Mesmo com mais de R$ 5 bilhões de lucro, Bradesco corta 9.051 postos de trabalho
Mesmo com um lucro de R$ 5,102 bilhões no 1º trimestre de 2018, que representa aumento de 9,8%, em relação ao mesmo período de 2017, e de 4,9%, na comparação com dezembro de 2017, o Bradesco cortou 9.051 postos de trabalho. O Banco encerrou o 1º trimestre de 2018 com 97.593 empregados. A redução se deve ao Plano de Desligamento Voluntário Especial (PDVE) que, de acordo com o banco, teve 7,4 mil adesões. No período, ainda, foram fechadas 414 agências e 63 postos de atendimento (PA).
“O Bradesco continua a mostrar sua falta de responsabilidade social. Não há explicação para o banco que acumula lucros tão exorbitantes fechar tantos postos de trabalho, agências e postos de atendimento. Este é o momento de cobrarmos mais contratações, para melhorar as condições de trabalho dos bancários e o atendimento aos clientes”, afirmou Gheorge Vitti, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados da COE Bradesco.
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O retorno sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado (ROE) ficou em 18,6%, com aumento de 0,6 p.p. em doze meses. Segundo o Banco, o lucro líquido recorrente do período foi impulsionado pela boa performance das receitas de prestação de serviços em 12 meses, e das despesas operacionais (pessoal e administrativas); assim como pela redução nas despesas com PDD, que também impactaram o resultado operacional.
A Carteira de Crédito do banco apresentou queda de 3,2% em doze meses e atingiu R$ 486,6 bilhões. No trimestre a queda foi de 1,3%. As operações com pessoas físicas (PF) cresceram 3,5% em relação a março de 2017, chegando a R$ 177,8 bilhões. Já as operações com pessoas jurídicas (PJ) alcançaram R$ 308,8 bilhões, com queda de 6,7% em doze meses. Os produtos que apresentaram maior destaque para PF foram o crédito pessoal consignado (alta de 13,4%) e o CDC/Leasing Veículos (cresceu 10,0%). O imobiliário apresentou crescimento de 5,5% no período. Para PJ, a principal queda ocorreu na conta de Grandes Empresas (-7,5%), nas operações com micro, pequenas e médias empresas, a queda foi de 4,7%. O Índice de Inadimplência superior a 90 dias apresentou redução de 0,3 p.p em doze meses, ficando em 4,4%. As despesas de provisão para devedores duvidosos (PDD) foram reduzidas em 44,7%, totalizando R$ 4,6 bilhões.
A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 4,3% em doze meses, totalizando R$ 6,0 bilhões. Já as despesas de pessoal ficaram praticamente estáveis em doze meses, num total próximo a R$ 4,9 bilhões. A cobertura destas despesas pelas receitas secundárias do banco, no período, foi de 123,7%.
Sobrecarga e piora no atendimento para muitos e mais ganhos para poucos
O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Luiz Eduardo Campolungo, destaca que a redução de postos de trabalho implica na maneira direta na qualidade do atendimento oferecido à população.
"Com menos funcionários nas agências, o atendimento tende a se tornar precarizado. Além de gerar inúmeras reclamações, a diminuição de vagas resulta em um problema ainda mais grave: aumento da sobrecarga de trabalho para os bancários remanescentes. O Sindicato tem recebido diversas denúncias de trabalhadores que não aguentam mais tanta pressão e assédio, o que é agravado ainda mais pela política de gestão focada na intensa cobrança de metas pelas diretorias regionais. Não podemos admitir esse tratamento aos funcionários, responsáveis pelos ótimos resultados do Bradesco", defende Campolungo.
Se os clientes encararam a piora no atendimento e os funcionários enfrentam a sobrecarga causadas pelo cortes de postos de trabalho, para os diretores do Bradesco a história foi outra. Os 96 executivos do banco receberam cerca de R$ 6,5 milhões em 2017 (10% a mais do que em 2016), valor que representa 122 vezes mais do que escriturário ganhou no ano (R$ 53,4 mil).
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