Incoerente, Bradesco propaga a imagem de família mas demite quem dá a vida pelo banco

O marketing interno do Bradesco propaga a imagem de que o banco e seus trabalhadores são uma grande família. No entanto, crescem em todo o país as denúncias de casos de bancários demitidos após mais de 30 anos de dedicação ao banco e próximos do período de estabilidade pré-aposentadoria.
Essas demissões estão sendo feitas sem qualquer avaliação negativa prévia. O movimento sindical luta há anos para que o Bradesco estabeleça um Plano de Cargos, Carreira e Salários com critérios claros e transparentes para promoção e também demissão. Também reivindica que o banco se comprometa a reconhecer os termos da convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho, que coíbe demissões imotivadas.
O Bradesco teve lucro líquido ajustado de R$ 17,121 bilhões em 2016. Mesmo com tal resultado, o banco extinguiu empregos. No final do ano passado tinha 108.793 funcionários, dos quais 21.016 foram incorporados do HSBC no segundo semestre de 2016. Em setembro do ano passado, já com a incorporação, o Bradesco contava com 109.922 funcionários, o que significa que nos últimos três meses de 2016 fechou 1.129 postos de trabalho.
Lucros só aumentam – Em 2017 o banco continuou com o lucro nas alturas. Nos três primeiros meses do ano lucrou R$ 4,648 bilhões. O resultado corresponde a crescimento de 13% em doze meses e 6% no trimestre. A instituição financeira encerrou março de 2017 com 106.644 empregados, aumento de 15.249 postos de trabalho se comparado ao mesmo mês de 2016. A expansão foi motivada pela incorporação do HSBC. Se analisado o período logo após a incorporação, houve redução de 3.278 postos de trabalho desde setembro do ano passado.
Os resultados atestam que o banco está longe de viver uma situação financeira que demandaria demissões. A isso, soma-se a realidade apresentada por muitos departamentos onde os funcionários enfrentam a sobrecarga de trabalho decorrente do corte de postos de trabalho.
Para o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região Júlio César Trigo é injustificável a política de demissões adotada pelo banco. "Um funcionário contribui por cerca de 30 anos e recebe sua demissão sem apresentar qualquer avaliação negativa. É evidente a real intenção do Bradesco em querer se livrar de profissionais que recebem salários mais altos em decorrência do maior tempo de serviço. Mesmo se a empresa estivesse passando por uma situação financeira delicada, o que não é o caso, não se justifica essa atitude.
E ressalta: “Cobramos o fim das demissões imotivadas e que o Bradesco cumpra com a função social que uma concessão pública deve ter, por meio da geração de empregos e o respeito aos seus empregados”, afirma o dirigente.
MAIS NOTÍCIAS
- Saúde Caixa: caminho possível é reajuste zero e fim do teto
- Sindicato participa de seminário da FETEC-CUT/SP e debate desafios da comunicação na categoria bancária
- Encontro Estadual do BB debate conjuntura e define propostas para a Conferência Nacional
- Banespianos e familiares denunciam angústia e risco à saúde diante da ameaça de retirada de patrocínio pelo Santander
- Feliz Dia dos Pais!
- Bancários do Santander aprovam propostas e estratégias de luta para o Encontro Nacional
- "Basta! Não irão nos calar!" alcança marca de 524 atendimentos, com contribuições à Lei Maria da Penha
- Saiu o resultado do 2º Festival Nacional de Música Autoral da Contraf-CUT
- Bancários do Itaú definem propostas para o Encontro Nacional, que ocorre em 22 de agosto
- Encontro Estadual do Bradesco em São Paulo debate principais problemas no banco
- ContrafCast: Entenda porque o PIX se tornou patrimônio nacional e ameaça à hegemonia econômica dos EUA
- Congresso dos Funcionários do Banco do Brasil acontece nos dias 21 e 22 de agosto em São Paulo
- Lucro do Itaú atinge R$ 22,6 bilhões no semestre às custas de demissões e fechamento de agências
- Live sobre incorporados do Banco do Brasil nesta quinta-feira (7); envie suas dúvidas!
- 40º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa será realizado em agosto