10/02/2020
Vai vendo: mesmo com lucro de R$ 25,8 bi, presidente do Bradesco ameaça demitir
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O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari
(Foto: Wikicommons)
Octavio de Lazari, presidente do Bradesco, afirmou que o banco pode demitir metade o departamento de auditoria, que conta hoje com 372 pessoas, caso a reforma tributária seja aprovada.
“O Bradesco tem 372 funcionários no departamento de auditoria só para cuidar de impostos. Se for simplificado, poderia ter metade. Diminuir o número de impostos tiraria um custo importante das empresas”, disse, em entrevista na edição da última quinta-feira (6) do jornal O Estado de S.Paulo.
Na semana passada, o Bradesco anunciou que teve um lucro de R$ 25,8 bilhões em 2019, primeiro ano de condução da política econômica por Paulo Guedes e Jair Bolsonaro. O montante fez com que o banco crescesse 20% no ano.
O balanço do Bradesco também revela que o banco extinguiu 1.943 postos de trabalho em apenas 3 meses.
Muito infeliz a declaração do presidente do Bradesco diante do lucro exorbitante que o banco obteve. Com R$ 25 bilhões de lucro, os funcionários sobrecarregados, o número de adoecimentos aumentando pela pressão por cobrança de metas e resultados cada vez maiores, o que o funcionário do Bradesco pode esperar do banco é demissão? Então o bancário do Bradesco já tem um motivo para se mobilizar contra essa reforma.
O sistema financeiro é o maior apoiador das reformas de Temer e Bolsonaro, que retiram direitos. E a intenção deles com isso é clara e não tem pudor algum de esconder: reduzir postos de trabalho, direitos trabalhistas e sociais.
O diretor do Sindicato dos Bancário de Catanduva e Região, Júlio César Trigo, defende que uma reforma tributária justa para o país deveria ser orientada pela progressividade dos impostos, revisão dos impostos de consumo e aumento dos impostos sobre renda e patrimônio (tributação sobre herança e riqueza, lucros e dividendos), visando à simplificação, à transparência e ao combate à sonegação. E aquilo que fosse arrecadado com esses impostos financiasse políticas públicas para toda a população como é feito nos países desenvolvidos.
"O sistema tributário é nitidamente injusto, pois atende mais aos interesses individuais do que coletivos. Precisamos de um projeto que aumente as oportunidades de emprego e renda, sem reduzir a contratação ou os salários, ampliar os serviços públicos de forma eficiente e gratuita para toda a população, especialmente em saúde, educação e seguridade social. Um desenvolvimento igualitário se dá com tributação justa", defende.
Trigo ressalta, ainda, que o Bradesco deveria vir a público comemorar o lucro e anunciar que vai contratar mais para retribuir ao país com empregos um pouco do que lucra e não vir a público anunciar demissões.
"O lucro do Bradesco é suficiente para que a instituição faça contratações necessárias, de forma que o cliente tenha um melhor atendimento e os bancários não sofram com a sobrecarga de trabalho. O banco deve cumprir com sua responsabilidade social. Essa declaração deve ser um estímulo para fortalecer a luta dos trabalhadores em prol da manutenção e garantia de empregos e impedir os efeitos prejudiciais dessa política neoliberal”, finaliza o dirigente.
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