28/02/2019
Manobra no balanço é para esconder lucro extraordinário da Caixa Econômica Federal
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, segundo informações divulgadas pela agência de notícias Reuters, pediu para que seja feita provisão extraordinária de aproximadamente R$ 7 bilhões para perdas esperadas com calotes na carteira de financiamento imobiliário e a desvalorização de imóveis retomados pelo banco.
Uma análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra, porém, que a inadimplência média na carteira imobiliária é muito menor do que a dos demais bancos. “O Banco Central define as regras para a provisão para dívidas duvidosas. Mas, os dados do balanço do terceiro trimestre de 2018 apresentam uma inadimplência muito pequena. Não existe motivo para uma provisão tão grande”, disse a economista Vivian Rodrigues, da subseção do Dieese na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
A análise do Dieese revela ainda que, em setembro de 2018, a inadimplência na carteira imobiliária da Caixa era de 2,4%. No conjunto dos bancos a inadimplência na época estava em 3%. Em março de 2017, a diferença era de mais de um ponto percentual. Na Caixa a inadimplência era de 2,8%, contra 3,9% no conjunto dos bancos. “A inadimplência sempre foi menor na Caixa”, observou a economista do Dieese.
Se a medida for efetivada, o lucro líquido da Caixa será de menos de R$ 10 bilhões. “Isso quer dizer que esta manobra forçará um prejuízo estrondoso no último trimestre de 2018, pois no terceiro trimestre o banco já havia apresentado um lucro líquido de R$ 11,5 bilhões”, explicou Vivian. “Imóveis são resgates para o banco negociar depois e tentar amenizar as carteiras que já caíram a prejuízo. Ele não pode misturar as duas coisas e provisionar por algo que nem está mais na carteira”, finalizou ao lembrar que o provisionamento diz respeito à carteira ativa do banco.
Uma análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra, porém, que a inadimplência média na carteira imobiliária é muito menor do que a dos demais bancos. “O Banco Central define as regras para a provisão para dívidas duvidosas. Mas, os dados do balanço do terceiro trimestre de 2018 apresentam uma inadimplência muito pequena. Não existe motivo para uma provisão tão grande”, disse a economista Vivian Rodrigues, da subseção do Dieese na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
A análise do Dieese revela ainda que, em setembro de 2018, a inadimplência na carteira imobiliária da Caixa era de 2,4%. No conjunto dos bancos a inadimplência na época estava em 3%. Em março de 2017, a diferença era de mais de um ponto percentual. Na Caixa a inadimplência era de 2,8%, contra 3,9% no conjunto dos bancos. “A inadimplência sempre foi menor na Caixa”, observou a economista do Dieese.
Se a medida for efetivada, o lucro líquido da Caixa será de menos de R$ 10 bilhões. “Isso quer dizer que esta manobra forçará um prejuízo estrondoso no último trimestre de 2018, pois no terceiro trimestre o banco já havia apresentado um lucro líquido de R$ 11,5 bilhões”, explicou Vivian. “Imóveis são resgates para o banco negociar depois e tentar amenizar as carteiras que já caíram a prejuízo. Ele não pode misturar as duas coisas e provisionar por algo que nem está mais na carteira”, finalizou ao lembrar que o provisionamento diz respeito à carteira ativa do banco.
Privatização
Para o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Dionísio Reis, a manobra é uma estratégia para justificar a venda de ativos do banco público.
“A razão para esconder o lucro é justificar a venda de ativos pretendida pela atual direção. Afinal, um lucro alto evidencia que não existe razão para a venda dos ativos, o que atrapalha os planos privatistas de Pedro na direção do banco público. Qual seria o motivo para privatizar um banco tão lucrativo?”, questiona Dionísio.
O banco já anunciou a intenção de vender diversos de seus ativos e passar o controle das operações em seguros, cartões, gestão de recursos e loterias.
“Faz parte do jogo de reduzir a participação da Caixa no mercado e abrir espaço para os bancos privados ganharem mais ou mesmo de abrir um vácuo que deixará a população sem o devido atendimento bancário. Atuando desta forma, a Caixa, assim como os bancos privados, deixa de cumprir as obrigações sociais que tem como instituição do sistema financeiro nacional”, completou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.
