08/07/2020

Bancários do Mercantil realizam nesta quarta (8) Dia Nacional de Lutas contra demissões



Os funcionários do Banco Mercantil do Brasil realizam, nesta quarta-feira (8), o Dia Nacional de Lutas em repúdio às demissões e em solidariedade às dezenas de pais e mães de famílias que perderam seus empregos em meio à pandemia do coronavírus (Covid-19). A data será marcada por série de intervenções urbanas e mobilizações virtuais.

A atividade foi definida na semana passada, quando funcionários do banco definiram pauta de reivindicações e ações de repúdio às recentes dispensas. Em meio à pandemia, a instituição demitiu cerca de 60 funcionários por todo o Brasil. Segundo o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Mercantil do Brasil, Marco Aurélio Alves, o número de desligados pode ser ainda maior, já que a divulgação desses dados não é transparente.

Ele explica que as demissões ocorreram com a transformação de várias agências bancárias em Postos Avançados de Atendimento. “Esses postos têm uma estrutura mais enxuta e não possuem retaguarda operacional. O banco alega que nessa nova configuração de atendimento não haveria espaço para esses profissionais. Muitos trabalhadores demitidos tiveram ascensão das carreiras e, por conta dessa ascensão, foram dispensados, o que é uma grande contradição”, avalia.

A economista da subsecção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Vivian Machado, lembra que o Mercantil do Brasil registrou lucro líquido de R$ 121,4 milhões em 2019, alta de 127,3% na comparação com o ano anterior. Os bons resultados seguem tendência de crescimento em 2020. Nos primeiros três meses deste ano o banco registou lucro líquido de R$ 46,9 milhões, com crescimento de 67,3% em doze meses e de 14% em relação ao 4º trimestre do ano passado, quando o lucro foi de R$ 41,1 milhões.

“As demissões não se justificam. O banco está indo muito bem. Foi muito bem no ano passado registrando um resultado que mais do que dobrou. Ao contrário da maioria dos bancos privados o Mercantil cresceu mais de 60% no primeiro trimestre deste ano”, afirma Vivian.

"Mesmo registrando lucro, o banco está com uma política de demissões em massa que afeta diretamente não só os trabalhadores, mas também os aposentados, que compõem a maior parcela dos clientes do banco. Por todo o Brasil, dezenas de bancários, mães e pais de família, perderam seus empregos em decorrência da ganância e a obsessão da direção do banco por lucros cada vez maiores. O Sindicato repudia essa onda de demissões, se une a essa mobilização e exige respeito aos funcionários, que também vêm sofrendo com a sobrecarga de trabalho em suas unidades de trabalho", reitera o secretário geral do Sindicato, Júlio César Trigo.

Em 2020, o Mercantil do Brasil encerrou o 1º trimestre de 2020 com 2.870 empregados, fechando 65 postos de trabalho no período. Criou quatro pontos de atendimento totalizando 236 unidades em março de 2020. A base de clientes também cresceu para aproximadamente 2,4 milhões ativos. Ainda segundo Marco Aurélio, mesmo diante de índices expressivos as negociações com o banco para tratar das demissões não evoluíram.

Os bancários e a população podem reforçar a mobilização compartilhando nas redes sociais as hashtags:

#MercantilSemCompromissoComOEmprego
#MercantilSemCompromissoComOTrabalhador
#MercantilSemCompromissoComATrabalhadora
#MercantilSemCompromissoComOBrasil
#MercantilSemCopromissoComOCliente
#MercantilSemCompromissoComAVida
Fonte: Contraf-CUT

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