23/11/2023
Saúde Caixa: banco apresenta proposta e Comando indica aprovação
A representação dos empregados da Caixa, formada pelo Comando Nacional dos Bancários e a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, e o banco voltaram a se reunir na quarta-feira (22). Depois de longas rodadas de negociação nos últimos meses, a Caixa apresentou nova proposta para o acordo coletivo específico sobre o Saúde Caixa.
A proposta mantém o percentual de contribuição dos titulares de 3,5% sobre a remuneração base, com valor fixo de R$ 480 por dependente. Atendendo a uma reivindicação da representação dos empregados, a Caixa reduziu o teto de 10%, previsto na proposta anterior, para 7% da remuneração.
A proposta mantém o percentual de contribuição dos titulares de 3,5% sobre a remuneração base, com valor fixo de R$ 480 por dependente. Atendendo a uma reivindicação da representação dos empregados, a Caixa reduziu o teto de 10%, previsto na proposta anterior, para 7% da remuneração.
O teto de 7% é um dos menores, em comparação com outras estatais (quadro abaixo). Na Cassi (plano dos empregados do Banco do Brasil), por exemplo, o teto é 7,5%, com contribuição do titular de 4%, além de percentuais adicionais escalonados para dependentes.
A Caixa apresentou a proposta a partir dos parâmetros estabelecidos pela representação dos empregados, preservando os princípios do plano como a solidariedade e o pacto intergeracional. Assim, não penaliza os empregados de menor salário e os mais idosos, além de equilibrar o custeio do plano para que seja sustentável para todos e impeça a saída de usuários.
Para a coordenadora do Comando Nacional e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, a proposta foi a possível para não onerar mais os empregados e manter a sustentabilidade do plano para todos os empregados.
“Não foi uma negociação fácil, mas nós conseguimos um acordo que seja o menos prejudicial possível para os empregados. Precisamos destacar que não houve aumento para o titular que não tem dependente. Isso é um avanço importante”, destacou, ressaltando que há déficits robustos no plano a equacionar.
“Dentro desse processo, equacionamos o déficit de 2023, de R$ 422 milhões, sem a necessidade de pagamento de parcelas extraordinárias e com o reajuste resolvemos a situação de 2024, que tem déficit projetado de R$ 660 milhões”, destacou a coordenadora da Comissão Executiva de Empregados (CEE/Caixa), Fabiana Uehara Proscholdt.
Negociação permanente
Juvandia Moreira acordou com o banco a garantia de novas negociações caso haja déficits, alteração no teto estatutário do banco de 6,5% no custeio do plano ou outras mudanças que impactam o acordo coletivo.
Volta da Gipes e comitês de credenciamento
A representação obteve mais uma conquista, que há tempos é uma reivindicação dos usuários – a volta dos Comitês Regionais de Credenciamento e Descredenciamento, com participação dos sindicatos, além da recriação das Gerências de Filial de Gestão de Pessoas (Gipes) já em 2024. Segundo a Caixa, inicialmente serão cinco gerências, abrangendo diversos estados dentro de uma região. Além disso, serão recriadas as Repes, representações regionais vinculadas às Gipes, que atenderão os estados.
Déficit de 2023 zerado
A Caixa projetou um déficit de R$ 422 milhões para 2023. Sem negociação, o efeito do déficit poderia impor aos empregados o pagamento de 4,5 contribuições extraordinárias para recomposição.
Com a negociação dos representantes dos empregados, o déficit será equacionado com as reservas técnicas e de contingência, com incremento da Caixa no valor de R$ 177 milhões referente as despesas de pessoal retroativo a 2021. Isso também valerá para os anos seguintes. Com o recurso, ainda haverá uma sobra de R$ 40 milhões para ajudar no déficit de 2024, estimado em R$ 660 milhões.
Acesso aos dados
Outro avanço obtido pela representação dos trabalhadores para o acordo coletivo é o repasse periódico pelo banco dos dados primários, que são as informações financeiras e atuariais do plano. Estes dados são fundamentais para acompanhamento da situação geral do plano, possibilitando a realização de projeções atuariais do Saúde Caixa.
Assembleias
O Comando Nacional vai convocar assembleias para o dia 5 de dezembro. Até lá, o Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, demais sindicatos e entidades representativas dos empregados irão fazer esclarecimentos sobre as negociações e debate sobre a proposta com os trabalhadores nas bases.
“Estamos deixando claro para a Caixa que é extremamente importante que os empregados participem da gestão do plano para termos conhecimento sobre possíveis reajustes no futuro e qualquer outra medida que impacte diretamente o acesso dos trabalhadores à saúde. E é importante que os trabalhadores busquem por informações em nossos canais para que possam entender a proposta e apreciá-la de forma adequada nas assembleias. A proposta é fruto de várias negociações e ainda contempla um modelo de gestão e custeio que mantém diversas conquistas dos usuários. Caso não seja aprovada, a Caixa poderá implementar um modelo diferente, nos moldes dos planos privados, e tornar o Saúde Caixa, de fato, inviável para empregados e empregadas, da ativa e aposentados”, ressaltou o diretor do Sindicato, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
Participações
Além dos integrantes da CEE/Caixa e da coordenadora do Comando Nacional, Juvandia Moreira, que conduziram a negociação, participaram da reunião a também coordenadora do Comando e presidenta do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas do Ramo Financeiro de São Paulo, Osasco e Região, Neiva Ribeiro; o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto e o diretor de Saúde e Previdência da Fenae e presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros.
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