05/11/2020
Lucro do Itaú sobe 19,6% no terceiro trimestre de 2020 e supera os R$ 13 bi em nove meses
O banco Itaú obteve um Lucro Líquido Recorrente de R$ 13,148 bilhões, nos primeiros nove meses de 2020, redução de 37,6% em relação ao mesmo período de 2019 e alta de 19,6% no trimestre (o lucro do 3º trimestre foi de R$ 5,030 bilhões). Segundo análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos relatório apresentados pelo banco, a rentabilidade (retorno recorrente consolidado sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado – ROE) do Itaú ficou em 14,1%, queda de 9,5 pontos percentuais (no Brasil ficou em 14,4%, com queda de 10,3 p.p.).
“O ano de 2020 tem sido atípico por causa da pandemia de Covid-19. Muitas empresas registraram prejuízo e uma grande quantidade chegou a baixar as portas. Mas, não é o caso dos bancos”, observou o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, Jair Alves, ao destacar que o lucro do Itaú superou os R$ 13 bilhões nos nove primeiros meses do ano e chegou aos R$ 5 bilhões no terceiro trimestre. “Não há motivo para que o banco reclame. Ainda mais no atual contexto”, disse.
Jair disse, ainda, que 2020 também é atípico devido à queda nos lucros registrada pelos bancos. “Os bancos registram, ano após ano, recordes nos resultados de alta nos lucros. As quedas neste ano são comparadas aos astronômicos resultados que obtiveram em 2019. E mesmo assim, devido às enormes reservas de provisões para cobrir dívidas duvidosas (PDD), que cresceram 74,8%, mesmo com queda no índice de inadimplência, que está em apenas 2,6%”, ressaltou o dirigente.
Demissões
A receita que o banco obtém com prestação de serviços e tarifas bancárias totalizou R$ 29,1 bilhões. As despesas de pessoal, por sua vez, somaram R$ 17,9 bilhões. Isso quer dizer que, a apenas com o que arrecada com estas fontes secundárias, que representam um valor irrisório frente ao arrecadado com outras transações, o banco conseguir cobrir todas as despesas que teve com seus funcionários no período e ainda sobrou 63% do valor arrecadado.
Mesmo assim, o Itaú segue demitindo. Ao final do 3º trimestre de 2020, a holding contava com 84.272 empregados no país, 71 postos a menos do que que no trimestre encerrado em junho. “Precisamos analisar a movimentação de pessoal com atenção, uma vez que os trabalhadores da ZUP (1.448 empregados, empresa de tecnologia adquirida em outubro de 2019) foram incluídos no quadro de pessoal do banco. Veremos que as demissões são ainda maiores”, observou Jair.
Outro ponto que merece destaque é o fechamento de agências. Em doze meses, foram fechadas 203 unidades (sendo 28 no trimestre).
"Se os próprios dados divulgados pelo banco demonstram que os resultados tiveram sinais de melhoria, não há nenhum motivo para demissões, sobretudo para a quebra de um acordo firmado com os trabalhadores de não demissão durante a pandemia, a maior crise sanitária enfrentada pelo país nos últimos 100 anos. Pelo contrário, sobram motivos para a ampliação das contratações de bancários, que vivem sobrecarregados e adoecidos por conta das metas abusivas. Reivindicamos de um banco que lucra tanto da sociedade mais responsabilidade social, redução de juros e tarifas tão abusivas e melhor atendimento à população", acrescentou o secretário geral do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Júlio César Trigo.
Veja abaixo a tabela resumo do balanço, ou, se preferir, leia a íntegra da análise feita pelo Dieese.
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