à Rádio Brasil Atual.
Em evento no Rio de Janeiro na última sexta-feira (15), o presidente do banco disse estar "convencido" de que é preciso privatizar a instituição. Novaes chegou a afirmar que no Banco do Brasil se sente de mãos atadas. "É como se tivesse bolas de chumbos nas pernas para competir com bancos privados", ressaltou.
"Uma declaração equivocada, de alguém que chegou agora e não conhece o banco", rebateu Nascimento contestando, por exemplo, que mesmo não sendo da natureza da instituição pública competir com outras instituições, ela é altamente rentável. "Ele (Novaes) esquece que o retorno dado pelo banco, os dividendos pagos aos acionistas e ao próprio governo, isso é revertido em ações e políticas", afirma o bancário e diretor da Contraf-CUT.
Responsável pelo financiamento de projetos de desenvolvimento, como agricultura familiar e até o agronegócio, o Banco do Brasil tem, sendo público, a responsabilidade com funções sociais, algo que poderá ser posto em xeque se for privatizado. "É um banco que não pode ser privatizado, ele tem seu papel na economia do país, não é um banco que está simplesmente concorrendo com um outro para ver quem lucra mais", defende. "A gente estará deixando uma parte da sociedade considerável que precisa desse banco, à mercê de agentes de mercado que vão cobrar muito caro para fazer isso."
Ouça a entrevista na íntegra:
Veja o recado de Novaes para os bancários do BB:
Rubem Novaes, presidente do banco público deixou claras suas intenções com os funcionários e com a instituição.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Roberto Carlos Vicentim, ressalta a importância das instituições como o BB, Caixa Econômica Federal, BNDES, fundamentais na gestão de politicas públicas de combate às desigualdades sociais, bem como para financiamento da agricultura familiar, que corresponde a 70% dos alimentos que vão para a mesa dos brasileiros.
"O que se espera da direção de uma empresa como o BB é respeito pela função pública e social que a instituição desempenha para o país e, sobretudo, respeito aos direitos dos seus mais de 90 mil funcionários", diz Vicentim.
O dirigente também alerta que o movimento sindical, como representante dos trabalhadores, permanecerá na luta contra o sucateamento dos bancos públicos e resistirá às ameaças de privatização, ao fechamento de agências e planos de demissão. "O Sindicato cumprirá o seu papel de denunciar os desmontes dos bancos públicos, mas é fundamental que os trabalhadores também estejam mobilizados para a resistência e luta. A importância de defender o BB público é a de dar condições de lutarmos por um país melhor e pela democracia. É uma questão de soberania e de respeito ao futuro do país e de seus milhões de brasileiros."
Outro motivo que levou o presidente do BB a defender a privatização do banco é porque, segundo ele, “os bancos privados têm toda liberdade de fechar uma agência ineficiente numa determinada cidade do interior. E no Banco do Brasil é uma complicação”.
Novaes ignora completamente que a função do banco público é justamente o desenvolvimento social. E o Banco do Brasil, assim como a Caixa e outras instituições na mão do Estado, estão presentes em cidades e regiões onde há pouca oferta de agências bancárias, justamente porque os bancos privados não têm interesse em atuar nestas localidades, porque trazem pouco retorno financeiro. Como ficará a vida de milhões de brasileiros que vivem em cidades remotas se não houver a existência do Banco do Brasil e outras instituições públicas?
Em evento no Rio de Janeiro na última sexta-feira (15), o presidente do banco disse estar "convencido" de que é preciso privatizar a instituição. Novaes chegou a afirmar que no Banco do Brasil se sente de mãos atadas. "É como se tivesse bolas de chumbos nas pernas para competir com bancos privados", ressaltou.
"Uma declaração equivocada, de alguém que chegou agora e não conhece o banco", rebateu Nascimento contestando, por exemplo, que mesmo não sendo da natureza da instituição pública competir com outras instituições, ela é altamente rentável. "Ele (Novaes) esquece que o retorno dado pelo banco, os dividendos pagos aos acionistas e ao próprio governo, isso é revertido em ações e políticas", afirma o bancário e diretor da Contraf-CUT.
Responsável pelo financiamento de projetos de desenvolvimento, como agricultura familiar e até o agronegócio, o Banco do Brasil tem, sendo público, a responsabilidade com funções sociais, algo que poderá ser posto em xeque se for privatizado. "É um banco que não pode ser privatizado, ele tem seu papel na economia do país, não é um banco que está simplesmente concorrendo com um outro para ver quem lucra mais", defende. "A gente estará deixando uma parte da sociedade considerável que precisa desse banco, à mercê de agentes de mercado que vão cobrar muito caro para fazer isso."
Ouça a entrevista na íntegra:
Veja o recado de Novaes para os bancários do BB:
Rubem Novaes, presidente do banco público deixou claras suas intenções com os funcionários e com a instituição.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Roberto Carlos Vicentim, ressalta a importância das instituições como o BB, Caixa Econômica Federal, BNDES, fundamentais na gestão de politicas públicas de combate às desigualdades sociais, bem como para financiamento da agricultura familiar, que corresponde a 70% dos alimentos que vão para a mesa dos brasileiros.
"O que se espera da direção de uma empresa como o BB é respeito pela função pública e social que a instituição desempenha para o país e, sobretudo, respeito aos direitos dos seus mais de 90 mil funcionários", diz Vicentim.
O dirigente também alerta que o movimento sindical, como representante dos trabalhadores, permanecerá na luta contra o sucateamento dos bancos públicos e resistirá às ameaças de privatização, ao fechamento de agências e planos de demissão. "O Sindicato cumprirá o seu papel de denunciar os desmontes dos bancos públicos, mas é fundamental que os trabalhadores também estejam mobilizados para a resistência e luta. A importância de defender o BB público é a de dar condições de lutarmos por um país melhor e pela democracia. É uma questão de soberania e de respeito ao futuro do país e de seus milhões de brasileiros."
Outro motivo que levou o presidente do BB a defender a privatização do banco é porque, segundo ele, “os bancos privados têm toda liberdade de fechar uma agência ineficiente numa determinada cidade do interior. E no Banco do Brasil é uma complicação”.
Novaes ignora completamente que a função do banco público é justamente o desenvolvimento social. E o Banco do Brasil, assim como a Caixa e outras instituições na mão do Estado, estão presentes em cidades e regiões onde há pouca oferta de agências bancárias, justamente porque os bancos privados não têm interesse em atuar nestas localidades, porque trazem pouco retorno financeiro. Como ficará a vida de milhões de brasileiros que vivem em cidades remotas se não houver a existência do Banco do Brasil e outras instituições públicas?
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