15/08/2025
Empregados reafirmam que a solução para o Saúde Caixa passa, necessariamente, pelo reajuste zero e pelo fim do teto de 6,5%

A Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa) participou, na quinta-feira, 14 de agosto, de mais uma rodada de negociação com representantes da Caixa Econômica Federal para tratar das demandas relacionadas ao Saúde Caixa. O encontro foi realizado no edifício Aqwa Corporate, na Região Portuária do Rio de Janeiro.
Os representantes da Caixa abriram a reunião apresentando dados atualizados sobre o plano de saúde dos empregados, destacando que “a empresa busca uma solução sustentável para o Saúde Caixa”.
A posse dos aprovados no último concurso do banco, especialmente da área de TI, deverá renovar parte do quadro de usuários com a entrada de empregados mais jovens, o que é visto como positivo para a sustentabilidade do plano.
Déficit crescente e evasão preocupam
Apesar disso, o balanço financeiro preocupa. A arrecadação no primeiro semestre de 2025 foi de R$ 1,7 bilhão, enquanto as despesas chegaram a R$ 2,1 bilhões, gerando um déficit que tende a se agravar até dezembro. Segundo a empresa, “90% dos custos do plano concentram-se nos últimos seis meses de vida dos participantes”.
O plano conta atualmente com cerca de 125 mil titulares. Em janeiro, foi registrado um pico de evasão, com 1.156 pedidos de desligamento. Por outro lado, houve aumento na adesão de novos empregados e retorno de ex-beneficiários em outubro, impulsionados pelas novas contratações.
Felipe Pacheco, coordenador da CEE-Caixa, afirmou que a análise técnica realizada com o apoio do Dieese ainda está em andamento, e reforçou a importância de manter o princípio da solidariedade, “sem que o banco adote soluções que excluam colegas do plano”.
Marilda Bueno, da Fenacef, alertou que o problema está nas despesas, que precisam ser mais transparentes e melhor acompanhadas. “Há períodos em que arrecadamos mais do que o projetado. O problema está no gasto crescente, especialmente com os casos mais graves, independente da idade”, observou.
Tatiana Oliveira, da Fetec Centro-Norte, destacou o sacrifício financeiro dos trabalhadores e cobrou dados mais detalhados sobre o uso da telemedicina e seus impactos reais nas despesas do plano. “É preciso investir mais em prevenção, com exames periódicos, controle de doenças crônicas e programas de acompanhamento, para que o plano não continue sendo sobrecarregado apenas nos casos mais graves”.
Fim do teto de 6,5% e reajuste zero
Os dirigentes sindicais cobraram o fim do teto de 6,5% de custeio do plano, que transfere mais encargos para os empregados. Lucas Cunha, da Fetrafi-RS, lembrou que parte dos custos atuais decorre de ordens judiciais e propôs a realização de mais reuniões para monitorar a situação e adotar medidas preventivas. “A Caixa não apresenta soluções concretas. Já se passaram dois anos de negociações. É hora de a empresa aumentar sua contribuição. Os empregados não aguentam mais arcar sozinhos com os aumentos. Por isso, defendemos reajuste zero e o fim do teto”, explicou.
Lucas também criticou o posicionamento da empresa de que “não é prioridade investir em tecnologia no Saúde Caixa”, medida que, segundo ele, ajudaria na redução de custos operacionais.
Rogério Campanate, da Federa-RJ, também criticou a parte operacional do plano e reforçou a necessidade de revisão do teto. “Mesmo com a aprovação no Conselho de Administração, a impressão que dá é de que a empresa não se articula como poderia para conseguir efetivar a alteração estatutária. Além disso, não foi demonstrado nenhum estudo de impacto para a inclusão dos admitidos pós-2018 no benefício pós-emprego”.
Luiza Hansen, da Fetec-SP, reforçou a posição do movimento sindical. “É urgente que a empresa invista mais no plano. Os bancários não podem continuar arcando sozinhos com os custos, o que pode aumentar a evasão e comprometer o plano”, destacou.
Chay Cândida, da Fetrafi Nordeste, apontou as dificuldades de acesso à informação e criticou o aumento de mais de 100% nos custos para alguns usuários, que, mesmo assim, não conseguem atendimento adequado. “Defendemos a criação de um serviço de assistência social para buscar soluções que não dependam de ações judiciais. Só teremos um plano sustentável se a empresa priorizar o acesso à saúde e ao tratamento.
Clotário Cardoso, da Fetrafi-MG, também reforçou a cobrança por propostas concretas. “A Caixa insiste em apresentar apenas números e não escuta os empregados. A ideia de proposta por faixa etária é inaceitável, quebra o princípio da solidariedade e não resolve o problema”, criticou.
Lucro bilionário e aporte da Caixa
É válido lembrar que a Caixa lucrou R$ 14 bilhões em 2024 e, somente no primeiro trimestre de 2025, R$ 4,9 bilhões – um crescimento de 71,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro acumulado é superior ao dos seis primeiros meses de 2024.
