10/11/2020

Onda de demissões no Santander em plena pandemia é notícia na mídia espanhola



As demissões do Santander mesmo em um período de crise como o da pandemia de Covid-19 são pauta não só no Brasil. Na última sexta-feira (6), o site espanhol Diario6 publicou matéria em que explicita as estratégias perversas do banco com demissões em massa em todo o mundo com a justificativa de fazer “reestruturações”.

Com o título “Banco Santander: la perfecta máquina de ejecutar despidos”, algo como “Banco Santander: a máquina perfeita de executar demissões”, o artigo aborda que empregos também estão em jogo no Reino Unido, Portugal e Espanha, além do Brasil. Segue trecho traduzido abaixo:

“No entanto, a Europa não é o único território onde ocorrem demissões. No Brasil, filial que mais beneficia o Grupo Santander, nos momentos mais difíceis da pandemia no país, foi anunciada uma reestruturação que afetou 20% da força de trabalho, ou seja, 9.000 trabalhadores. O Santander desmentiu a notícia publicada pela Folha do São Paulo, segundo a Agência Reuters no dia 10 de junho. No entanto, a organização sindical UNI Global Union emitiu um comunicado 6 dias depois, confirmando as demissões.”

A matéria lembra também dos métodos desumanos, com o banco demitindo pessoas por telefone. Rita Berlofa, presidenta da UNI, fala sobre as demissões. “A posição do Santander no Brasil é inaceitável. Num momento em que nos deparamos com uma gravíssima crise política, financeira e de saúde, em que os trabalhadores gostariam de se sentir protegidos, o que vemos é um descaso com os responsáveis pelos exorbitantes lucros e bônus estratosféricos dos executivos. As demissões afetam a sociedade como um todo e contribuem para o agravamento da crise. (…) Queremos mais diálogo social, respeito aos acordos, trabalhadores e sociedade brasileira”, diz.

O Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região vem há tempos denunciando as arbitrariedades do banco. Em mobilizações públicas e constantes protestos nas redes sociais, a entidade tem exposto à sociedade o quanto a irresponsabilidade do banco espanhol continua comprometendo a vida e a saúde física e mental dos seus funcionários. 

"O Santander insiste no slogan em que pergunta o que pode fazer pelo cliente hoje, mas pratica juros e tarifas abusivas, fecha agências e demite funcionários, precarizando o atendimento. Todos pagam a conta da irresponsabilidade social do banco espanhol. Em nome da lucratividade sem fim e da ganância, destrói famílias e sequer discute o assunto com os representantes dos trabalhadores. Entre os demitidos estão bancárias grávidas, o que desrespeita, inclusive, a Convenção Coletiva de Trabalho, que garante estabilidade provisória à gestante. Não satisfeito, o banco ainda opta pela exploração dos funcionários que permanecem nas agências com metas inalcançáveis num momento que se exige solidariedade aos trabalhadores. Santander, cadê o respeito e a responsabilidade com o Brasil?", indigna-se o diretor do Sindicato, Luiz Eduardo Campolungo.

> Clique aqui para ler a matéria na íntegra (em espanhol).
Fonte: Afubesp, com edição de Seeb Catanduva

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