Mais desmonte: Funcionários do BB não podem sofrer com fim do Banco Postal

Desde que o governo Temer tomou o Brasil de golpe, não tem um dia que não apareça uma notícia ruim para os trabalhadores e para a população em geral. Agora é o fechamento de 1.880 agências do Banco Postal em 12 estados do país. Os mais atingidos serão Bahia, Piauí, Rio Grande do Norte e Ceará.
Mais de 137 mil aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) devem ser afetados com a migração do pagamento de seus benefícios para outras agências bancárias e até para outros municípios. Do total, 56,7 mil passarão a receber os benefícios em agências do Banco do Brasil, que detém o contrato de operação do Banco Postal.
O movimento sindical sempre insistiu que os serviços bancários repassados aos Correios fossem realizados pelos bancos. Com o fechamento das unidades, milhares de brasileiros que dependem desse tipo de atendimento ficarão desassistidos, o que é inaceitável.
Outra preocupação é em relação aos bancários do BB, já sobrecarregados, e que terão de assimilar mais essas tarefas. O quadro de funcionários da instituição foi reduzido em 10 mil empregados e mais de 400 agências foram fechadas, consequência da reestruturação promovida pelo banco.
O presidente dos Correios, Guilherme Campos, disse em audiência pública no Senado ter consciência de que o fechamento do Banco Postal afeta de maneira profunda vários municípios em que não há agências bancárias. “Não temos condições de subsidiar o Banco Postal em localidade que não seja lucrativa.”
Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região Roberto Carlos Vicentim, trata-se de mais um passo do governo Temer rumo ao desmonte e à consequente privatização das empresas públicas. "Essas instituições devem estar sempre à serviço da população e, para isso, é preciso oferecer condições dignas aos bancários em vez de de promover ainda mais a sobrecarga de trabalho. Cobramos mais contratações por meio de concurso público e que a direção do BB reveja o fechamento das agências, o que prejudica não só os trabalhadores, mas toda a população."
Sem condições – Os Correios alegam não ter condições de arcar com o custo dos serviços de vigilância e equipamentos de segurança determinados pela Justiça em diversas cidades.
Pelo contrato vigente entre BB e Correios, os custos para contratação de vigilantes são responsabilidade dos Correios. Entretanto, o BB e Correios mantêm negociações para encontrar alternativas que permitam a manutenção de parte dos pontos de atendimento”, informou o Banco do Brasil ao jornal Valor Econômico, por meio da assessoria. Segundo o BB, o contrato com os Correios permanece vigente e permitirá o atendimento em mais de 4 mil pontos que permanecerão abertos: “os pagamentos do BB referentes ao contrato do Banco Postal serão reduzidos proporcionalmente ao número de pontos encerrados.
O Banco Postal foi assumido pelo BB em janeiro de 2012, no lugar do Bradesco, em um contrato que terminaria no ano passado. Diante do desinteresse de outras instituições, banco e Correios assinaram acordo por mais 36 meses.
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