20/08/2020
Mercantil do Brasil se mostra instrasigente e recusa contraproposta dos trabalhadores

Os representantes do Mercantil do Brasil se mostraram intransigentes em reunião de negociações realizada na quarta-feira (19), negaram as reivindicações dos trabalhadores e cogitaram, mais uma vez, na possibilidade de firmarem acordos individuais diretamente com os funcionários. A negociação foi mediada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPT/MG)
O coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Banco Mercantil do Brasil, Marco Aurélio Alves, criticou as ameaças dos representantes do banco. “Repudiamos qualquer tipo de coação para assinaturas de acordos individuais em relação à MP 936. Estamos dispostos a negociar coletivamente a favor dos mais de 100 bancários que se encontram afastados devido a uma questão de saúde pública e o banco têm a obrigação de apresentar uma contrapartida aos trabalhadores que, mesmo afastados, não realizam trabalho home office”, disse Marco Aurélio. “Com acordos individuais, os funcionários estarão sujeitos a pressões e ameaças e não conseguirão manter nem os direitos que lhes garantidos pela lei específica, que dirá avançar para outras de nossas reivindicações, como a garantia de recebimento de 100% do salário líquido e maior estabilidade de emprego”, completou.
Conforme acordado na última reunião, o movimento sindical apresentou por escrito uma contraproposta sobre o Acordo Coletivo de Trabalho para disciplinar os planos emergenciais, visando a proteção do emprego dos mais de 100 bancários do Mercantil do Brasil, que se encontram afastados de suas atividades e sem home office.
A proposta do movimento sindical visava trazer tranquilidade aos bancários afastados, como o abono de todas as horas extras negativas até 30 de junho deste ano, possibilidade de compensação das horas não trabalhadas até 31 de maio de 2021, deságio de 30% no total de horas devidas a partir do dia 1º de julho de 2020, que as horas trabalhadas aos sábados, domingos e feriados e as horas noturnas não sejam computadas no banco de horas e sim pagas como horas extras, validade do banco de horas até 31 de maio de 2021 e que, após essa data, seja feito o pagamento de todas as horas extras existentes de acordo com a CCT Fenaban e a redução de, no máximo, 25% do salário e que o banco complete a renda até o valor do salário líquido para não haver prejuízo para os bancários.
Maior impasse
O maior impasse ocorreu com a insistência do Mercantil, em querer reduzir em 50% dos salários dos trabalhadores que se encontram afastados e sem home office e a suspensão temporária do contrato de trabalho, o que já havia sido rechaçado pelo movimento sindical na última reunião sobre o tema.
Para Magaly Fagundes, presidenta da Fetrafi/MG, o movimento sindical mostrou que está disposto a negociar a favor dos interesses dos trabalhadores e que os representantes do Mercantil do Brasil precisam de mais sensibilidade para lidar com a situação difícil daqueles que estão afastados e sem home office. “É absurda a postura do banco em insistir na redução de 50% dos salários desses trabalhadores, mesmo diante a um cenário financeiro extremamente favorável à empresa, que apresentou um lucro de 74 milhões, no primeiro semestre desse ano”, destacou a presidenta da Federação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi/MG).
Quando a mediação aproximava-se da não resolução do conflito, o movimento sindical insistiu para o bom-senso e para que o banco apresentasse uma nova proposta, com garantias aos trabalhadores afastados e sem home office, além de levar em consideração as reivindicações levantadas pelos sindicatos.
Ficou acertado que o Mercantil deve encaminhar a nova proposta, por escrito, ao Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região e à Fetrafi/MG até esta quinta-feira (20), ficando agendada nova reunião de negociações, com mediação do MPT, para o dia 25/08, às 10 horas.
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