Privatização é defendida por quem não entende a importância da Caixa Federal
A avaliação é do presidente da Fenae, Jair Ferreira. Para ele, empregados e sociedade devem defender a manutenção do banco 100% público e com forte atuação social
“A visão de que a Caixa Econômica Federal deve ser privatizada concentra-se, principalmente, naqueles que acham que não dependem do banco. São pessoas que não precisam, por exemplo, de financiamento habitacional para realizar o sonho da casa própria, mas esquecem que a Caixa está na água encanada, no esgoto tratado e nas obras públicas que melhoram a vida de todos os brasileiros, independentemente da classe social”.
Foi com essas palavras que o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, recebeu a notícia de que enquete realizada pelo Relatório Reservado, conhecida newsletter de negócios e finanças do país, aponta que a Caixa Econômica Federal é a estatal mais “privatizável”. De acordo com o veículo, a amostragem atingiu 269 assinantes, distribuídos entre empresários, executivos, advogados, parlamentares, militares e dirigentes de entidades de classe.
Segundo o RR, foram escolhidas quatro estatais que não constam de qualquer programa de privatização e são consideradas as mais cobiçadas pelo mercado. A Caixa despontou com 41% das preferências, seguida da Embrapa (26%), Petrobras (24%) e Banco do Brasil (9%). O principal motivo apontado pelos assinantes que responderam à enquete foi o fisiologismo (38%). Em seguida aparecem a geração de caixa para o governo (20%), ganhos de eficiência (12%), aumento de competitividade (8%) e corrupção (5%).
“Dizer que a Caixa é ‘cabide de emprego’ é uma insanidade. O que temos hoje é um quadro de pessoal insuficiente, situação que só tem se agravado desde 2015 com planos de demissão e de aposentadoria e falta de contratações. Sobrecarga e adoecimento estão presentes em unidades de todo o país. Além disso, a Caixa não tem que competir com instituições privadas. A função social é a prioridade”, diz Sérgio Takemoto, vice-presidente da Fenae.
Para Jair Pedro Ferreira, é fundamental que os empregados e a sociedade em geral defendam a Caixa e as demais empresas públicas. “Está muito claro que o projeto do governo Temer visa acabar com as estatais. Em relação à Caixa, querem vender a Lotex até o fim do ano. E também estão de olho nas áreas de habitação e cartões, além da gestão do FGTS. Querem fatiar a empresa. Não podemos permitir, porque o Brasil precisa da Caixa e de outras estatais fortes, inteiras e a serviço dos brasileiros”, afirma.
Fonte: Fenae
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