27/01/2020
Ivone Silva: ataques perpetrados pelo governo colocam a cultura e a educação em risco
Confira abaixo o artigo da coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Ivone Silva, no qual ela aborda o caso Roberto Alvim e os frequentes ataques contra a educação e a cultura perpetrados pelo governo Bolsonaro.
Cultura e educação em risco
O atual governo Bolsonaro parece não ter limite. Recentemente, a população assistiu mais um triste episódio, com o ex-secretário da cultura Roberto Alvim, copiando um discurso com as mesmas palavras de uma fala de Joseph Goebbels, o ministro da Propaganda na Alemanha nazista, regime que matou 6,5 milhões de judeus, durante a 2ª Guerra Mundial, e exterminou mais de 50 milhões de pessoas.
No vídeo, Alvim diz: "A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo, ou então não será nada", frase semelhante a proferida por Goebbels, de acordo com a biografia do ideólogo nazista. A frase ‘uma mentira dita mil vezes se torna uma verdade’ também é atribuída a Goebbels, um dos principais aliados de Hitler, responsável por difundir o nazismo na Alemanha.
Infelizmente, esse não foi um ato isolado. Ao assumir o cargo de diretor do Centro de Artes Cênicas da Funarte (Fundação Nacional das Artes), Alvim publicou um post em seu Facebook convocando "artistas de teatro conservadores" para criar uma "máquina de guerra cultural". Em outra postagem, fez um texto dividindo a arte em "arte de esquerda" e "arte de direita".
O direcionamento político e ideológico do governo tem como objetivo a segregação da cultura, e a asfixia da democracia. Sem pensamento livre, não há como contestar, nem se mobilizar com senso crítico.
A perseguição também aconteceu na área da educação, em inúmeros episódios. Esse ano, o presidente Jair Bolsonaro declarou que os livros didáticos no Brasil têm “muita coisa escrita” e que seria preciso “suavizar”. Anunciou que em 2021 todos os livros serão reformulados.
Importante lembrar que, durante a ditadura, o regime militar brasileiro impôs a censura contra livros que considerava perigosos, subversivos ou imorais. E também perseguiu intelectuais, professores, artistas, cientistas e atacou às universidades e opositores. Assim como em qualquer ditadura, alega que só uma ideologia é eficaz para a nação, por isso o assombro da sociedade com a fala de Roberto Alvim.
Não há como amenizar esses atos, que trazem sérias consequências para o para o país. Ao contrário dos governos progressistas que criaram o PROUNI, SISU, FIES, Ciência sem Fronteiras, o atual governo investe na destruição desses programas e da destruição do pensamento crítico em geral.
E os reflexos dessa destruição já se fazem sentir na vida prática das pessoas, por exemplo, com o erro na correção do Enem de 2019 prejudicando milhares de estudantes que sonham em entrar na universidade.
O país atravessa uma profunda crise econômica sem emprego e renda decente para a população e essa crise vai se alastrando e se transformando em crise na saúde, na educação, na cultura. É hora de reagirmos.
Cultura e educação em risco
O atual governo Bolsonaro parece não ter limite. Recentemente, a população assistiu mais um triste episódio, com o ex-secretário da cultura Roberto Alvim, copiando um discurso com as mesmas palavras de uma fala de Joseph Goebbels, o ministro da Propaganda na Alemanha nazista, regime que matou 6,5 milhões de judeus, durante a 2ª Guerra Mundial, e exterminou mais de 50 milhões de pessoas.
No vídeo, Alvim diz: "A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo, ou então não será nada", frase semelhante a proferida por Goebbels, de acordo com a biografia do ideólogo nazista. A frase ‘uma mentira dita mil vezes se torna uma verdade’ também é atribuída a Goebbels, um dos principais aliados de Hitler, responsável por difundir o nazismo na Alemanha.
Infelizmente, esse não foi um ato isolado. Ao assumir o cargo de diretor do Centro de Artes Cênicas da Funarte (Fundação Nacional das Artes), Alvim publicou um post em seu Facebook convocando "artistas de teatro conservadores" para criar uma "máquina de guerra cultural". Em outra postagem, fez um texto dividindo a arte em "arte de esquerda" e "arte de direita".
O direcionamento político e ideológico do governo tem como objetivo a segregação da cultura, e a asfixia da democracia. Sem pensamento livre, não há como contestar, nem se mobilizar com senso crítico.
A perseguição também aconteceu na área da educação, em inúmeros episódios. Esse ano, o presidente Jair Bolsonaro declarou que os livros didáticos no Brasil têm “muita coisa escrita” e que seria preciso “suavizar”. Anunciou que em 2021 todos os livros serão reformulados.
Importante lembrar que, durante a ditadura, o regime militar brasileiro impôs a censura contra livros que considerava perigosos, subversivos ou imorais. E também perseguiu intelectuais, professores, artistas, cientistas e atacou às universidades e opositores. Assim como em qualquer ditadura, alega que só uma ideologia é eficaz para a nação, por isso o assombro da sociedade com a fala de Roberto Alvim.
Não há como amenizar esses atos, que trazem sérias consequências para o para o país. Ao contrário dos governos progressistas que criaram o PROUNI, SISU, FIES, Ciência sem Fronteiras, o atual governo investe na destruição desses programas e da destruição do pensamento crítico em geral.
E os reflexos dessa destruição já se fazem sentir na vida prática das pessoas, por exemplo, com o erro na correção do Enem de 2019 prejudicando milhares de estudantes que sonham em entrar na universidade.
O país atravessa uma profunda crise econômica sem emprego e renda decente para a população e essa crise vai se alastrando e se transformando em crise na saúde, na educação, na cultura. É hora de reagirmos.
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