20/06/2023
Bancos públicos devem voltar a estimular a economia por meio da oferta de crédito
Por Fenae
A manutenção da taxa básica de juros, a Selic, a 13,75%, continua travando a economia, além de penalizar os mais pobres. A partir desta afirmação, o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto, segue para outra análise, a de que os bancos públicos devem voltar a aquecer a economia com a expansão do crédito e tentar “driblar” a taxa de juros.
“Não é tarefa fácil porque com a taxa básica de juros elevada os bancos privados, em geral, não estão ofertando crédito. Uma saída é usar os bancos públicos para sair dessa lógica de mercado e forçar uma expansão do crédito”, avaliou Takemoto. “É uma forma de driblar a alta taxa de juros, que deprime o crescimento econômico”, opinou.
E este é um desejo do presidente Lula. Crítico ao atual nível da Selic, atualmente a maior do mundo, Lula já declarou que os bancos públicos podem ser utilizados para aquecer a economia, promovendo investimentos e gerando empregos.
Esta foi a condução durante a crise financeira mundial de 2008. O governo adotou uma política econômica anticíclica e utilizou os bancos públicos para expandir o crédito e contornar a crise, sustentando o crescimento da atividade econômica. Estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a pedido da Fenae, mostra que a participação relativa dos bancos públicos no saldo total das operações de crédito saltou de 33,8%, em janeiro de 2008, para 56,5% em janeiro de 2016.
A partir de 2016, entretanto, com a mudança de governo e da condução econômica reduzindo o papel do Estado, os bancos públicos perderam seu protagonismo na oferta de crédito, “resultando no cumprimento de um papel pró-cíclico, que reforçou a redução da atividade econômica”, afirmou o Dieese no estudo. Os bancos públicos voltaram a expandir o saldo crédito somente em 2020, forçado pela crise da pandemia, ainda assim num ritmo menor que os bancos privados.
Embora a ampliação da oferta de crédito não tenha impacto direto na taxa básica de juros, uma alternativa para tentar contornar a Selic é a diminuição do spread bancário (diferença financeira entre a taxa de captação e a taxa de empréstimo) dos bancos públicos. O Dieese explica que o governo lançou mão deste recurso em 2012 e as instituições financeiras estatais influenciaram a redução do spread médio bancário cobrado no Brasil. Parte dessa redução foi acompanhada pela redução da Selic.
Comparada a 2012, a situação mudou. O entrave agora é a autonomia do Banco Central e a resistência em baixar a Selic. Àquela época era possível o governo alinhar a política monetária com o órgão, em consonância com o desenvolvimento econômico e social do país. “Hoje este projeto esbarra na decisão imposta pelo Banco Central alinhada, na opinião da Fenae, aos interesses do mercado financeiro”, frisou Takemoto. “Neste contexto e diante da situação econômica do país o governo precisa construir alternativas para aquecer a economia. E os bancos públicos são a saída”, reforça Takemoto.
A manutenção da taxa básica de juros, a Selic, a 13,75%, continua travando a economia, além de penalizar os mais pobres. A partir desta afirmação, o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto, segue para outra análise, a de que os bancos públicos devem voltar a aquecer a economia com a expansão do crédito e tentar “driblar” a taxa de juros.
“Não é tarefa fácil porque com a taxa básica de juros elevada os bancos privados, em geral, não estão ofertando crédito. Uma saída é usar os bancos públicos para sair dessa lógica de mercado e forçar uma expansão do crédito”, avaliou Takemoto. “É uma forma de driblar a alta taxa de juros, que deprime o crescimento econômico”, opinou.
E este é um desejo do presidente Lula. Crítico ao atual nível da Selic, atualmente a maior do mundo, Lula já declarou que os bancos públicos podem ser utilizados para aquecer a economia, promovendo investimentos e gerando empregos.
Esta foi a condução durante a crise financeira mundial de 2008. O governo adotou uma política econômica anticíclica e utilizou os bancos públicos para expandir o crédito e contornar a crise, sustentando o crescimento da atividade econômica. Estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a pedido da Fenae, mostra que a participação relativa dos bancos públicos no saldo total das operações de crédito saltou de 33,8%, em janeiro de 2008, para 56,5% em janeiro de 2016.
A partir de 2016, entretanto, com a mudança de governo e da condução econômica reduzindo o papel do Estado, os bancos públicos perderam seu protagonismo na oferta de crédito, “resultando no cumprimento de um papel pró-cíclico, que reforçou a redução da atividade econômica”, afirmou o Dieese no estudo. Os bancos públicos voltaram a expandir o saldo crédito somente em 2020, forçado pela crise da pandemia, ainda assim num ritmo menor que os bancos privados.
Embora a ampliação da oferta de crédito não tenha impacto direto na taxa básica de juros, uma alternativa para tentar contornar a Selic é a diminuição do spread bancário (diferença financeira entre a taxa de captação e a taxa de empréstimo) dos bancos públicos. O Dieese explica que o governo lançou mão deste recurso em 2012 e as instituições financeiras estatais influenciaram a redução do spread médio bancário cobrado no Brasil. Parte dessa redução foi acompanhada pela redução da Selic.
Comparada a 2012, a situação mudou. O entrave agora é a autonomia do Banco Central e a resistência em baixar a Selic. Àquela época era possível o governo alinhar a política monetária com o órgão, em consonância com o desenvolvimento econômico e social do país. “Hoje este projeto esbarra na decisão imposta pelo Banco Central alinhada, na opinião da Fenae, aos interesses do mercado financeiro”, frisou Takemoto. “Neste contexto e diante da situação econômica do país o governo precisa construir alternativas para aquecer a economia. E os bancos públicos são a saída”, reforça Takemoto.
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