13/02/2020

Antissindical: Santander quer jogar seu autoritarismo nas costas dos sindicatos

 

(Foto: Freepik)


Depois de tentar fazer caridade com o chapéu dos bancários, o Santander agora quer jogar o peso de seu autoritarismo nas costas do movimento sindical. Isso porque o banco decidiu cancelar todas as doações para instituições de caridade que havia proposto aos seus trabalhadores, mesmo os que decidiram participar da ação.

Em nota enviada aos trabalhadores na terça-feira (11), o Santander disse que não poderia seguir com o "modelo proposto" por conta das ações movidas pelos sindicatos, e que o valor a ser descontado seria semelhante à contribuição sindical. A medida do banco, novamente autoritária, contraria decisão judicial favorável ao movimento sindical e que diz que o Santander só pode descontar o valor da doação dos trabalhadores que autorizaram expressamente o desconto.

O banco foi procurado diversas vezes pelas entidades representativas com o objetivo de dialogar sobre este desconto, mas não quis escutar os trabalhadores. Em um país como o Brasil, a solidariedade e empatia são importantes e o que os sindicatos querem é que o direito dos trabalhadores, em escolher doar ou não, seja respeitado.

“A ação proposta é bastante positiva, embora desconsidere a legislação, que prega a necessidade de autorização pelo trabalhador de qualquer desconto em sua conta. A iniciativa seria mais coerente se a contribuição fosse feita de maneira voluntária pelos bancários e se os executivos encabeçassem a ação solidária, considerando, ainda, como base de desconto o total da remuneração variável”, explicou o secretário geral do Sindicato do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Júlio César Trigo.

A postura do banco é antissindical, e tentar comparar a cobrança da taxa negocial ou do imposto sindical com o desconto compulsório que o Santander havia proposto é desonesto.

As taxas sindicais são parte de processos democráticos, onde os trabalhadores são convocados para assembleias, votam e decidem o percentual a ser cobrado. O Sindicato é forte porque tem a participação democrática dos bancários na composição dos recursos para fazer a luta.

O Santander poderia ser solidário não demitindo pais e mães de família, agravando assim o desemprego no país. Outra forma de exercer a solidariedade é não pressionar ou assediar moralmente os trabalhadores para aumentar seu lucro astronômico. Ou ainda: poderia destinar apenas 1% de seu lucro no país para as instituições de caridade, não precisando, assim, descontar compulsoriamente dos salários de todos os bancários.
Fonte: Seeb SP, com edição de Seeb Catanduva

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