19/02/2018
Dessrespeito total: Gerentes denunciam pressões abusivas no Bradesco
A rotina de trabalho dos gerentes do Bradesco está cada dia pior. O movimento sindical tem recebido diversas denúncias de trabalhadores, principalmente de agências de todas as regiões de São Paulo e Grande São Paulo, de que não aguentam mais tanta pressão e assédio moral, o que é agravado ainda mais por uma política de gestão e cobrança de metas focada na intensa pressão imposta pelas diretorias regionais.
Além da pressão para o cumprimento semanal de metas de vendas de produtos (Evoluir); da exigência de, em média, duas visitas diárias; da cobrança por uma quantidade enorme de ligações aos clientes; do encarteiramento e abertura de contas; os gerentes do Bradesco estão sendo pressionados a extrapolar suas metas por conta do incentivo a concorrência dentro do banco.
Em matéria divulgado pelo Sindicato de São Paulo, dirigentes relataram que há deúncias de que diretorias estejam exigindo 130% em todos os indicadores e que não tem sido algo pontual. A situação é generalizada no Bradesco. Isso ocorre porque todas as diretorias regionais querem ficar bem com a diretoria executiva. Então, pressionam além das metas para que estejam bem colocadas no ranking. Essa pressão se reflete nas áreas abaixo como gerências regionais e agências. É uma pressão que vem de cima e se transfere para todas as áreas subordinadas.
Smart – Outra questão que tem tirado o sono dos gerentes do Bradesco é o programa Smart, no qual o cliente avalia o contato do banco por meio de um SMS.
Neste modelo, os gerentes são cobrados a entregar um número elevadíssimo de contatos com clientes, que muitas vezes chega a 200 ligações. Isso, somado a todas as suas outras atribuições e metas, leva a uma sobrecarga enorme de trabalho. Com o Smart, o cliente responde um SMS com a nota para o contato, ou então responde com um N quando entende que não houve qualquer contato. Se o gerente tiver a partir de dois N´s ele é penalizado, assim como toda a agência, que perde pontos no Programa de Objetivos, inviabilizando a premiação dos funcionários. Isso sem falar que o emprego do gerente fica em cheque, com ameaças diretas e indiretas de demissão.
O problema com a ferramenta é que muitas vezes o contato foi realizado para um número desatualizado ou mesmo uma terceira pessoa responde a mensagem sem saber do contato anterior do banco. O gerente e sua agência são penalizados mesmo quando procederam de forma totalmente correta no contato.
Assédio e adoecimento – A gestão do Bradesco focada em pressão e concorrência leva também ao aumento do assédio moral, inclusive com cobrança de metas no WhatsApp. Além disso, são feitas pesadas cobranças por meio de áudios enviados a todos os gerentes em seus locais de trabalho.
A concorrência e a pressão absurda estimulam o assédio moral, que leva ao adoecimento físico e psíquico dos trabalhadores. Denúncias revelam que todo dia os gerentes são pressionados como se fosse o último dia do mês. Cobranças por WhatsApp, por exemplo, se tornaram frequentes. Um instrumento de assédio moral totalmente irregular.
Para Júlio Trigo, diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, é inadimíssivel o comportamento do banco, pois o alto nível de pressão, somado à sobrecarga de trabalho, leva o bancário ao adoecimento. "Como se não bastasse todo o assédio moral, o trabalhador vítima de estresse constante, com ameaças de demissão frequentes, ainda é penalizado se comete algum tipo de erro. O que o banco não leva em cosnsideração é que isso só ocorre pq o bancário está sendo induzido a isso por uma gestão que amedronta e adoece."
O Sindicato cobra do banco que reveja essa política de gestão baseada na pressão e na concorrência entre os trabalhadores. "Não podemos admitir esse tratamento aos funcionários, responsáveis pelos ótimos resultados do Bradesco, acrescenta."
Denuncie – O bancário penalizado pelo programa Smart, assediado moralmente, que receber cobrança via WhatsApp ou que for prejudicado por conta da pressão excessiva, deve denunciar ao Sindicato diretamente a um dirigente sindical, pelo canal Denuncie ou pelo Whatsapp da entidade (17 99259-1987). O sigilo é absoluto.
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