25/10/2023

Movimento sindical faz releitura de comercial do Itaú e revela realidade dos bancários

Nas últimas semanas está sendo veiculado nos meios de comunicação um comercial do Itaú que relança o segmento Uniclass, tendo feito bastante sucesso por incluir o ator americano Sylvester Stallone e o apresentador Marcos Mion. Na peça principal, Mion sobe as escadarias que foram cenário do filme Rocky Balboa e narra suas conquistas, enquanto Stallone valida sua trajetória e o incentiva a seguir em frente, “keep going”.

Na terça-feira (24), o Sindicato  dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região lançou uma releitura dessa publicidade (assista abaixo) em que expõe a dura realidade dos trabalhadores do Itaú, que são submetidos a condições mentalmente insalubres, onde o assédio moral pelo cumprimento de metas inalcançáveis está fazendo com que dezenas de trabalhadores se afastem por acidentes de trabalho relacionados a doenças mentais.
 

No vídeo, um gestor trilha o caminho em direção a se tornar um grande assediador, contando seus relatos de assédio e tem seu comportamento validado pela cadeia hierárquica que está acima dele.

A dificuldade de trabalhar no Itaú se reflete em dois indicadores observados pelas entidades representativas: a quantidade de denúncias por assédio moral e o número de bancários que precisam de afastamento pelo INSS.

Nas reuniões entre entidades sindicais e o RH, os argumentos do banco consistem em individualizar as condutas de gestores eventualmente assediadores e o tema “assédio moral organizacional” tem dificuldade de avançar nas mesas de negociação, pois o banco não admite sua existência.

"O vídeo se faz tão necessário, porque ilustra o que de fato é enfrentado pelos bancários nas agências. É preciso que a população também conheça essa realidade e pressione conosco por mudanças. A Violência Organizacional está instalada no banco há décadas, porém os programas de remuneração, juntamente com os de avaliação, têm deixado os empregados cada vez mais sobrecarregados e temerosos. As metas são abusivas e muitas vezes contribuem para o aumento da discriminação, conflitos entre os próprios trabalhadores e o assédio moral. O Itaú precisa entender que a saúde é um direito inalienável. E é, para nós, inadmissível é que o bancário perca o emprego e a saúde por conta de um modelo de gestão que o massacra", ressalta o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Ricardo Jorge Nassar Jr.

A luta do movimento sindical é por espaços saudáveis de trabalho. É para que não normalizemos as conversas no cafezinho sobre o uso de medicamentos tarja preta para suportar o peso das metas. Queremos o Itaú que o banco vende no LinkedIn!

 
Fonte: Seeb SP, com edição de Seeb Catanduva

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