11/05/2018

Alta com sucateamento: Lucro do Banco do Brasil sobe 20% no primeiro trimestre de 2018

 


 
O Banco do Brasil atingiu lucro líquido ajustado de R$ 3 bilhões no primeiro trimestre de 2018, crescimento de 20,3% em relação ao mesmo período de 2017. O resultado foi influenciado pelo aumento das rendas de tarifas, pela redução das despesas de provisão e as administrativas. Com isso, o retorno sobre patrimônio líquido (RSPL) aumentou para 13,2%.

O BB cortou 1.983 postos de trabalho nos últimos 12 meses e chegou a 97.981 trabalhadores. Além disso, fechou mais 270 agências no período, chegando a 4.159 em março de 2018.

Não por acaso, no primeiro trimestre o Banco do Brasil foi o terceiro banco com maior número de reclamações consideradas procedentes pelo Banco Central, segundo ranking elaborado pelo órgão, no segmento de instituições financeiras com mais de 4 milhões de clientes. 

Nos primeiro três meses do ano, as despesas de pessoal apresentaram queda de 2,6% em relação ao mesmo trimestre de 2017.

As receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias cresceram 5,4%, chegando a R$ 6,5 bilhões apenas nos primeiros três meses de 2018. Com essa receita, o BB paga toda sua despesa de pessoal, incluindo PLR, e ainda sobra R$ 1,3 bilhão. 

Roberto Carlos Vicentim, presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, explica que o BB é um banco público, que precisa contribuir com o crescimento da economia do país. Por isso, ao analisar seu balanço, é preciso ir além do lucro apresentado.

O dirigente alerta que, enquanto a lucratividade cresce, o banco público está se apequenando na capacidade de atendimento à população, sucateando agências, aumentando tarifas e reduzindo o número de funcionários.

"Não podemos nos esquecer que o Banco do Brasil é uma empresa pública, que deve cumprir um papel estratégico no desenvolvimento econômico e social do país. E não construir seus lucros sobre a exploração da sociedade, dos bancários e do próprio desmantelamento da instituição."

As despesas de intermediação financeira tiveram forte queda de 31% em relação ao mesmo período de 2017, com destaque para as despesas de captação com recuo de 44% e as provisões para devedores duvidosos que caíram 18%.

A carteira de crédito ampliada PJ reduziu 6,3% no ano, influenciada pelo decréscimo de R$ 8,7 bilhões nas operações de capital de giro (7,4%), investimentos em R$ 3,8 bilhões e crédito imobiliário (R$ 2,5 bilhões).

A redução das carteiras de credito Pessoa Jurídica e o aumento das tarifas reforçam o afastamento do Banco do Brasil da sua função pública de fomento à economia e inclusão bancária da população de menor renda. Ao mesmo tempo em que diminui a carteira de crédito, a direção do banco incentiva a atuação das agências de crédito terceirizadas, chamadas de Cobans (Correspondentes Bancários), inclusive com a atuação de agentes terceirizados dentro das agências, o que é expressamente proibido pela resolução 4.035 do Banco Central. 

A carteira Pessoa Física orgânica, por sua vez, cresceu 3,0% em 12 meses, fruto do desempenho positivo em crédito consignado (R$ 5,1 bilhões) e da alta de 6,8% do financiamento imobiliário (R$ 2,9 bilhões).

A taxa de inadimplência chegou a 3,65% no primeiro trimestre de 2018, queda de 0,24 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2017.
 
Fonte: Seeb SP, com edição do Seeb Catanduva

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