14/07/2014
Enquanto demite, condições de trabalho no Itaú são de surtar
A realidade vivida nas agências do Itaú está levando muitos funcionários à beira da insanidade. Com o objetivo de reduzir custos, o banco está demitindo milhares de funcionários, obrigando diversas unidades a funcionar com número insuficiente de bancários.
Entre março de 2013 e março de 2014, o Itaú eliminou 2.759 postos de trabalho. Apenas no primeiro trimestre deste ano foram extintos mais 733 empregos. "Esse cenário gera precarização do atendimento aos clientes e sobrecarga de trabalho para os funcionários. Isso acarreta em uma série de outros problemas como assédio moral para o cumprimento de metas impossíveis de serem atingidas e o adoecimento por estresse, por exemplo", avalia a diretora executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo Marta Soares.
A história de Catarina (nome fictício), ex-bancária do Itaú, exemplifica a situação. "No período de 30 dias eu tive três crises de estresse e saí direto da agência para o hospital. Na primeira delas me tranquei na sala do cofre e não consegui abrir nem para a minha colega."
Catarina trabalhava em uma agência localizada na zona leste de São Paulo. A unidade funciona com apenas dois caixas e um gerente operacional. "No dia do primeiro surto, a fila estava enorme. Os clientes começaram a gritar, xingar, e a quebrar a agência. Para eu não bater de frente com eles, tive que me isolar no cofre."
Ela conta que em todas as vezes em que foi hospitalizada, a liberação só foi permitida após consulta com psiquiatra. O diagnóstico: transtorno de pânico. "Minha pressão chegou a 19 por 14. Em uma das vezes me disseram para eu ver se valia a pena continuar vessa vida, porque eu poderia morrer [se continuasse trabalhando no banco]."
Licença e demissão
Depois de passar pelos três surtos, Catarina teve de tirar licença médica e ficou 30 dias afastada. Durante o período, enviou e-mail a gestores do banco denunciando os acontecimentos. A demissão veio no dia em que voltou a trabalhar.
"Não é isso que se espera de um grande banco e sim uma política eficaz de saúde, reabilitação profissional e valorização dos funcionários, que dedicam muito da sua saúde para tanta lucratividade", cobra Marta Soares.
No ano passado o resultado do Itaú atingiu R$ 15,5 bilhões. Nos três primeiros meses, o banco lucrou mais R$ 4,5 bilhões.
Catarina afirma que vai processar o banco por causa de todo o sofrimento vivido nos últimos meses. "Estou tentando superar a demissão, porque deixei quase 30 anos da minha vida lá dentro. Dá para contar nos dedos de uma mão as vezes em que faltei."
Fonte: Rodolfo Wrolli - Seeb São Paulo
Entre março de 2013 e março de 2014, o Itaú eliminou 2.759 postos de trabalho. Apenas no primeiro trimestre deste ano foram extintos mais 733 empregos. "Esse cenário gera precarização do atendimento aos clientes e sobrecarga de trabalho para os funcionários. Isso acarreta em uma série de outros problemas como assédio moral para o cumprimento de metas impossíveis de serem atingidas e o adoecimento por estresse, por exemplo", avalia a diretora executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo Marta Soares.
A história de Catarina (nome fictício), ex-bancária do Itaú, exemplifica a situação. "No período de 30 dias eu tive três crises de estresse e saí direto da agência para o hospital. Na primeira delas me tranquei na sala do cofre e não consegui abrir nem para a minha colega."
Catarina trabalhava em uma agência localizada na zona leste de São Paulo. A unidade funciona com apenas dois caixas e um gerente operacional. "No dia do primeiro surto, a fila estava enorme. Os clientes começaram a gritar, xingar, e a quebrar a agência. Para eu não bater de frente com eles, tive que me isolar no cofre."
Ela conta que em todas as vezes em que foi hospitalizada, a liberação só foi permitida após consulta com psiquiatra. O diagnóstico: transtorno de pânico. "Minha pressão chegou a 19 por 14. Em uma das vezes me disseram para eu ver se valia a pena continuar vessa vida, porque eu poderia morrer [se continuasse trabalhando no banco]."
Licença e demissão
Depois de passar pelos três surtos, Catarina teve de tirar licença médica e ficou 30 dias afastada. Durante o período, enviou e-mail a gestores do banco denunciando os acontecimentos. A demissão veio no dia em que voltou a trabalhar.
"Não é isso que se espera de um grande banco e sim uma política eficaz de saúde, reabilitação profissional e valorização dos funcionários, que dedicam muito da sua saúde para tanta lucratividade", cobra Marta Soares.
No ano passado o resultado do Itaú atingiu R$ 15,5 bilhões. Nos três primeiros meses, o banco lucrou mais R$ 4,5 bilhões.
Catarina afirma que vai processar o banco por causa de todo o sofrimento vivido nos últimos meses. "Estou tentando superar a demissão, porque deixei quase 30 anos da minha vida lá dentro. Dá para contar nos dedos de uma mão as vezes em que faltei."
Fonte: Rodolfo Wrolli - Seeb São Paulo
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