26/07/2018

Crise para quem? Banco Santander lucra 5,9 bilhões no primeiro semestre deste ano

O lucro do Santander segue nas alturas. No 1º trimestre de 2018, o banco espanhol obteve lucro líquido gerencial de R$ 5,884 bilhões, um crescimento de 27,5% em relação ao mesmo período de 2017. No trimestre, o crescimento foi de 5,8%. O lucro obtido nos seis primeiros meses do ano no Brasil representou 26% do lucro global que foi de € 3,752 bilhões (com crescimento de 4,0% em doze meses). Os dados são da análise que o Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômicos) Dieese sobre os dados do balanço apresentado pelo banco na quarta-feira (25).

Entretanto, mesmo com o resultado de saltar os olhos, o Santander cortou 847 postos de trabalho entre o início de abril e o final de junho.

O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Aparecido Augusto Marcelo, enfatiza que o banco possui condições suficientes para atender todas as reivindicações dos trabalhadores, renovar o acordo específico do Santander e também a CCT, discutidas na mesa de negociações com a Fenaban (federação dos bancos).

"É inaceitável que um banco que obtém no Brasil 26% do seu lucro mundial, que segue lucrando cada vez mais no país, permaneça cortando postos de trabalho. Estamos em plena Campanha Nacional e uma das nossas reivindicações é extamente o fim das demissões."

Para Marcelo, com a arrecadação cada vez maior devido as altas tarifas cobradas dos clientes, o Santander tem obrigação de oferecr um atendimento e serviços de qualidade. "No segundo trimestre de 2018, o banco ocupou a primeira posição no ranking de reclamações de clientes ao Banco Central. Isso se deve a uma gestão gananciosa que está disposta a tudo para ter seus lucros acrescidos, inclusive sacrificar seus próprios funcionários, com sobrecarga de trabalho, imposição de metas abusivas e tantos outros fatores que levam a categoria ao adoecimento", critica o diretor.

A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceu 12,1% em doze meses, totalizando R$ 8,4 bilhões. As despesas de pessoal mais PLR subiram 4,3%, atingindo R$ 4,6 bilhões. Com as receitas obtidas por meio de prestação de serviços e tarifas o banco consegue cobrir 183% das despesas com pessoal.

"A falta de reconhecimento da importância dos funcionários para a obtenção destes resultados é gritante. O crescimento das despesas que o banco tem com os trabalhadores representa um terço do crescimento obtido com as receitas de prestação de serviços e tarifas," observa o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e funcionário do Santander, Mario Raia.

Emprego
  
A holding encerrou o 1º semestre de 2018 com 48.008 empregados no Brasil, com abertura de 1.412 postos de trabalho em relação a junho de 2017, entretanto esse resultado se deve à consolidação dos empregados da tecnologia do banco, antes terceirizados pelas empresas Isban e Produban. Em relação ao 1º trimestre de 2018, o saldo foi de 847 postos fechados. O número de agências cresceu em sete unidades em doze meses.

Veja a íntegra da análise do Dieese.
 


 

Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

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