08/09/2011

Após 9 dias, polícia apura roubo no Itaú, o maior a banco do ano em São Paulo

Com nove dias de atraso, a polícia abriu na terça-feira (6) inquérito para investigar o maior roubo a banco ocorrido no Estado em 2011: o dos cofres do Itaú da Avenida Paulista, no centro de São Paulo. E descobriu que há vítimas que não sabiam que seus cofres haviam sido arrombados. Imagens da entrada do banco são, por enquanto, a principal pista para tentar identificar os bandidos.

O crime aconteceu entre os dias 27 e 28 de agosto. Os bandidos chegaram ao banco às 23h50 do sábado. Quebraram o vidro da agência e entraram no saguão principal. Dominaram um vigia e seguiram para o primeiro subsolo, onde estavam 170 dos 2,5 mil cofres da agência. Ao todo, 151 cofres foram arrombados. Os ladrões saíram às 9h40 do domingo.

Os valores levados pelos criminosos são motivo de especulação na polícia. Há relatos de vítimas que perderam fortunas de até R$ 5 milhões. "Isso pode virar o Banco Central de São Paulo", afirma um delegado do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), referindo-se ao maior ataque a um banco da história do País, o furto de R$ 164 milhões do Banco Central de Fortaleza, ocorrido em 2005, que até virou filme.

Quatro pessoas procuraram a polícia ontem - uma delas foi direto ao gabinete do secretário da Segurança, Antonio Ferreira Pinto. Nesse caso, a pessoa queria saber para quem devia entregar a lista com os objetos levados do cofre que ela alugava no banco.

"O banco informou a delegacia, mas o caso ficou na normalidade burocrática", diz Ferreira Pinto. O Itaú diz que não tem se manifestado sobre o roubo para proteger o sigilo dos clientes.

Ladrões na dianteira

Só na segunda-feira (5) o expediente com o boletim de ocorrência chegou ao Deic, enviado pela delegacia dos Jardins por malote comum usado para a entrega e troca de documentos entre os departamentos da polícia. A normalidade burocrática deu aos bandidos uma semana de dianteira sobre a polícia. "Tem um buraco no caminho", diz o delegado do Deic.

A polícia sabe que os bandidos - seriam 16 ao todo - usavam jalecos cinza como se fossem prestadores de serviço atuando na manutenção da agência bancária. O sistema de alarmes foi desligado na central de monitoramento na hora do crime. Não se sabe por que isso ocorreu.

Os bandidos estavam calmos e chegaram a pedir lanches. Isso despertou na polícia a suspeita de que tivessem apoio externo ou informações sobre o funcionamento da agência. Funcionários do Itaú já foram ouvidos. Ninguém foi preso até terça-feira (6).

Fonte: O Estado de S.Paulo


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