01/11/2018
Santander lucra quase R$ 9 bilhões no Brasil nos meses de janeiro a setembro de 2018
O banco Santander obteve no Brasil um Lucro Líquido Gerencial de R$ 8,992 bilhões nos primeiros nove meses de 2018, com crescimento de 24,9% em relação ao mesmo período de 2017. No trimestre, o crescimento foi de 2,8%. A rentabilidade (retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado – ROE) ficou em 19,4%, com alta de 3,1 pontos percentuais em doze meses. O lucro obtido no Brasil representou 26% o lucro global do banco, que foi de € 6,042 bilhões (com crescimento de 21% em doze meses). As informações são de uma análise elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base no balanço divulgado pelo Santander.
A alta do Lucro Líquido foi proporcionada, principalmente, pela entrada de crédito tributários no montante de R$ 2,8 bilhões, gerando um resultado positivo com impostos e contribuições de quase R$ 1,7 bilhão.
“O banco espanhol continua lucrando muito no Brasil. Mas, não vemos a remuneração aos funcionários crescer na mesma proporção. O que também cresce bastante é a arrecadação com a prestação de serviços e com cobrança de tarifas bancárias”, disse o representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Mario Raia. “Isso mostra que o banco lucra em cima da exploração dos trabalhadores e dos clientes”, observou.
Mesmo com um crescimento de 24,9% do Lucro Líquido no terceiro trimestre 2018 e de 10,3% com a receita com prestação de serviços somada à renda das tarifas bancárias em doze meses (totalizando R$ 12,5 bilhões), as despesas de pessoal, somada a PLR, subiram apenas 3%, atingindo R$ 7,0 bilhões. Sem considerar as receitas obtidas com as demais transações realizadas pelo banco, apenas com o que arrecada com a prestação de serviços e cobrança de tarifas de clientes, o banco conseguiu cobrir 181% do total de despesas que tem com seus funcionários. É importante lembrar que essa é uma fonte secundária de arrecadação do banco. A maior arrecadação do Santander vem de outras fontes.
Para o secretário geral do Sindicato Júlio César Trigo, com a arrecadação cada vez maior devido as altas tarifas cobradas dos clientes, o Santander tem obrigação de oferecer um atendimento e serviços de qualidade. "No segundo trimestre de 2018, o banco ocupou a primeira posição no ranking de reclamações de clientes ao Banco Central. Isso se deve a uma gestão gananciosa que está disposta a tudo para ter seus lucros acrescidos, inclusive sacrificar seus próprios funcionários, com sobrecarga de trabalho, imposição de metas abusivas e tantos outros fatores que levam a categoria ao adoecimento", critica o diretor.
Trigo defende, ainda, que é no Brasil que o grupo espanhol encontra tranqüilidade e que, portanto, nada mais justo que o banco valorize os trabalhadores brasileiros. "É preciso respeito àqueles que representam grande parte do resultado mundial da instituição, com reconhecimento e valorização dos trabalhadores por meio de aumentos salariais e expansão dos postos de trabalho, entre outras medidas possíveis."
Emprego
A holding encerrou o 3º trimestre de 2018 com 47.836 empregados, com abertura de 1.102 postos de trabalho em relação a setembro de 2017, entretanto essa se deve a consolidação dos empregados da tecnologia do banco, antes terceirizados pelas empresas ISBAN e PRODUBAN. Em relação ao 2º trimestre de 2018, o saldo foi de 172 postos fechados. Foram abertas 21 agências em doze meses (sendo 14 no trimestre).
“É preciso atenção ao analisar esse dado. Se olharmos apenas para o número vamos pensar que o banco está contratando. Na verdade, o que houve foi a bancarização de trabalhadores que antes eram terceirizados. Mas, se pegarmos os dados comparativos entre o terceiro em relação ao segundo trimestre, após a integração dos terceirizados ao quadro do banco, veremos que o Santander está reduzindo seu quadro de funcionários”, observou a coordenadora da COE do Santander, Maria Rosani. “Pior ainda, está levando à sobrecarga de trabalho, pois, com menos funcionários, está abrindo novas agências”, completou.
Carteira de crédito
A Carteira de Crédito Ampliada do banco teve alta de 13,1% em doze meses e 3,4% no trimestre, atingindo R$ 380,7 bilhões. As operações com pessoas físicas cresceram 22,6% em doze meses, chegando a R$ 125,3 bilhões, impulsionado por crédito consignado (35,0%), cartão de crédito (22,5%) e crédito imobiliário (15,6%). A Carteira de Financiamento ao Consumo, originada fora da rede de agências, somou R$ 47,3 bilhões, com crescimento de 20,7% no período. Do total desta carteira, R$ 39,1 bilhões (88% da carteira) referem-se a financiamentos de veículos para pessoa física, apresentando aumento de 20% no período.
Para o crédito pessoa jurídica houve crescimento de 3,5% em doze meses, alcançando R$ 125,8 bilhões. O segmento de pequenas e médias empresas cresceu 10,1%, enquanto o segmento de grandes empresas cresceu 1,1%. Desconsiderando-se o efeito cambial, observou-se queda de 7,2% nessa conta. O Índice de Inadimplência superior a 90 dias permaneceu estável em 2,9%. Ainda assim, as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) subiram 5,3%, totalizando R$ 9,5 bilhões.
