28/08/2024

Sindicato paralisa agências contra proposta indecente dos bancos

Dia do Bancário foi de luta para os trabalhadores de Catanduva e região. Contra a proposta indecente dos bancos, o Sindicato paralisou parcialmente, na manhã desta quarta-feira (28) a agência do Itaú, localizada na região central do município.

“Até parece que os bancos estão precisando de ajuda para se sustentar ao propor um reajuste salarial aos funcionários somente daqui quatro meses. Em 2023, os bancos tiveram juntos R$ 145 bilhões de lucro líquido, com rendimento médio de 15% acima da inflação. Não estamos pedindo nada que não possam atender. Essa mobilização é, portanto, uma resposta à postura da Fenaban na mesa geral de negociações, uma forma de sensibilizar a população e os trabalhadores para o desrespeito com quem constrói esses lucros”, ressaltou o presidente do Sindicato, Roberto Vicentim.
 

Durante a mobilização, os dirigentes sindicais distribuíram material informativo, com uma análise sobre as demissões no setor bancário e fechamento de agências bancárias, enquanto, ao microfone, falavam palavras de ordem contra o descaso dos bancos com os trabalhadores e clientes.
 

“Não se trata apenas de um protesto sobre a nossa negociação salarial. É um ato que exige que as instituições financeiras respeitem também a população. Os bancos prestam um serviço essencial e nossas reivindicações têm o objetivo de melhorar a vida dos trabalhadores e garantir um atendimento digno à população”, ressaltou o diretor do Sindicato, Ricardo Jorge Nassar Jr.
 

Ainda na manhã de hoje (28), concomitantemente às atividades no Itaú, a diretoria do Sindicato se reuniu com empregados e empregadas da Caixa, no município de Ibitinga, para dialogar sobre o andamento das negociações, incluindo as negociações específicas com o banco público, e a proposta rebaixada apresentada pela Fenaban. A abertura da agência também foi retardada em mais de uma hora.
 

Há dois meses o Comando Nacional dos Bancários iniciou as negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), mas, somente depois de 10 rodadas, os bancos trouxeram uma proposta. O que o setor mais lucrativo do país propõe, no entanto, é um prejuízo de mais de R$ 1,2 bilhão aos trabalhadores.

Na negociação de ontem (27), a entidade propôs, inicialmente, reajuste de 90% do INPC.  O Comando rejeitou prontamente e uma pausa foi solicitada pelos bancos. No retorno, a entidade apresentou proposta de 100% do INPC nos salários e demais verbas (portanto, de ganho real zero), somente em janeiro de 2025. Com essa proposta, a antecipação da participação nos lucros e resultados (PLR) ocorreria sem reajuste. O Comando rejeitou novamente.
Na mesa desta quarta-feira (28), a entidade se recusou novamente a dar aumento salarial acima da inflação e ainda, propôs dividir a categoria em cinco faixas salariais, com a primeira recebendo o reajuste em setembro, assim sucessivamente, até a quinta faixa, que teria o reajuste somente em janeiro de 2025. A proposta também foi rejeitada.

Os bancos e representantes da categoria seguiram reunidos nesta tarde.

“Estamos em fase decisiva da nossa Campanha. Estamos chegando à data limite para as negociações e temos de nos preparar caso as negociações persistam no patamar de desrespeito, com propostas que não atendam nossas necessidades, que sequer recompõem as perdas com a inflação nos salários da categoria. Trabalhadores estão adoecendo nas agências com tanta sobrecarga de trabalho e metas abusivas. Queremos não só ganho real na remuneração, mas também avanços nas cláusulas sociais, na definição das metas e em outros assuntos importante que compõem a Minuta de Reivindicações”, destacou Vicentim.

“Por isso, é muito importante acompanhar, agora mais do que nunca, as informações em nosso site e redes sociais, e participar das atividades. Além dos tuitaços e atos públicos, com reuniões nas agências, serão convocadas nos próximos dias plenárias e assembleias. É hora de dizermos aos bancos que não aceitaremos nenhum direito a menos. E a participação de todos, com união e organização, é fundamental para fazer a valer a força da nossa categoria”, concluiu o presidente do Sindicato.
 

 
Fonte: Seeb Catanduva

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