27/06/2025
Oxfam: 1% dos super-ricos concentra 45% da riqueza global

Um relatório da organização Oxfam divulgado nesta quinta-feira (26) mostra que a desigualdade global segue em trajetória ascendente. Entre 2015 e 2022, o 1% de super-ricos da população mundial acumulou um acréscimo de US$ 33,9 trilhões em patrimônio — o suficiente, segundo a entidade, para erradicar a pobreza global anual 22 vezes, com base na linha de US$ 3 por dia definida pelo Banco Mundial.
Esse grupo de super-ricos — formado por cerca de 77 milhões de pessoas, incluindo bilionários, milionários e indivíduos com renda anual acima de US$ 310 mil — detém atualmente entre 45% e 50% da riqueza global, estimada em US$ 556 trilhões em 2023.
Os 3 mil super-ricos identificados pela Forbes viram sua fortuna crescer em US$ 6,5 trilhões desde 2015, o que hoje representa 14,6% do PIB (Produto Interno Bruto) global.
Em contraste, 3,7 bilhões de pessoas vivem na pobreza, quase metade da população mundial. Juntas, essas pessoas detêm apenas 2,4% da riqueza global — aproximadamente US$ 13,34 trilhões.
Tributação ineficaz dos super-ricos alimenta desigualdade
A Oxfam atribui o agravamento da concentração de renda à ausência de um sistema tributário progressivo e à priorização de fontes privadas no financiamento do desenvolvimento.
Segundo Carolina Gonçalves, coordenadora de Justiça Social e Econômica da Oxfam Brasil, reforça que esse sistema mantém o abismo social. “Temos uma dinâmica tributária regressiva que mantém o abismo entre os muito ricos e os muito pobres. É um sistema que chamamos de oligarquia fiscal”, pontua.
Além disso, ela critica o modelo atual de financiarização, que transforma a dívida pública dos países em desenvolvimento em títulos de investimento para os super-ricos, perpetuando a pobreza e a dependência.
Riqueza privada avança; riqueza pública estagna
Outro dado alarmante do relatório: entre 1995 e 2023, a riqueza privada global cresceu US$ 342 trilhões, enquanto a riqueza pública — patrimônio líquido dos governos — aumentou apenas US$ 44 trilhões, evidenciando um desequilíbrio estrutural.
A Oxfam também alerta que apenas 16% das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estão no caminho certo para serem cumpridas até 2030. O relatório destaca que a emergência climática aumenta a pressão por investimentos públicos em saúde e infraestrutura urbana adaptada.
Para a entidade, enfrentar esse cenário exige tributação mais justa e progressiva — especialmente sobre grandes fortunas. Hoje, os bilionários pagam, em média, apenas 0,3% de sua fortuna em impostos.
G20 e propostas de taxação global
O relatório faz referência à proposta brasileira de um acordo global para a taxação dos super-ricos, lançada durante a presidência do G20 (fórum das 19 nações mais ricas do mundo, além da União Africana e União Europeia).
O documento, intitulado “Do Lucro Privado ao Poder Público: Financiando o Desenvolvimento, Não a Oligarquia”, foi preparado para a 4ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, marcada para 30 de junho em Sevilha, na Espanha.
Esse grupo de super-ricos — formado por cerca de 77 milhões de pessoas, incluindo bilionários, milionários e indivíduos com renda anual acima de US$ 310 mil — detém atualmente entre 45% e 50% da riqueza global, estimada em US$ 556 trilhões em 2023.
Os 3 mil super-ricos identificados pela Forbes viram sua fortuna crescer em US$ 6,5 trilhões desde 2015, o que hoje representa 14,6% do PIB (Produto Interno Bruto) global.
Em contraste, 3,7 bilhões de pessoas vivem na pobreza, quase metade da população mundial. Juntas, essas pessoas detêm apenas 2,4% da riqueza global — aproximadamente US$ 13,34 trilhões.
Tributação ineficaz dos super-ricos alimenta desigualdade
A Oxfam atribui o agravamento da concentração de renda à ausência de um sistema tributário progressivo e à priorização de fontes privadas no financiamento do desenvolvimento.
Segundo Carolina Gonçalves, coordenadora de Justiça Social e Econômica da Oxfam Brasil, reforça que esse sistema mantém o abismo social. “Temos uma dinâmica tributária regressiva que mantém o abismo entre os muito ricos e os muito pobres. É um sistema que chamamos de oligarquia fiscal”, pontua.
Além disso, ela critica o modelo atual de financiarização, que transforma a dívida pública dos países em desenvolvimento em títulos de investimento para os super-ricos, perpetuando a pobreza e a dependência.
Riqueza privada avança; riqueza pública estagna
Outro dado alarmante do relatório: entre 1995 e 2023, a riqueza privada global cresceu US$ 342 trilhões, enquanto a riqueza pública — patrimônio líquido dos governos — aumentou apenas US$ 44 trilhões, evidenciando um desequilíbrio estrutural.
A Oxfam também alerta que apenas 16% das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estão no caminho certo para serem cumpridas até 2030. O relatório destaca que a emergência climática aumenta a pressão por investimentos públicos em saúde e infraestrutura urbana adaptada.
Para a entidade, enfrentar esse cenário exige tributação mais justa e progressiva — especialmente sobre grandes fortunas. Hoje, os bilionários pagam, em média, apenas 0,3% de sua fortuna em impostos.
G20 e propostas de taxação global
O relatório faz referência à proposta brasileira de um acordo global para a taxação dos super-ricos, lançada durante a presidência do G20 (fórum das 19 nações mais ricas do mundo, além da União Africana e União Europeia).
O documento, intitulado “Do Lucro Privado ao Poder Público: Financiando o Desenvolvimento, Não a Oligarquia”, foi preparado para a 4ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, marcada para 30 de junho em Sevilha, na Espanha.
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