12/02/2021

Banco do Brasil lucrou R$ 13,9 bilhões em 2020, mas insiste em massacrar funcionários



O Banco do Brasil anunciou, nesta sexta-feira (12), que obteve lucro líquido ajustado de R$ 13,9 bilhões em 2020. O resultado poderia ser ainda maior, se não fosse o impacto causado pelo aumento de 47,6% da Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa (PCLD), influenciada pela antecipação de provisões prudenciais, que somaram R$ 8,1 bilhões. A rentabilidade do banco em 2020, mesmo com a pandemia, foi de 10,4%.

“Como pode um banco com esse resultado, que não traz prejuízos para o país, ao contrário, que contribui com recursos para o Tesouro Nacional e, desta forma, ajuda na realização de diversas políticas de desenvolvimento econômico e social, estar sendo tão massacrado pelo governo? A população precisa ter essa informação e saber que, se o Banco do Brasil for privatizado, como prega o governo, o país vai perder”, destacou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.

“As constantes reestruturações pelas quais o banco vem passando, como a que está em andamento neste momento, nada mais são do que a preparação do banco para a privatização. Elas não servem para melhorar a eficiência do banco, como tenta passar o governo. O BB já é mais eficiente do que os bancos privados. A reestruturação prejudica o atendimento à população e aumenta o desemprego. Os bancos privados não se importam com isso, mas o BB, como instituição pública tem que se preocupar. Mas, esse nosso governo também não se preocupa em atender bem a população”, completou o coordenador da CEBB.

Prejuízo para o atendimento

As afirmações de Fukunaga com relação à precarização do atendimento podem ser confirmadas nos dados do balanço divulgado nesta manhã. Ao final de dezembro de 2020, o BB contava com 91.673 funcionários. Uma redução de 1.517 postos de trabalho em doze meses. Ao longo do ano, foram fechados 178 postos de atendimento bancário.

A precarização do atendimento cai sobre as costas dos clientes. Mesmo pagando caro para contar com os serviços do banco. As receitas do BB com as tarifas bancárias e com a cobrança pelos serviços prestados somaram R$ 28,7 bilhões em 2020 e, somente com esse valor, que é irrisório se comparado ao que arrecada com outras transações que realiza, o banco consegue cobrir todas as despesas que tem com os funcionários (salários, PLR e outros) e ainda sobra 32,1% do valor.

“É aquela triste história de pagar caro por um serviço, mas não ser bem atendido quando se precisa dele. E não porque os funcionários não se esforcem para fazer o seu melhor, mas pela falta de agências e de pessoal para prestar o serviço”, explicou o representante dos funcionários.

Protestos

Nesta semana, em que o banco anunciou seus resultados em 2020, os funcionários e sindicatos de bancários de todo o país realizaram protestos contra a reestruturação que está sendo realizada. Na base do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, por exemplo, as manifestações de quarta-feira (10) se concentraram em frente à agência localizada na Rua 7 de Setembro - na região central do município catanduvense, unidade que será fechada com o projeto de desmonte pretendido pela direção do banco.
 

“O plano de reestruturação não foi discutido com os funcionários do banco e com outros setores que serão afetados com o desmonte do BB. Teremos como saldo imediato dessa reestruturação a precarização do atendimento à população, do trabalho bancário e o aumento do desemprego, além de uma redução salarial drástica para os trabalhadores. Sabemos que as medidas pavimentam o caminho para a privatização do Banco do Brasil, intenção já anunciada pela equipe econômica do governo Bolsonaro. É hora de mostrar nossa capacidade de resistência e dizer que estamos dispostos a defender os nossos direitos e a lutar pelo BB público”, ressalta o presidente do Sindicato, Roberto Carlos Vicentim.

O Sindicato irá se opor a qualquer ação ou proposta que venha causar prejuízos aos bancários e à sociedade. Os atos de protestos permanecerão até que o banco aceite negociar e apresente garantias aos trabalhadores. A entidade não se absterá em defender a categoria, seja nas agências ou no judiciário.
Fonte: Contraf-CUT

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