10/12/2018
Entidades sindicais entregam proposta Cassi à direção do BB, mas banco se nega a negociar
O movimento sindical esteve reunido na sede da Cassi entre os dias 12 e 20 de novembro, no Grupo de Trabalho formado a convite da Caixa de Assistência, na busca de solução para a sustentabilidade e perenidade da Cassi.
A Contraf-CUT e demais entidades representativas entregaram ao Banco do Brasil uma nova proposta para sustentabilidade da Cassi com o objetivo de restabelecer o processo de negociação entre patrocinador BB e Corpo de Associados, representados pelas Entidades da Mesa de Negociação.
A proposta preserva o princípio da solidariedade, segundo o qual os associados contribuem de forma proporcional ao salário, independentemente da idade ou condição de saúde; defende a manutenção da Cassi sob o comando dos representantes dos associados, sendo gerida de forma paritária; dentre outros pontos. Ela mantém as contribuições normais de 3% para os associados e 4,5% para o banco, não cria novas formas de contribuição por dependente ou faixa etária e mantém o modelo de governança paritária sem voto de minerva. Cria aportes e contribuições adicionais de 2019 a 2023, na proporção de 40 para os associados e 60 para o banco.
> Veja o documento da proposta aqui.
As contribuições e aportes extraordinários a vigorar até 2023 são os seguintes:
Associados ativos e aposentados – contribuição extraordinária de 2% ao mês.
Banco do Brasil – contribuição extraordinária de 3% para os ativos. Liquidação antecipada do custeio dos dependentes indiretos (R$ 450 milhões). Mantém a contribuição patronal de 4,5% para os aposentados, mas, em contrapartida, o banco ressarce os custos dos programas assistenciais (R$ 27 milhões/mês) e arca com taxa de administração de 4% incidente sobre a folha de pagamento dos ativos.
Estratégia Saúde da Família – diretoria da Cassi assume a meta de aumento anual de 10% no número de inscritos no programa.
Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, “as entidades deram um passo importante ao construir uma proposta de consenso a ser levada de maneira unificada ao BB. A solução para a Cassi é urgente, e a diretoria do BB precisa ter sensibilidade para negociar com as entidades representativas e resolver esta grave questão que aflige a todos os associados.”
Em junho, após a posse da nova diretoria eleita para a Cassi, o banco se retirou da mesa de negociação específica e informou que as discussões passariam a se dar apenas no âmbito interno da Caixa de Assistência e, desrespeitando o rito negocial, apresentou uma proposta que prevê aumento da coparticipação do associado em exames e consultas; tenta se livrar do dependente cônjuge da ativa que passa para a aposentadoria; tenta criar novas diretorias e implementar o voto de minerva a favor do banco diretamente à diretoria executiva da Cassi.
A governança da Cassi, a partir da proposta do banco, fez uma contraproposta que também retira direitos dos associados.
Por meio da recusa em aceitar debater as propostas dos representantes dos trabalhadores e tentando a todo custo impor sua vontade que retira direitos, a diretoria do banco mais uma vez reforça seu terrorismo contra os funcionários, como ela sempre praticou como administradora por meio de assédio moral institucionalizado. É válido lembrar que as entidades representativas dos trabalhadores já apresentaram duas propostas para resolver a situação financeira da Cassi, que de nada adiantarão se o banco continuar se recuando a negociar.
Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Roberto Carlos Vicentim, o BB tenta difundir a ideia de que a Cassi é deficitária para fazer valer suas propostas de retirada de direitos dos associados.
O dirigente também alerta ser fundamental que os trabalhadores estejam organizados junto ao Sindicato para barrar mais um ataque aos trabalhadores estatais.
"Os dados apontam que a Caixa de Assistência continua sendo a principal responsável pela saúde dos funcionários do BB. O Sindicato, como representante dos trabalhadores, sempre buscou igualdade de oportunidades na sociedade e no trabalho, e por isso luta pela retomada da negociação sobre a Cassi e contra a retirada de direitos da categoria. Nossa mobilização é fundamental para defender a Caixa de Assistência, resistir às ameaças que pairam sobre ela, encontrar soluções para seus problemas e garantir a sustentabilidade de nosso plano de saúde", defende Vicentim.
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