09/10/2020
Bradesco nega cancelamento e fim das demissões; Luta por empregos vai aumentar
“Pros desafios do presente, experimente o futuro com o Bradesco.” O mote da nova campanha do banco, lançada na semana passada, dá um recado muito triste a seus funcionários. “Daqui para frente podemos esperar demissões, desemprego e falta de compromisso com o que foi acordado. É isso que o Bradesco vai impor aos trabalhadores se continuar com a postura apresentada na reunião desta quinta-feira (08)”, afirmou Magaly Fagundes, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco.
Ela se referia ao encontro por videoconferência, realizado com a COE, no qual a direção do banco negou o cancelamento das 427 demissões realizadas até o momento e a suspensão de qualquer desligamento até 31 de dezembro.
“Foi uma reunião rápida, com negativa para todas as nossas reivindicações. Estamos abertos a novas negociações nas quais podemos achar caminhos diferentes das demissões. Não podemos permitir tamanho desrespeito do banco com os funcionários que fizeram tanto por ele durante essa pandemia”, declarou Magaly.
Quando cobrado sobre o compromisso assumido no início da pandemia do coronavírus (Covid-19), o banco disse que as condições iam até maio e que os “ajustes” são por conta da restruturação. O movimento sindical discorda e garante que era até o final da pandemia, que ainda não acabou.
Por isso, na próxima terça-feira (13), os funcionários do banco devem se juntar ao movimento sindical no tuitaço contra as demissões, a partir das 11h, com as hashtags #BradescoNãoDemita #BradescoPenseNoFuturo.
Eles fazem campanha falando que estão se preparando para o futuro, mas se esquecem de pensar no futuro das famílias que estão desabrigando neste momento.
"Apesar do socorro dado pelo governo Bolsonaro para os bancos privados, os banqueiros têm aproveitado da crise da pandemia para aprofundar a política de demissões na categoria. Mas, não iremos aceitar calados que o Bradesco, assim como os demais bancos, descumpra o compromisso público que assumiu com o movimento sindical e com os trabalhadores e promova demissões de pais e mães de família em meio à maior crise sanitária que o país já viveu nos últimos 100 anos", acrescenta o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Júlio César Trigo.
"O Bradesco revela sua face carrasca. Só lucrar parece não bastar. O banco não passa por dificuldade financeira, pelo contrário. O lucro no primeiro semestre deste ano somou quase R$ 7 bilhões. Enquanto lucra com o esforço e dedicação dos bancários, a realidade dentro das agências é de todo o tipo de arbitrariedade, pressão e assédio moral. Há, ainda, a previsão de fechamento de diversas agências em todo o país, o que aumenta ainda mais o risco de desligamentos, que além de ser uma prática desumana contribui para o agravamento da crise econômica com o aumento do desemprego e a perda da renda dessas famílias. Com demissões em massa, há sobrecarga de trabalho e precarização do atendimento, ou seja, os clientes também são prejudicados. Cadê a responsabilidade social com a sociedade, Bradesco? Cadê o compromisso com seus trabalhadores? Valorizar o funcionário é, antes de tudo, garantir o emprego e a qualidade das condições de saúde e de trabalho", indigna-se Trigo.
Outras demissões
Sobre demissões de bancários em tratamento de saúde ou em estabilidades previstas pela CCT, o Bradesco acatou a reivindicação do movimento sindical e irá rever os casos individualmente, conforme o Sindicato comunicar o banco sobre os mesmos. O bancário que for demitido em tratamento de saúde, ou dentro das estabilidades asseguradas pela CCT, deve procurar o Sindicato imediatamente.
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