19/01/2021

No pico da pandemia de Covid-19, direção da Caixa Federal expõe trabalhadores a riscos



Em um momento em que a curva de contaminações e mortes em decorrência da covid-19 está aumentando ainda mais, a gestão da Caixa está obrigando os gerentes PJ a visitarem os clientes, tendo como meta o número de visitas. 

Representantes dos empregados vão se reunir com os superintendentes da Caixa para cobrar o fim destas visitas, entre outras questões. Os gerentes que forem obrigados a realizar visitas à empresas devem denunciar ao Sindicato. As denúncias serão levadas à gestão da Caixa, e as identidades dos empregados serão mantidas no mais absoluto sigilo. Veja canal de denúncias abaixo. 

Direção da Caixa convoca empregados para retorno ao trabalho

Além de obrigar gerentes PJs a fazerem visitas presenciais, cobrando metas para esta tarefa, a gestão da Caixa também está convocando empregados das áreas meio CIACV e CIGAD para voltarem ao trabalho presencial.

Todas as áreas em home office estão produzindo, algumas até mais do que quando estavam no regime de trabalho presencial. Qual a necessidade de, em pleno aumento dos casos de contaminações e mortes em decorrência da covid-19, sujeitar ao vírus estes empregados que não têm a menor necessidade de trabalhar presencialmente?

A única explicação para que a direção da Caixa exponha os empregados do banco a maiores riscos de contaminação em meio à uma pandemia é agradar o governo federal, que desde o início tem adotado uma postura negacionista e que não fornece políticas públicas eficazes contra a crise social, ou perspectiva de vacina para a Covid-19, que já matou mais de 200 mil e contaminou mais de 8 milhões de pessoas no país. 

Diante da decisão, que foi apenas comunicada verbalmente aos empregados, a Apcef/SP enviou ofício à direção da Caixa cobrando explicações e a suspensão da medida.

“Ressaltamos que, após julgamento do Superior Tribunal Federal (STF), a Covid-19 passou a ser considerada doença do trabalho. Os administradores da empresa podem ser responsabilizados caso empregados ou familiares sofram com os efeitos da Covid-19, conforme prevê a Lei 2.848/40”, ressalta trecho do ofício. 

Como sempre, as decisões da direção da Caixa que envolvem riscos aos bancários em face da pandemia, não são formalizadas. Já não é a primeira vez que a gestão do banco convoca empregados em home office para o retorno presencial. 

Quando isto ocorreu anteriormente, o Sindicato e a Apcef/SP conseguiram reverter estas convocações ao orientarem os empregados a cobrarem dos gestores uma formalização por escrito da ordem de retorno presencial. 

O diretor do Sindicato, Antônio Júlio Gonçalves Neto, reforça que o home office não é privilégio do trabalhador, mas sim uma medida fundamental para garantir o isolamento social, impedindo uma circulação ainda maior do vírus. "Com agravamento da pandemia, manter os empregados em regime de teletrabalho é questão de saúde coletiva. O mundo está vivendo uma segunda onda de infecção, e no Brasil mal saímos da primeira onda e já estamos vendo o número de casos, de mortes e de ocupação de leitos hospitalares aumentarem novamente para níveis tão altos quanto os que tivemos nos primeiros meses da pandemia. Realizar o teletrabalho neste momento é preservar vidas, não apenas dos trabalhadores e seus familiares, mas de todos!", ressalta o diretor.

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Fonte: Seeb SP, com edição de Seeb Catanduva

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