Bancários de Catanduva fazem ‘descarrego’ para acabar com ‘mau olhado’ na agência do Bradesco

O Centro de Catanduva parou, na manhã desta quinta-feira, 1 de outubro, para acompanhar a “sessão de descarrego” promovida pelo Sindicato dos Bancários, em frente à agência do Bradesco da Praça da República, no Centro. De caráter lúdico, a atividade simulava um trabalho de candomblé - um dos cultos mais tradicionais do Brasil, com profundas raízes na cultura de nosso povo – para livrar o banco do “mau olhado”.
“Os gestores desse banco andam precisando de um descarrego, para ver se param de assediar os trabalhadores e de impor metas abusivas aos trabalhadores. Parece que estão com o Exu (um dos orixás) no corpo”, disse o presidente do Sindicato, Paulo Bellucci Franco, o Paulinho.
Das agências bancárias instaladas em Catanduva, as únicas que não aderiram à greve foram as do Bradesco - justamente porque a direção da instituição financeira costuma intimidar funcionários, a fim de impedi-los de participarem da mobilização.
“O Bradesco, ‘coitadinho’, está em dificuldades. Tem lucrado bilhões, nos últimos anos, mas não tem dinheiro para pagar um aumento digno aos funcionários”, ironizou o diretor Amarildo Davoli, que assumirá a presidência do Sindicato, no próximo dia 7.
Amarildo lembrou que o Bradesco foi a empresa que mais apresentou entraves na mesa de negociação da Campanha Nacional 2010. “As outras instituições até que aceitavam pagar um reajuste maior, só que o Bradesco barrou todos os avanços. Se está ocorrendo, grande parte da culpa é do Bradesco”, afirmou.
Quatro figurantes trajados de “pais” e “mães de santo” simularam um trabalho em frente, com direito a imagens de caboclo, vasilhas com oferendas e velas coloridas. O batuque ficou por conta da escola de samba Rosas de Ouro, de Catanduva.
Tão logo o “despacho” teve início, centenas de pessoas passaram a se aglomerar na praça, para acompanhar o protesto. Bancários das agências paralisadas também fizeram questão de assistir ao ato.
A diretoria do Sindicato fez questão de frisar ao público que a luta da categoria contempla demandas da população em geral, como mais segurança nas agências e melhores condições de atendimento aos clientes.
Os sindicalistas também lembraram aos bancários que o direito de greve é garantido pela Constituição, a todos os trabalhadores e que o movimento foi aprovado em Assembleia soberana da categoria, realizada em conformidade com a lei.
Encerrado o “despacho”, o protesto seguiu pela rua Brasil, chamando a atenção das pessoas que caminhavam pelo centro comercial da cidade. O encerramento da atividade ocorreu em frente à sede do Sindicato, na rua Pernambuco.
Os diretores aproveitaram para lembrar aos gestores do BB (que funciona a alguns metros dali) que o “descarrego” também é destinado às demais instituições financeiras da cidade, que se negam a dialogar de igual para igual com a categoria.
Fonte: Redação
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