Prejuízo aos empregados
Os empregados da Caixa também não ficaram nada satisfeitos com a notícia. Depois de darem duro para cumprir as metas de uma grande campanha comercial realizada pelo banco em 2018, eles esperam ter seus esforços recompensados por meio da Participação nos Lucros ou Resultados. Mas, com uma provisão para cobrir dívidas duvidosas (PDD) que pode chegar a R$ 7 bilhões, o esforço dos empregados terá sido em vão.
“Já havia uma previsão de que o lucro da Caixa chegaria a algo próximo de R$ 15 bilhões. Isso geraria uma boa recompensa aos trabalhadores. Mas, se esta provisão for realmente realizada, as perdas para os funcionários serão proporcionalmente ‘extraordinárias’”, avalia o coordenador da Comissão Executiva de Empregados da Caixa.
O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Antônio Júlio Gonçalves Neto, também denuncia que a medida faz parte do projeto privatista de Pedro Guimarães, e reforça que os empregados do banco público, junto às suas entidades representativas, não aceitarão nenhum tipo de fraude no compromisso de reconhecimento dos trabalhadores.
"O que a nova direção da Caixa tenta fazer, de maneira estratégica, é desmerecer todo o esforço dos empregados, que são os principais responsáveis pelo lucro satisfatório e recorde da instituição. Não podemos esquecer que os trabalhadores estão sob uma administração privatista, cujo atual presidente é conhecido como Lobo de Wall Street por já ter participado de outros procesos de privatização. Já demonstramos nossa força em diversos outros momentos, em que a somente nossa mobilização foi capaz de barrar retrocessos. Devemos resistir novamente, mas para isso é fundamental a união de todos os empregados na luta por melhores condições de trabalho, respeito e em defesa da Caixa, patrimônio público do Brasil", completou o diretor.
Para o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Dionísio Reis, a manobra é uma estratégia para justificar a venda de ativos do banco público.
“A razão para esconder o lucro é justificar a venda de ativos pretendida pela atual direção. Afinal, um lucro alto evidencia que não existe razão para a venda dos ativos, o que atrapalha os planos privatistas de Pedro na direção do banco público. Qual seria o motivo para privatizar um banco tão lucrativo?”, questiona Dionísio.
O banco já anunciou a intenção de vender diversos de seus ativos e passar o controle das operações em seguros, cartões, gestão de recursos e loterias.
“Faz parte do jogo de reduzir a participação da Caixa no mercado e abrir espaço para os bancos privados ganharem mais ou mesmo de abrir um vácuo que deixará a população sem o devido atendimento bancário. Atuando desta forma, a Caixa, assim como os bancos privados, deixa de cumprir as obrigações sociais que tem como instituição do sistema financeiro nacional”, completou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.
Prejuízo aos empregados
Os empregados da Caixa também não ficaram nada satisfeitos com a notícia. Depois de darem duro para cumprir as metas de uma grande campanha comercial realizada pelo banco em 2018, eles esperam ter seus esforços recompensados por meio da Participação nos Lucros ou Resultados. Mas, com uma provisão para cobrir dívidas duvidosas (PDD) que pode chegar a R$ 7 bilhões, o esforço dos empregados terá sido em vão.
“Já havia uma previsão de que o lucro da Caixa chegaria a algo próximo de R$ 15 bilhões. Isso geraria uma boa recompensa aos trabalhadores. Mas, se esta provisão for realmente realizada, as perdas para os funcionários serão proporcionalmente ‘extraordinárias’”, avalia o coordenador da Comissão Executiva de Empregados da Caixa.
O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Antônio Júlio Gonçalves Neto, também denuncia que a medida faz parte do projeto privatista de Pedro Guimarães, e reforça que os empregados do banco público, junto às suas entidades representativas, não aceitarão nenhum tipo de fraude no compromisso de reconhecimento dos trabalhadores.
"O que a nova direção da Caixa tenta fazer, de maneira estratégica, é desmerecer todo o esforço dos empregados, que são os principais responsáveis pelo lucro satisfatório e recorde da instituição. Não podemos esquecer que os trabalhadores estão sob uma administração privatista, cujo atual presidente é conhecido como Lobo de Wall Street por já ter participado de outros procesos de privatização. Já demonstramos nossa força em diversos outros momentos, em que a somente nossa mobilização foi capaz de barrar retrocessos. Devemos resistir novamente, mas para isso é fundamental a união de todos os empregados na luta por melhores condições de trabalho, respeito e em defesa da Caixa, patrimônio público do Brasil", completou o diretor.
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