13/11/2024

Pela valorização, por dignidade e pelo fim da escala 6x1!

Nos últimos dias um importante debate viralizou nas redes sociais: o fim da chamada escala de trabalho 6x1, na qual o trabalhador trabalha 6 dias na semana e folga apenas 1. O debate ganhou força nas redes como Movimento VAT (Vida Além do Trabalho) e com a proposição de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) pela deputada federal Erika Hilton (PSOL).

Diante da pressão social sobre o Congresso Nacional nesta semana, compreender o motivo por trás da PEC de redução da jornada de trabalho é também entender quem lida diariamente com os impactos dessa realidade.

A escala 6×1 carrega marcas de gênero, raça e classe, afetando especialmente os trabalhadores do comércio e dos serviços – setores com as condições mais precárias e as remunerações mais baixas. Muitos destes trabalhadores são mulheres, que, ainda sobrecarregadas com o trabalho doméstico e de cuidado familiar, são privadas de descanso, lazer, educação e autocuidado.

Você aceita doar 99% da sua vida para o trabalho? É isso o que faz a jornada 6x1!

O Movimento VAT e a PEC apresentada pela deputada Erika Hilton defendem a escala 4x3, na qual se trabalha 4 dias na semana e descansa-se 3 dias. Mesma proposta defendida pelo Sindicato na última Campanha Nacional Unificada dos Bancários 2024.

A hastag #FimDaEscala6x1 acumulou milhares de menções e apoio popular, incluindo uma petição com 2,3 milhão de assinaturas. A proposta precisa ainda de mais assinaturas de parlamentares para avançar.

As reivindicações vão ao encontro de dados sobre a saúde no mercado de trabalho: exceder o limite de 40 horas semanais com frequência pode gerar problemas fatais, segundo a OMS e a OIT. A exposição a jornadas extenuantes está associada ao alto índice de adoecimentos e a cerca de 750 mil mortes nos últimos anos.

"Defender o fim da escala 6x1 é defender um futuro de trabalho com mais dignidade. Garantir condições mais humanas e equilibradas de trabalho é um passo decisivo para valorizar aqueles que movem o país. O fim de escalas desgastantes é uma medida que direciona a sociedade rumo à justiça social, com foco no bem-estar do trabalhador, que poderá ter mais tempo para a família, para o descanso e para o desenvolvimento pessoal.  Além disso, entendemos que os avanços tecnológicos e o uso intensivo de inovações têm permitido às empresas aumentar sua produtividade sem a necessidade de prolongar a jornada de trabalho", destaca o presidente do Sindicato, Roberto Vicentim.

Luta dos bancários pela redução da jornada de trabalho

Por meio da luta e organização dos bancários, junto aos seus sindicatos e demais entidades representativas, a categoria bancária possui jornada de trabalho diferenciada das demais categorias, com dois dias de descanso. A jornada de 6h foi conquistada em 1933 e o descanso aos sábados somente durante a greve de 1962.

O movimento travado naquele período deixou uma herança vitoriosa aos bancários e exemplo para tantas outras categorias. Conquistas, entretanto, atacadas nos últimos anos e que só se mantêm pela mobilização constante e resistência dos trabalhadores.

Na última Campanha dos Bancários, a categoria também foi vanguarda ao reivindicar a jornada de trabalho de quatro dias, sem redução de salário e direitos. Modelo já testado com sucesso em diversas iniciativas mundo afora, inclusive com aumento da produtividade.

Segundo o DIEESE, além da melhora na qualidade de vida dos cidadãos e aumento da produtividade, a redução da jornada de trabalho no Brasil geraria cerca de 3 milhões de novos postos, o que colaboraria com a redução do cenário de desemprego atual.

Se você também é a favor da redução, assine a petição pública criada pelo Movimento VAT para pressionar os parlamentares a atuarem pelo fim da escala 6×1. 


 
Fonte: Seeb Catanduva, com informações do Dieese, Seeb/SP e CUT Nacional

SINDICALIZE-SE

MAIS NOTÍCIAS