13/09/2022

Atual governo mantém assédio moral na Caixa com a “farra dos cartões”

Mesmo após as denúncias de assédio sexual e moral na Caixa Econômica Federal, a página ainda não foi virada no banco público. A gestão assediadora continua, em especial na Caixa Cartões. De acordo com as denúncias enviadas aos sindicatos e federações do estado de São Paulo e, nesta sexta-feira (9), à Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), a pressão e o assédio continuam para que os empregados atinjam metas inalcançáveis.

Segundo as denúncias, os empregados vêm sendo obrigados a empurrar produtos que muitas vezes não tem qualquer utilidade para os clientes e servem apenas para entregar as metas cada vez mais absurdas.

Movimento sindical cobra Caixa sobre denúncias em ativações de cartões

"A ação pode configurar assédio moral ao empregado, inclusive trazendo risco a sua carreira, além de coagir e expor dados sigilosos dos clientes. E pode configurar, ainda, a prática proibida de venda casa, que fere, inclusive, o papel social do banco público.  Cobramos uma mudança de postura por parte da direção da Caixa na cobrança por metas e também que as chefias sejam orientadas, de forma clara e objetiva, sobre operações irregulares", ressaltou o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Antônio Júlio Gonçalves Neto.

"Em nossa base sindical, caso o trabalhador sofra qualquer tipo de pressão para efetuar operações irregulares com a finalidade de bater metas, ele deve denunciar imediatamente à entidade através do nosso canal oficial denúncia, com a garantia de sigilo absoluto", acrescentou o diretor.

Ativar vendas a qualquer custo - Cartões para pessoas físicas e coorporativos

Em desrespeito ao normativo e leis vigentes, a venda exacerbada de cartões está sendo feita tanto para Pessoas Físicas (PF) quanto para Pessoas Jurídicas (PJ) com os chamados cartões Coorporativos/Sócios PJ. Estão sendo empurrados para os clientes até mesmo seguro de crédito em operações garantidas como antecipação de FGTS, os chamados ‘Seguro Prestamista’.

“A ‘Farra dos cartões’ tomou um volume tão grande, que para se ter uma ideia, a empresa recebe 200 cartões e basta ativar um cartão para automaticamente todos emitidos pontuarem na meta. Este desrespeito traz prejuízos para os empregados, para os clientes, para o banco público e para o país. Esta não é a Caixa que queremos”, explicou o dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rafael de Castro.

Segundo o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, a Caixa é essencial como instrumento central pra gestão e pagamento de políticas públicas e de fomento à crédito para aqueles que tanto precisam, que são excluídos do sistema financeiro tradicional. “É inaceitável essa gestão do medo no banco público, que virou uma prática corriqueira no atual governo. É triste saber que milhões de brasileiras e brasileiros que precisam dos serviços da Caixa estão sendo alijados de atendimentos fundamentais, em troca da imposição da venda casada de produtos”, criticou Takemoto.
Fonte: Fenae, com edição de Seeb Catanduva

SINDICALIZE-SE

MAIS NOTÍCIAS