Mais democracia com desenvolvimento e inclusão social
*Por Fenae
O relógio da história aperta o passo no Brasil. Os ponteiros apontam para um golpe. De diferentes ângulos, e sob as mais diversas perspectivas, emergem alertas de que a democracia está sob ameaça. Para que um novo ciclo de crescimento seja construído no país, com o propósito de reafirmar a defesa das instituições democráticas que foram duramente conquistadas, a classe trabalhadora e suas entidades representativas ocupam as ruas de todo o Brasil nesta sexta-feira, dia 18 de março.
A tarefa dessa mobilização nacional é resgatar o papel pedagógico da democracia como mediadora dos conflitos do desenvolvimento. Um dos desafios é reafirmar o contraditório, que é a forma básica do jogo democrático. Sem dúvida, a combinação de audácia e compromisso social transformará as manifestações em referência e estímulo para quem, mesmo por caminhos distintos, luta para mudar a sorte de um país desigual.
O que acontece hoje no Brasil é um sintoma do que está ocorrendo no mundo, algo maior e mais amplo. Em cada lugar a luta contra a corrupção, em defesa da ordem constitucional e contra o golpe às instituições democráticas, apresenta formas e reivindicações próprias. Fica daí a certeza de que, como tão bem precisou o economista Celso Furtado (1920-2004), o sentido profundo da luta pelo desenvolvimento está indissociável da democracia, soberania, engajamento e justiça social. Fora dessa perspectiva, sobram arrocho, recessão ou golpe.
A Fenae está na luta para ampliar os direitos sociais abrigados na Constituição de 1988, combatendo assim a lógica privada, com a qual o neoliberalismo agride a democracia. É por isso que, ao lado de entidades dos movimentos sindicais e populares, juventude e partidos políticos, estará nas ruas de todo o país neste 18 de março em defesa dos direitos sociais, da liberdade e da democracia, contra a ofensiva da direita e por saídas populares para a crise.
Essa mobilização, aliás, tem o propósito de abrir espaços de luta para toda a sociedade, para que as soluções não sejam excludentes, mas inclusivas. Existem outras ideias, mas o futuro do país precisa ser construído com diálogo e participação. É necessário buscar saídas para continuar o processo de mudanças no Brasil, mais amplo, tolerante e não-excludente, que contemple a voz de muitos mais. Embaixo desse universo virtual existe o ser humano, de sempre querer melhorar e mudar, de não se conformar.
A estrutura de desigualdades da sociedade brasileira precisa ser enfrentada com uma plataforma popular. Diante dos ataques da mídia e de setores do Judiciário, a saída será pela mobilização nas ruas, de modo a defender o aprofundamento da democracia e as reformas estruturais para o Brasil, com novos paradigmas no modelo tributário, agrário, educacional, democratização dos meios de comunicação e reforma democrática do sistema político. Todas essas ações são necessárias para acabar com a corrupção e ampliar a participação popular.
Em defesa da democracia e dos direitos dos trabalhadores, em defesa do Estado de Direito, toda a sociedade brasileira está convocada a participar das manifestações do dia 18 de março.
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