31/05/2023

Bancários de todo o país protestam contra o fechamento de agências e metas abusivas do Bradesco

Nesta quarta-feira (31), sindicatos de bancários lançaram a campanha #AVergonhaContinuaBradesco. A iniciativa, idealizada pela Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, tem como objetivo protestar contra o fechamento de agências e as demissões que ocorreram nos últimos meses.

O Sindicato dos Bancários de Catanduva e região se somou à mobilização e foi às redes, endossando um tuitaço nacional que denunciou aos clientes e à população a realidade enfrentada pelos funcionários nas agências de todo o país. A atividade também visou reivindicar melhores condições de trabalho e a valorização dos trabalhadores.

"É lamentável que, mesmo com lucros bilionários, a decisão do banco seja pelo fechamento de agências. O quadro de funcionários nas agências já é extremamente enxuto e essa economia tem sido prejudicial à sociedade, tanto por restringir e dificultar o acesso da população aos serviços bancários como por demitir trabalhadores, aumentando o desemprego no Brasil e sobrecarregando os que ficam nas agências. Com a transformação das agências em unidades de negócios, o banco também restringe o atendimento e expõe bancários, clientes e usuários, comprometendo a segurança de todos”, acrescentou o diretor do Sindicato, Luiz Eduardo Campolungo.
 
O Bradesco é reincidente nesse tipo de situação. Em 2020, durante a pandemia, sindicatos de todo o país realizaram a campanha “Que vergonha Bradesco”, para denunciar, tanto nas ruas como nas redes sociais, que o banco estava obtendo lucros recordes, enquanto seus funcionários sofriam com assédio moral decorrente de metas abusivas, ameaças de demissões, sobrecarga de trabalho após redução de pessoal e fechamento de agências. Agora, mesmo tendo alcançado um lucro de mais de R$ 20 bilhões em 2022, o banco fechou 1.276 postos de trabalho, 93 agências e 174 unidades de negócios.
 
“A vergonha continua, Bradesco. Embora o banco afirme que os funcionários das agências fechadas estão sendo realocados, nossa preocupação é com a manutenção dos empregos”, afirmou Magaly Fagundes, coordenadora da COE e secretária de Organização do Ramo Financeiro e Política Sindical da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
 
Segundo Magaly, muitas agências que foram transformadas em unidades de negócios são fechadas logo em seguida, resultando em demissões. “Isso é algo inaceitável. O banco precisa cumprir efetivamente o que está previsto na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), garantindo a requalificação e realocação desses funcionários como forma de preservar seus empregos.”
 
Para ela, o fechamento de agências ou sua transformação em Postos de Atendimento (PAs) tem como consequência dificuldades para os clientes acessarem serviços bancários básicos. “Além disso, o fechamento de agências afeta a economia e o comércio local das regiões, muitas vezes deixando-as sem nenhuma agência bancária”.
 
Os sindicatos de bancários estão unidos na luta contra essas práticas do Bradesco, buscando pressionar o banco a rever suas decisões e garantir a manutenção dos empregos, a qualidade do atendimento aos clientes e a preservação da economia local.

"A população precisa saber que os bancários, sobrecarregados, são tão vítimas quanto ela. A categoria bancária, clientes e Sindicato precisam estar unidos para inverter essa lógica e manter os direitos dos trabalhadores, por isso a importância da nossa mobilização. Estamos em luta e não mediremos esforços para barrar esta falta de responsabilidade social”, reforça Eduardo, diretor do Sindicato.

As discussões e ações em torno desse tema devem continuar nos próximos dias, com o intuito de ampliar a conscientização e buscar soluções que beneficiem tanto os funcionários quanto os clientes do Bradesco e a sociedade como um todo.
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

SINDICALIZE-SE

MAIS NOTÍCIAS