A importância do controle social na política da Pessoa Portadora de Necessidades Especiais
É fato. Todo dia comemora-se algo. O dia 3 de dezembro guarda, de fato, uma comemoração especial porque celebra o Dia Internacional da Pessoa Com Deficiência.
Sim, temos que comemorar! Certamente, foram muitos avanços obtidos. Hoje, temos leis, como por exemplo, leis de cotas, uma atitude brasileira da inclusão. Mas… será? Temos convicção sobre isto? É fato?
Na verdade, as Pessoas Com Deficiência (PCDs) ainda são vistas como objeto de desprezo e rejeição, não toleradas na convivência social ou, quando são, isso é decorrência de pena, dó.
Os bancos e as empresas, por exemplo, não cumprem a lei que determina que empresas com mais de 100 empregados devem contratar pessoas com deficiência. Com isso, impõem barreiras ao avanço da inclusão.
Tais empresas se “santificam” em publicidades na TV e em veículos de imprensa de grande circulação. Mas, pecam em atitudes verdadeiras que poderiam amenizar os problemas sociais, entre eles a inclusão de PCDs. Se adotassem atitudes nos locais de trabalho, espaços públicos e privados favoreciam a inclusão. Mas, sem atitudes de buscar a real inclusão, as Pessoas Com Deficiência encontrarão muitas dificuldades para viver e conviver em sociedade.
Coisas simples e cotidianas passam despercebidas numa sociedade preocupada apenas em vender sua energia (trabalho) para comprar (consumir) um bem estar. Restaurante, por exemplo, que não tem sequer um cardápio em braile, tampouco banheiro acessível, guia, tradutor de libras etc.
Mas, nem todos deixam de perceber estas e outras questões, mesmo não sendo PCD. Por saber disso e para buscar que mais pessoas tenham essa atitude, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e seu Coletivo de Gênero Raça, Orientação Sexual, Trabalhadores e Trabalhadoras com Deficiência (CGROS) lançaram a Campanha Nacional de Combate à Discriminação com o lema NÃO É PRECISO SER PARA SENTIR. Em uma verdadeira atitude para sensibilizar o conjunto da sociedade de que não é preciso ser uma Pessoa com Deficiência para sentir que existem adversidades, preconceito e discriminação que precisam ser enfrentadas.
As Pessoas Com Deficiência têm o direito de ir e vir, de estudar, trabalhar e, principalmente, de fazer suas próprias escolhas. As Pessoas com Deficiência devem exercer suas atividades em igualdade de condições. A Contraf-CUT intensifica a luta pela efetividade das políticas públicas, sobretudo para assegurar a dignidade da pessoa humana.
Não aceitaremos os efeitos da vulnerabilidade do Estado Democrático de Direito que tentam enfraquecer o que conquistamos nos últimos anos na relação capital e trabalho. O Governo Temer cede espaço para ações que esfarelam os valores básicos da igualdade de tratamento e oportunidade, da justiça social, do respeito e dignidade da pessoa humana e do bem-estar.
Não daremos nenhum passo atrás. Sempre teremos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza e temos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades.
Feliz 3 de dezembro!
* Neil Emídio Junior é membro do Coletivo de Gênero Raça, Orientação Sexual, Trabalhadores e Trabalhadoras com Deficiência (CGROS) da Contraf-CUT e diretor da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT/PR).
Fonte: Contraf-CUT
MAIS ARTIGOS
- Bancários são CLT Premium?
- Primeira mesa com banqueiros vai discutir o emprego bancário
- Algoritmos a serviço do lucro e da propagação do discurso de ódio
- PLR é resultado da luta dos trabalhadores!
- Banesprev: O Plano II e as contribuições extraordinárias
- Impacto da inteligência artificial nos empregos: tecnologia não pode ser vilã
- CABESP: Fraude e Desperdício na área da Saúde
- Reajuste salarial dos bancários representa acréscimo anual de R$ 2,7 bilhões na economia
- Negociação coletiva é o melhor instrumento para tratar das questões do mundo do trabalho
- A Caixa é do Brasil e não moeda de troca política
- Funcef: entrevista exclusiva com presidente Ricardo Pontes
- O que muda com a Reforma Tributária?
- Bancos públicos devem voltar a estimular a economia por meio da oferta de crédito
- Demissão em Massa - Quais são os direitos de quem foi demitido?
- Mulheres à frente de bancos públicos representam avanços em conquistas históricas