02/09/2020
Bancários se destacam nas negociações do 2º semestre com conquistas para trabalhadores
(Foto: Seeb/SP)
*Por Ivone Silva
A Campanha Nacional Unificada de 2020 entra para a história como uma das mais difíceis em função de uma conjuntura política e econômica nada favorável e uma pandemia mundial. Tivemos uma dura negociação com os bancos durante 15 rodadas e algumas madrugadas cobrando o avanço e a manutenção dos nossos direitos.
Em assembleia virtual, os bancários da nossa base aprovaram a proposta nos dias 30 e 31 de agosto. Sabemos que a proposta aprovada em assembleia não beneficia somente os bancários, mas o país. E, ao contrário do que afirma o ministro da economia, Paulo Guedes, o aumento na renda dos trabalhadores não o condena ao desemprego, ou afunda a economia. A valorização da sua renda aquece a economia e diminui a inadimplência.
O acordo dos bancários será de dois anos e garante, em 2020, 1,5% de reajuste nos salários, mais abono de R$ 2 mil para todos, e reposição da inflação (INPC estimado em 2,74%) nas demais verbas como VA e VR, bem como nos valores fixos da PLR. E, para 2021, prevê reposição do INPC + 0,5% de aumento real para salários e demais verbas. Além disso, todas as cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria foram mantidas.
Com essas conquistas, o reajuste de salários, vales, o abono e a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) injetará na economia um valor total de R$ 8,1 bilhões em um ano, de acordo com dados do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socieconômicas (Dieese).
Somente o impacto da PLR é de R$ 6,2 bilhões na economia. O reajuste salarial, incluído o abono, vai implicar na injeção de mais R$ 1,7 bilhão.
Restaurantes, lanchonetes e supermercados de todo o país também terão um alívio com a injeção de outros R$ 223 milhões, referentes ao reajuste dos vales refeição e alimentação.
Nossa CCT é uma referência para todos os trabalhadores. Avançamos porque estamos unidos nacionalmente em sindicatos fortes e combativos, que conquistaram o respeito bancários ao longo de décadas. Nenhuma cláusula foi fácil, todas tiveram de se discutidas e negociadas, a partir dos nossos dados econômicos e sociais. Sabemos dos nossos direitos e respondemos aos banqueiros na mesa de negociação que os trabalhadores têm de receber sua parte nos lucros, com garantia de direitos.
Nossa luta é diária. Estamos em negociação desde março, com o início da pandemia, em defesa da vida de cada trabalhador. Avançamos e queremos avançar mais!
É importante que cada trabalhador tenha consciência do fortalecimento de sua entidade de classe. Nossa vitória só foi possível com a participação de cada um de vocês, nas redes sociais, mobilizados contra a retirada de direitos. Os banqueiros recuaram porque sabem da nossa força.
Agradeço a todos, nossa categoria é um exemplo de união e conquistas.
Não há Sindicato sem a sua participação! Precisamos estar unidos nessa conjuntura desfavorável para nós trabalhadores. Participe, se associe ao Sindicato e vamos juntos na luta!
*Ivone Silva é presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que negocia diretamente com a Fenaban.
A Campanha Nacional Unificada de 2020 entra para a história como uma das mais difíceis em função de uma conjuntura política e econômica nada favorável e uma pandemia mundial. Tivemos uma dura negociação com os bancos durante 15 rodadas e algumas madrugadas cobrando o avanço e a manutenção dos nossos direitos.
Em assembleia virtual, os bancários da nossa base aprovaram a proposta nos dias 30 e 31 de agosto. Sabemos que a proposta aprovada em assembleia não beneficia somente os bancários, mas o país. E, ao contrário do que afirma o ministro da economia, Paulo Guedes, o aumento na renda dos trabalhadores não o condena ao desemprego, ou afunda a economia. A valorização da sua renda aquece a economia e diminui a inadimplência.
O acordo dos bancários será de dois anos e garante, em 2020, 1,5% de reajuste nos salários, mais abono de R$ 2 mil para todos, e reposição da inflação (INPC estimado em 2,74%) nas demais verbas como VA e VR, bem como nos valores fixos da PLR. E, para 2021, prevê reposição do INPC + 0,5% de aumento real para salários e demais verbas. Além disso, todas as cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria foram mantidas.
Com essas conquistas, o reajuste de salários, vales, o abono e a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) injetará na economia um valor total de R$ 8,1 bilhões em um ano, de acordo com dados do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socieconômicas (Dieese).
Somente o impacto da PLR é de R$ 6,2 bilhões na economia. O reajuste salarial, incluído o abono, vai implicar na injeção de mais R$ 1,7 bilhão.
Restaurantes, lanchonetes e supermercados de todo o país também terão um alívio com a injeção de outros R$ 223 milhões, referentes ao reajuste dos vales refeição e alimentação.
Nossa CCT é uma referência para todos os trabalhadores. Avançamos porque estamos unidos nacionalmente em sindicatos fortes e combativos, que conquistaram o respeito bancários ao longo de décadas. Nenhuma cláusula foi fácil, todas tiveram de se discutidas e negociadas, a partir dos nossos dados econômicos e sociais. Sabemos dos nossos direitos e respondemos aos banqueiros na mesa de negociação que os trabalhadores têm de receber sua parte nos lucros, com garantia de direitos.
Nossa luta é diária. Estamos em negociação desde março, com o início da pandemia, em defesa da vida de cada trabalhador. Avançamos e queremos avançar mais!
É importante que cada trabalhador tenha consciência do fortalecimento de sua entidade de classe. Nossa vitória só foi possível com a participação de cada um de vocês, nas redes sociais, mobilizados contra a retirada de direitos. Os banqueiros recuaram porque sabem da nossa força.
Agradeço a todos, nossa categoria é um exemplo de união e conquistas.
Não há Sindicato sem a sua participação! Precisamos estar unidos nessa conjuntura desfavorável para nós trabalhadores. Participe, se associe ao Sindicato e vamos juntos na luta!
*Ivone Silva é presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que negocia diretamente com a Fenaban.
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