08/08/2023

Bradesco lucra mais de R$ 8,8 bilhões no primeiro semestre

O Bradesco obteve Lucro Líquido Recorrente, que exclui efeitos extraordinários no resultado, de R$ 8,8 bilhões, no 1º semestre de 2023. O resultado representa queda de 36,5% em relação ao mesmo período de 2022. Na comparação trimestral, houve crescimento de 5,6%, já que o lucro líquido recorrente no 2º trimestre foi de R$ 4,52 bilhões, frente a R$ 4,28 bilhões do trimestre anterior.

O retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) do banco ficou em 11,1%, decréscimo de 7,1 pontos percentuais (p.p.) em doze meses. De acordo com o relatório do banco, o aumento no resultado com Seguros, Previdência e Capitalização e a melhora gradual da margem com mercado, contribuíram com a absorção do impacto das maiores despesas com PDD (R$ 9,3 bilhões), que continuam pressionadas pelo cenário de endividamento, em especial das micro e pequenas empresas e, nesse caso impactaram negativamente no resultado do semestre em relação ao 1º semestre de 2022.

Mesmo com números tão expressivos, a holding Bradesco encerrou o 1º semestre com 85.284 empregados, com fechamento de 2.845 postos de trabalho em doze meses, 928 no trimestre. Em relação à estrutura física, em doze meses foram fechadas 139 agências, 316 PABs e 245 unidades de negócios. Somente no segundo trimestre, foram fechadas 68 agências; 110 PAB’s e 68 unidades de negócios.

“Como diz nossa campanha: a vergonha continua no Bradesco. Mesmo lucrando bilhões, o banco fecha postos de trabalho e agências físicas. É uma total falta de responsabilidade social, com tremendo desrespeito aos trabalhadores e clientes. Isso precisa acabar”, afirmou Magaly Fagundes, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco.

Júlio César Trigo, diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, avalia que o resultado obtido pelo banco é fruto, sobretudo, do trabalho dos funcionários, que se empenham e se dedicam diariamente pela empresa. "O setor está em excelente saúde financeira. Os dados divulgados demonstram que o banco pode valorizar seus funcionários. E nada mais justo, já que é o trabalho e dedicação desses bancários os responsáveis pela lucratividade da instituição. O Sindicato reforça a luta para que os banqueiros propiciem melhores condições para todos os trabalhadores a partir não só de remuneração mais justa, mas para que os lucros não venham nem à custa da saúde do trabalhador nem a partir de juros altos que emperram o crescimento da economia", destaca Trigo.

Leia aqui os destaques completos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

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