17/01/2019
Saiba quem é Pedro Guimarães, o novo presidente da Caixa Econômica Federal
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
“Uma raposa cuidando do galinheiro.” Essa conhecida expressão cabe como uma luva para a nomeação de Pedro Guimarães como presidente da Caixa. Privatista, por formação e experiência profissional, Guimarães confirmou logo na sua posse o fatiamento e privatização de áreas do banco público, começando pela abertura de capital das operações de Cartões, Loterias, Asset e Seguros.
> 158 anos da Caixa: o que os empregados têm a comemorar?
“Se a ideia desse novo governo é acabar definitivamente com o caráter 100% público da Caixa, escolheram o nome ideal para essa nefasta missão, que se não encontrar forte resistência dos empregados e da sociedade, será um duro golpe para os nossos direitos, empregos e também para o país”, enfatiza o coordenador da Comissão Executiva dos Eempregados da Caixa (CEE/Caixa), Dionísio Reis.
> Novos presidentes de bancos públicos têm cabeça de banqueiros privados
> Há mais recursos da Caixa no governo do que dívida do banco
Formação
Guimarães é bacharel em Economia pela PUC-RJ e mestre pela Fundação Getúlio Vargas (RJ). Duas instituições reconhecidas como polos de formulação do pensamento econômico ortodoxo, associado ao liberalismo, se contrapondo a duas outras faculdades de economia, a UFRJ e a Unicamp, mais voltadas ao pensamento desenvolvimentista. Além disso, em seu doutorado, na Universidade de Rochester (em Nova York), Guimarães teve como objeto de estudo os processos de privatização no Brasil.
Experiência profissional
O novo presidente da Caixa trabalhou como analista no Santander e no BTG Pactual, banco de investimentos fundado pelo atual ministro da Economia, Paulo Guedes, e participou dos processos de privatização de bancos públicos como o Banespa, Banerj e Banestado.
Também foi membro do conselho de administração da Terra Brasis Resseguros. Empresa que atua na mesma área de uma das frentes da Caixa que ele pretende abrir ao mercado de capitais, a de seguros.
Seu último cargo no âmbito privado foi no comando do banco de investimentos Brasil Plural, instituição com forte presença na área de petróleo, bem como no setor imobiliário, área na qual Guimarães tem relações familiares – é genro de Léo Pinheiro, ex-executivo da empreiteira OAS, preso no âmbito da operação Lava Jato e delator do "caso triplex".
Conflito de interesses
Dados do Banco Central apontam que o Brasil Plural tem operado no vermelho desde 2017, quando teve prejuízo de R$ 23 milhões. Em 2018, o dado parcial, foi de lucro negativo de mais de R$ 10 milhões.
O doleiro Lúcio Funaro menciona o Brasil Plural como parte de um suposto esquema envolvendo a J&F, de Joesley e Wesley Batista, que teria trazido prejuízos financeiros ao Funcef, fundo de pensão dos empregados da Caixa, que era acionista da Eldorado Celulose, da J&F. O caso é investigado na operação Greenfield.
O Brasil Plural nega irregularidades e afirma que colabora com as investigações. Já empregados da Caixa identificam no caso uma situação de conflito de interesses na nomeação de Guimarães para a presidência do banco.
Para Carlos Alberto Moretto, diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, a nomeação de Pedro Guimarães deixa clara a real intenção do novo governo em privatizar grande parte das empresas públicas, sobretudo os bancos públicos, patrimônio do povo brasileiro. Frente a isso, o diretor alerta que mais uma vez os empregados da Caixa devem estar unidos e mobilizados para defender uma instituição tão importante para o desenvolvimento do país.
"O Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, diante das diversas ameaças de sucateamento e privatização da Caixa, tem intensificado as ações em defesa da instituição. Neste momento, é fundamental que os bancários e toda a sociedade também estejam atentos e mobilizados para defender o papel social que o banco exerce. Defender a Caixa 100% pública é também defender os empregos, direitos e condições de trabalho dos empregados do banco público", ressalta Moretto.
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“Se a ideia desse novo governo é acabar definitivamente com o caráter 100% público da Caixa, escolheram o nome ideal para essa nefasta missão, que se não encontrar forte resistência dos empregados e da sociedade, será um duro golpe para os nossos direitos, empregos e também para o país”, enfatiza o coordenador da Comissão Executiva dos Eempregados da Caixa (CEE/Caixa), Dionísio Reis.
> Novos presidentes de bancos públicos têm cabeça de banqueiros privados
> Há mais recursos da Caixa no governo do que dívida do banco
Formação
Guimarães é bacharel em Economia pela PUC-RJ e mestre pela Fundação Getúlio Vargas (RJ). Duas instituições reconhecidas como polos de formulação do pensamento econômico ortodoxo, associado ao liberalismo, se contrapondo a duas outras faculdades de economia, a UFRJ e a Unicamp, mais voltadas ao pensamento desenvolvimentista. Além disso, em seu doutorado, na Universidade de Rochester (em Nova York), Guimarães teve como objeto de estudo os processos de privatização no Brasil.
Experiência profissional
O novo presidente da Caixa trabalhou como analista no Santander e no BTG Pactual, banco de investimentos fundado pelo atual ministro da Economia, Paulo Guedes, e participou dos processos de privatização de bancos públicos como o Banespa, Banerj e Banestado.
Também foi membro do conselho de administração da Terra Brasis Resseguros. Empresa que atua na mesma área de uma das frentes da Caixa que ele pretende abrir ao mercado de capitais, a de seguros.
Seu último cargo no âmbito privado foi no comando do banco de investimentos Brasil Plural, instituição com forte presença na área de petróleo, bem como no setor imobiliário, área na qual Guimarães tem relações familiares – é genro de Léo Pinheiro, ex-executivo da empreiteira OAS, preso no âmbito da operação Lava Jato e delator do "caso triplex".
Conflito de interesses
Dados do Banco Central apontam que o Brasil Plural tem operado no vermelho desde 2017, quando teve prejuízo de R$ 23 milhões. Em 2018, o dado parcial, foi de lucro negativo de mais de R$ 10 milhões.
O doleiro Lúcio Funaro menciona o Brasil Plural como parte de um suposto esquema envolvendo a J&F, de Joesley e Wesley Batista, que teria trazido prejuízos financeiros ao Funcef, fundo de pensão dos empregados da Caixa, que era acionista da Eldorado Celulose, da J&F. O caso é investigado na operação Greenfield.
O Brasil Plural nega irregularidades e afirma que colabora com as investigações. Já empregados da Caixa identificam no caso uma situação de conflito de interesses na nomeação de Guimarães para a presidência do banco.
Para Carlos Alberto Moretto, diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, a nomeação de Pedro Guimarães deixa clara a real intenção do novo governo em privatizar grande parte das empresas públicas, sobretudo os bancos públicos, patrimônio do povo brasileiro. Frente a isso, o diretor alerta que mais uma vez os empregados da Caixa devem estar unidos e mobilizados para defender uma instituição tão importante para o desenvolvimento do país.
"O Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, diante das diversas ameaças de sucateamento e privatização da Caixa, tem intensificado as ações em defesa da instituição. Neste momento, é fundamental que os bancários e toda a sociedade também estejam atentos e mobilizados para defender o papel social que o banco exerce. Defender a Caixa 100% pública é também defender os empregos, direitos e condições de trabalho dos empregados do banco público", ressalta Moretto.
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