Veja abaixo a tabela resumo do balanço ou, se preferir, leia a íntegra da análise do (Dieese).
A alta do Lucro Líquido foi proporcionada, principalmente, pela entrada de crédito tributários no montante de R$ 2,8 bilhões, gerando um resultado positivo com impostos e contribuições de quase R$ 1,7 bilhão.
“O banco espanhol continua lucrando muito no Brasil. Mas, não vemos a remuneração aos funcionários crescer na mesma proporção. O que também cresce bastante é a arrecadação com a prestação de serviços e com cobrança de tarifas bancárias”, disse o representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Mario Raia. “Isso mostra que o banco lucra em cima da exploração dos trabalhadores e dos clientes”, observou.
Mesmo com um crescimento de 24,9% do Lucro Líquido no terceiro trimestre 2018 e de 10,3% com a receita com prestação de serviços somada à renda das tarifas bancárias em doze meses (totalizando R$ 12,5 bilhões), as despesas de pessoal, somada a PLR, subiram apenas 3%, atingindo R$ 7,0 bilhões. Sem considerar as receitas obtidas com as demais transações realizadas pelo banco, apenas com o que arrecada com a prestação de serviços e cobrança de tarifas de clientes, o banco conseguiu cobrir 181% do total de despesas que tem com seus funcionários. É importante lembrar que essa é uma fonte secundária de arrecadação do banco. A maior arrecadação do Santander vem de outras fontes.
Para o secretário geral do Sindicato Júlio César Trigo, com a arrecadação cada vez maior devido as altas tarifas cobradas dos clientes, o Santander tem obrigação de oferecer um atendimento e serviços de qualidade. "No segundo trimestre de 2018, o banco ocupou a primeira posição no ranking de reclamações de clientes ao Banco Central. Isso se deve a uma gestão gananciosa que está disposta a tudo para ter seus lucros acrescidos, inclusive sacrificar seus próprios funcionários, com sobrecarga de trabalho, imposição de metas abusivas e tantos outros fatores que levam a categoria ao adoecimento", critica o diretor.
Trigo defende, ainda, que é no Brasil que o grupo espanhol encontra tranqüilidade e que, portanto, nada mais justo que o banco valorize os trabalhadores brasileiros. "É preciso respeito àqueles que representam grande parte do resultado mundial da instituição, com reconhecimento e valorização dos trabalhadores por meio de aumentos salariais e expansão dos postos de trabalho, entre outras medidas possíveis."
Emprego
A holding encerrou o 3º trimestre de 2018 com 47.836 empregados, com abertura de 1.102 postos de trabalho em relação a setembro de 2017, entretanto essa se deve a consolidação dos empregados da tecnologia do banco, antes terceirizados pelas empresas ISBAN e PRODUBAN. Em relação ao 2º trimestre de 2018, o saldo foi de 172 postos fechados. Foram abertas 21 agências em doze meses (sendo 14 no trimestre).
“É preciso atenção ao analisar esse dado. Se olharmos apenas para o número vamos pensar que o banco está contratando. Na verdade, o que houve foi a bancarização de trabalhadores que antes eram terceirizados. Mas, se pegarmos os dados comparativos entre o terceiro em relação ao segundo trimestre, após a integração dos terceirizados ao quadro do banco, veremos que o Santander está reduzindo seu quadro de funcionários”, observou a coordenadora da COE do Santander, Maria Rosani. “Pior ainda, está levando à sobrecarga de trabalho, pois, com menos funcionários, está abrindo novas agências”, completou.
Carteira de crédito
A Carteira de Crédito Ampliada do banco teve alta de 13,1% em doze meses e 3,4% no trimestre, atingindo R$ 380,7 bilhões. As operações com pessoas físicas cresceram 22,6% em doze meses, chegando a R$ 125,3 bilhões, impulsionado por crédito consignado (35,0%), cartão de crédito (22,5%) e crédito imobiliário (15,6%). A Carteira de Financiamento ao Consumo, originada fora da rede de agências, somou R$ 47,3 bilhões, com crescimento de 20,7% no período. Do total desta carteira, R$ 39,1 bilhões (88% da carteira) referem-se a financiamentos de veículos para pessoa física, apresentando aumento de 20% no período.
Para o crédito pessoa jurídica houve crescimento de 3,5% em doze meses, alcançando R$ 125,8 bilhões. O segmento de pequenas e médias empresas cresceu 10,1%, enquanto o segmento de grandes empresas cresceu 1,1%. Desconsiderando-se o efeito cambial, observou-se queda de 7,2% nessa conta. O Índice de Inadimplência superior a 90 dias permaneceu estável em 2,9%. Ainda assim, as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) subiram 5,3%, totalizando R$ 9,5 bilhões.
Veja abaixo a tabela resumo do balanço ou, se preferir, leia a íntegra da análise do (Dieese).
Continuidade das negociações
A COE do Santander vai solicitar ao banco reuniões do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT) e do Fórum de Saúde, conforme previsto no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do banco, para solucionar os problemas existentes na relação entre a instituição financeira e seus funcionários.
A COE do Santander vai solicitar ao banco reuniões do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT) e do Fórum de Saúde, conforme previsto no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do banco, para solucionar os problemas existentes na relação entre a instituição financeira e seus funcionários.
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