“Esse lucro recorde não caiu do céu, ele foi construído com o esforço diário dos empregados da Caixa. Por isso, é mais do que justo que a empresa assuma sua responsabilidade e aumente sua participação no custeio do Saúde Caixa. Estamos falando de um direito essencial, ligado diretamente à saúde e à qualidade de vida de quem garante o resultado do banco. É hora de a direção dar o exemplo e fazer o aporte necessário para cobrir o déficit de 2025, preservando o acesso de todos ao plano”, ressaltou o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
Os representantes da Caixa abriram a reunião apresentando dados atualizados sobre o plano de saúde dos empregados, destacando que “a empresa busca uma solução sustentável para o Saúde Caixa”.
A posse dos aprovados no último concurso do banco, especialmente da área de TI, deverá renovar parte do quadro de usuários com a entrada de empregados mais jovens, o que é visto como positivo para a sustentabilidade do plano.
Déficit crescente e evasão preocupam
Apesar disso, o balanço financeiro preocupa. A arrecadação no primeiro semestre de 2025 foi de R$ 1,7 bilhão, enquanto as despesas chegaram a R$ 2,1 bilhões, gerando um déficit que tende a se agravar até dezembro. Segundo a empresa, “90% dos custos do plano concentram-se nos últimos seis meses de vida dos participantes”.
O plano conta atualmente com cerca de 125 mil titulares. Em janeiro, foi registrado um pico de evasão, com 1.156 pedidos de desligamento. Por outro lado, houve aumento na adesão de novos empregados e retorno de ex-beneficiários em outubro, impulsionados pelas novas contratações.
Felipe Pacheco, coordenador da CEE-Caixa, afirmou que a análise técnica realizada com o apoio do Dieese ainda está em andamento, e reforçou a importância de manter o princípio da solidariedade, “sem que o banco adote soluções que excluam colegas do plano”.
Marilda Bueno, da Fenacef, alertou que o problema está nas despesas, que precisam ser mais transparentes e melhor acompanhadas. “Há períodos em que arrecadamos mais do que o projetado. O problema está no gasto crescente, especialmente com os casos mais graves, independente da idade”, observou.
Tatiana Oliveira, da Fetec Centro-Norte, destacou o sacrifício financeiro dos trabalhadores e cobrou dados mais detalhados sobre o uso da telemedicina e seus impactos reais nas despesas do plano. “É preciso investir mais em prevenção, com exames periódicos, controle de doenças crônicas e programas de acompanhamento, para que o plano não continue sendo sobrecarregado apenas nos casos mais graves”.
Fim do teto de 6,5% e reajuste zero
Os dirigentes sindicais cobraram o fim do teto de 6,5% de custeio do plano, que transfere mais encargos para os empregados. Lucas Cunha, da Fetrafi-RS, lembrou que parte dos custos atuais decorre de ordens judiciais e propôs a realização de mais reuniões para monitorar a situação e adotar medidas preventivas. “A Caixa não apresenta soluções concretas. Já se passaram dois anos de negociações. É hora de a empresa aumentar sua contribuição. Os empregados não aguentam mais arcar sozinhos com os aumentos. Por isso, defendemos reajuste zero e o fim do teto”, explicou.
Lucas também criticou o posicionamento da empresa de que “não é prioridade investir em tecnologia no Saúde Caixa”, medida que, segundo ele, ajudaria na redução de custos operacionais.
Rogério Campanate, da Federa-RJ, também criticou a parte operacional do plano e reforçou a necessidade de revisão do teto. “Mesmo com a aprovação no Conselho de Administração, a impressão que dá é de que a empresa não se articula como poderia para conseguir efetivar a alteração estatutária. Além disso, não foi demonstrado nenhum estudo de impacto para a inclusão dos admitidos pós-2018 no benefício pós-emprego”.
Luiza Hansen, da Fetec-SP, reforçou a posição do movimento sindical. “É urgente que a empresa invista mais no plano. Os bancários não podem continuar arcando sozinhos com os custos, o que pode aumentar a evasão e comprometer o plano”, destacou.
Chay Cândida, da Fetrafi Nordeste, apontou as dificuldades de acesso à informação e criticou o aumento de mais de 100% nos custos para alguns usuários, que, mesmo assim, não conseguem atendimento adequado. “Defendemos a criação de um serviço de assistência social para buscar soluções que não dependam de ações judiciais. Só teremos um plano sustentável se a empresa priorizar o acesso à saúde e ao tratamento.
Clotário Cardoso, da Fetrafi-MG, também reforçou a cobrança por propostas concretas. “A Caixa insiste em apresentar apenas números e não escuta os empregados. A ideia de proposta por faixa etária é inaceitável, quebra o princípio da solidariedade e não resolve o problema”, criticou.
Lucro bilionário e aporte da Caixa
É válido lembrar que a Caixa lucrou R$ 14 bilhões em 2024 e, somente no primeiro trimestre de 2025, R$ 4,9 bilhões – um crescimento de 71,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro acumulado é superior ao dos seis primeiros meses de 2024.
“Esse lucro recorde não caiu do céu, ele foi construído com o esforço diário dos empregados da Caixa. Por isso, é mais do que justo que a empresa assuma sua responsabilidade e aumente sua participação no custeio do Saúde Caixa. Estamos falando de um direito essencial, ligado diretamente à saúde e à qualidade de vida de quem garante o resultado do banco. É hora de a direção dar o exemplo e fazer o aporte necessário para cobrir o déficit de 2025, preservando o acesso de todos ao plano”, ressaltou o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
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