12/02/2025
Análise da Afubesp: Santander coloca showbiz na frente dos direitos dos trabalhadores no Brasil
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*Por Afubesp
Foi noticiado no dia 6 de fevereiro por um colunista de um jornal de grande circulação que o Santander, supostamente, fechou contrato com a Prefeitura do Rio de Janeiro para patrocinar a vinda da cantora Lady Gaga para shows gratuitos na praia de Copacabana em maio. Os valores ainda não foram divulgados – porém, pela estatura da artista internacional, os cifrões não devem ser nada modestos.
Ao mesmo tempo, o próprio banco divulgou em seu mais recente balanço os lucros obtidos no ano passado. Com alta rentabilidade, o lucro da instituição financeira cresceu 48,6% em 2024 – o lucro líquido gerencial foi de R$ 13,872 bilhões. Como é recorrente, só os ganhos do Santander Brasil foram responsáveis por 19,26% do total global.
Nem é preciso dizer: o resultado é fruto do suor e esforço dos trabalhadores. Os aposentados do Banespa que tanto contribuíram para o sucesso financeiro do espanhol Santander lutam hoje pela manutenção e boa gestão de seu fundo de pensão, o Banesprev, e do plano de saúde, Cabesp, ameaçados concomitantemente pelo banco com retirada de direitos. Depois de contribuírem anos a fio, aposentados seguem agoniados sem saber com o que podem contar no futuro.
Maria Rosani, presidenta da Afubesp, critica o movimento do banco. “O Santander se preocupa tanto em investir em propaganda e ampliar sua visibilidade, mas esquece das pessoas que são responsáveis pelo seu lucro”, diz.
Os dois assuntos se interligam quando colocamos na mesa as práticas do banco para chegar a lucros astronômicos. Só em relação aos clientes, as tarifas bancárias aumentaram 10,9% em arrecadação, o que salta aos olhos. Em vez de investir em contratações, o Santander prefere aumentar os bônus dos executivos e acionistas.
O Santander vê sentido entrar para o panteão dos bancos que financiam grandes shows, como é o caso do Itaú com a vinda de Madonna, mas não considera necessário cumprir a responsabilidade social com o país. Não há equilíbrio. Somente 35 vagas foram abertas no ano passado na holding. Qual a prioridade, afinal?
Além de não contratar, o Santander fecha agências apostando no atendimento online e pelos aplicativos – mesmo com o aumento de 4% no quadro de clientes. Enquanto isso, a sobrecarga pesa nos ombros dos trabalhadores que correm atrás de metas inalcançáveis.
Já a onda de terceirizações escandalosas, em que milhares de bancários perdem seus direitos trabalhistas, é um desafio atualíssimo.
Longe de o problema ser a arte, a música, ou a Lady Gaga. É grave, sim, a falta de olhar humano aos brasileiros, na qualidade dos funcionários da ativa e aposentados. Nesse jogo de marketing, para o Santander, vale associar sua imagem à das grandes estrelas internacionais – porém, deixar quem trabalha para o crescimento de sua riqueza a ver navios.
Foi noticiado no dia 6 de fevereiro por um colunista de um jornal de grande circulação que o Santander, supostamente, fechou contrato com a Prefeitura do Rio de Janeiro para patrocinar a vinda da cantora Lady Gaga para shows gratuitos na praia de Copacabana em maio. Os valores ainda não foram divulgados – porém, pela estatura da artista internacional, os cifrões não devem ser nada modestos.
Ao mesmo tempo, o próprio banco divulgou em seu mais recente balanço os lucros obtidos no ano passado. Com alta rentabilidade, o lucro da instituição financeira cresceu 48,6% em 2024 – o lucro líquido gerencial foi de R$ 13,872 bilhões. Como é recorrente, só os ganhos do Santander Brasil foram responsáveis por 19,26% do total global.
Nem é preciso dizer: o resultado é fruto do suor e esforço dos trabalhadores. Os aposentados do Banespa que tanto contribuíram para o sucesso financeiro do espanhol Santander lutam hoje pela manutenção e boa gestão de seu fundo de pensão, o Banesprev, e do plano de saúde, Cabesp, ameaçados concomitantemente pelo banco com retirada de direitos. Depois de contribuírem anos a fio, aposentados seguem agoniados sem saber com o que podem contar no futuro.
Maria Rosani, presidenta da Afubesp, critica o movimento do banco. “O Santander se preocupa tanto em investir em propaganda e ampliar sua visibilidade, mas esquece das pessoas que são responsáveis pelo seu lucro”, diz.
Os dois assuntos se interligam quando colocamos na mesa as práticas do banco para chegar a lucros astronômicos. Só em relação aos clientes, as tarifas bancárias aumentaram 10,9% em arrecadação, o que salta aos olhos. Em vez de investir em contratações, o Santander prefere aumentar os bônus dos executivos e acionistas.
O Santander vê sentido entrar para o panteão dos bancos que financiam grandes shows, como é o caso do Itaú com a vinda de Madonna, mas não considera necessário cumprir a responsabilidade social com o país. Não há equilíbrio. Somente 35 vagas foram abertas no ano passado na holding. Qual a prioridade, afinal?
Além de não contratar, o Santander fecha agências apostando no atendimento online e pelos aplicativos – mesmo com o aumento de 4% no quadro de clientes. Enquanto isso, a sobrecarga pesa nos ombros dos trabalhadores que correm atrás de metas inalcançáveis.
Já a onda de terceirizações escandalosas, em que milhares de bancários perdem seus direitos trabalhistas, é um desafio atualíssimo.
Longe de o problema ser a arte, a música, ou a Lady Gaga. É grave, sim, a falta de olhar humano aos brasileiros, na qualidade dos funcionários da ativa e aposentados. Nesse jogo de marketing, para o Santander, vale associar sua imagem à das grandes estrelas internacionais – porém, deixar quem trabalha para o crescimento de sua riqueza a ver navios.
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