02/08/2018

Nesta quinta-feira (2) tem negociação para resolver impasses da Campanha Nacional


(Foto: Mauricio Morais)

 
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) se reúnem com os representantes do banco nesta quinta-feira (2), a partir das 14 horas, em São Paulo, para dar continuidade às negociações sobre a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico dos bancários da Caixa Econômica Federal. Os representantes dos empregados esperam que a negociação desta quinta solucione os impasses surgidos nas reuniões passadas.

“Nas negociações anteriores caminhamos no sentido da manutenção do atual modelo de delegados sindicais, para o fim dos descomissionamentos arbitrários de gestantes e para a suspensão da verticalização e fechamento de agências. Agora, queremos avançar no debate sobre a PLR e a PLR Social, do Saúde Caixa e garantias de que não serão implantados formas de contratação instituídas pelo governo Temer com a reforma trabalhista”, disse o coordenador da CEE/Caixa, Dionísio Reis.

Para o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Antônio Júlio Gonçalves Neto, o governo, por meio da imposição de medidas que limitam a distribuição de lucros, prepara mais golpe contra os empregados da Caixa. 

"Seria o fim de um direito fundamental dos trabalhadores, uma conquista obtida na Campanha dos Bancários de 2010, que valoriza a papel social do trabalho exercido pelos empregados. Neste cenário de cortes de direitos e mais ameaças, a mobilização é a única forma de resistência para reverter essas medidas. Precisamos de todos unidos e fortes na defesa dos nossos direitos", conclama Tony.

Bancário temporário

A revogação do RH 037 é uma reivindicação histórica das entidades representativas dos empregados. Apesar de reafirmar que não tem intenção de utilizar o normativo para contratar trabalhadores terceirizados, a Caixa se nega a revogá-lo. O normativo passou por atualização em agosto de 2017 para se adequar à Lei da Terceirização e permitir a contratação de trabalhadores temporários sem qualquer vínculo empregatício com o banco, por meio de empresas que fornecem mão de obra terceirizada, para a realização de tarefas de técnico bancário. Esse é um exemplo das reivindicações pela garantia de direitos que podem ser retirados após a entrada em vigor da reforma trabalhista, como a ultratividade dos acordos coletivos e a abrangência dos acordos. Pela nova lei, o banco pode negociar diretamente com empregados com nível superior de escolaridade e que ganhem acima de dois tetos da Previdência (R$ 11.062,62), os chamados hipersuficientes. 

PLR e PLR Social

Sobre a PLR, apesar de garantir na mesa de negociação do dia 20 de junho que vai seguir a regra definida pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), o banco alegou também que não tem autorização do pagamento da PLR social. Segundo a direção do banco, o pagamento depende de uma regra do governo que limita o valor a 25% do que for pago de dividendos no tesouro.
   
Saúde Caixa

O Saúde Caixa também está no rol dos direitos dos empregados que estão ameaçados. “Na última quinta-feira, a gente teve uma rodada específica sobre Saúde Caixa. Infelizmente, o que foi colocado é que o banco vai aplicar a resolução 23 da CGPAR. Isso afeta não apenas o plano de saúde dos empregados da Caixa, mas de todas as empresas públicas. Temos que mobilizar todos os trabalhadores de empresas públicas para derrubarmos as resoluções da CGPAR e defendermos essa importante conquista dos trabalhadores”, frisou Fabiana Uehara Proscholdt, diretora de Cultura e representante da Contraf-CUT na mesa de negociações com a Caixa.

Além da resolução 23, a resolução 22 da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR), também afeta o plano de saúde dos empregados. Estas resoluções determinam que empresas estatais reduzam despesas com a assistência à saúde dos trabalhadores; e altera o Estatuto da Caixa, limitando a 6,5% da folha de pagamento a participação no custeio do Saúde Caixa pelo banco.
  
A mobilização pela derrubada das resoluções da CGPAR passa pelo apoio ao Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 956/2018, de autoria da deputada federal Erika Kokay (PT-DF), que susta os efeitos das resoluções da CGPAR. “E a gente tem uma audiência pública pedida para fazer esse debate com os parlamentares e conseguir o apoio deles”, acrescentou Fabiana Matheus, diretora de Saúde e Previdência da Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa (Fenae). Segundo a diretora da Fenae, a expectativa é de que a audiência ocorra ainda no mês de agosto.

Na enquete que a Câmara dos Deputados faz para medir o apoio da população aos projetos em tramitação na Casa, o apoio ao PDC 956/2018 aumento de 14.213 votos na quarta-feira (25) para mais de 30 mil no sábado (28), após as atividades do Dia Nacional em Defesa dos Planos de Saúde das Empresas Públicas.
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

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