29/10/2018
Ato no edifício Matriz alerta para riscos de privatização e enfraquecimento da Caixa
Um ato em defesa da Caixa 100% pública, forte, social e a serviço dos brasileiros foi realizado na última quarta-feira (24), em frente ao edifício Matriz I, no Setor Bancário Sul, em Brasília (DF). Uma das mensagens que ilustraram a mobilização foi a da campanha “Não tem sentido”, contra a privatização do banco público. A Campanha é de autoria da Fenae e tem o apoio do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região.
O ato alertou os trabalhadores para os riscos de enfraquecimento do banco neste momento de ameaças privatistas. Também houve panfletagem em outros prédios da Caixa na capital federal.
Conheça a campanha “Não tem sentido”.
Sindicalistas, representantes de entidades sociais, diretores da Fenae e deputados da base dos trabalhadores bancários recém-eleitos, como a federal Érika Kokay e o distrital Chico Vigilante, falaram sobre o papel fundamental da Caixa na vida de milhões de brasileiros. Todos ressaltaram a importância do banco em áreas como habitação, saneamento básico, educação, cultura, esporte, agricultura, gestão do FGTS e loterias.
“O futuro dos bancos públicos, em especial a Caixa, está em jogo. Nos preocupa o que já está ocorrendo com o Conselho de Administração, com as nomeações de vice-diretores que já estão sendo requisitadas por um candidato. É hora de defender a Caixa que tanto contribui com o desenvolvimento do país”, afirmou o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira. Entre os vários problemas, ele citou que, nos últimos anos, milhares de empregados deixaram a empresa por meio de planos de demissão e de aposentadoria.
Fabiana Matheus, diretora de Saúde e Previdência da Fenae, alertou que trabalhadores, clientes da Caixa e sociedade em geral estão diante de uma situação decisiva para o futuro do Brasil. “Nossa missão é garantir a democracia, os direitos humanos e a soberania. Não podemos deixar que os defensores do capitalismo tomem conta de nossa empresa, dos nossos empregados, dos terceirizados e do desenvolvimento do país”, enfatizou Fabiana.
“Este ato é de esperança. Os empregados estão com suas funções ameaçadas diante da desarticulação que vem sendo promovida na Caixa. Neste momento, precisamos que nosso pessoal tenha a clareza e que possamos constituir a repactuação do banco com a defesa do desenvolvimento do país”, disse Daniel Gaio, representante da CUT e ex-diretor da Fenae.
A deputada Erika Kokay lembrou que a Caixa atende os mais carentes nos diversos recantos do Brasil, algo que nenhum outro banco faz. “Os nossos bancos estão sendo precificados, há um conluio desse governo atual com um candidato, querendo coloca-la à venda. O Ministério do Planejamento já está trabalhando a mando de Paulo Guedes para aprofundar a crueldade com o patrimônio público e com o povo brasileiro”, apontou.
Chico Vigilante recordou o quase desmantelamento da Caixa e a desvalorização dos empregados, ocorridos na década de 1990. “Hoje temos mecanismos de direita muito piores do que os que ocorreram no governo Collor e no governo do PSDB. As pessoas não têm a noção exata do que pode ocorrer na política, o desemprego que pode abater esse país, com a perseguição de pessoas e a destruição do capital nacional”, frisou.
Para o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Antônio Júlio Gonçalves Neto, não tem sentido encerrar o ciclo de banco 100% público da Caixa, que possibilita a promoção de políticas inovadoras, criar novos mercados e aprofundar sua função social. Por isso a defesa da entidade neste momento de graves ameaças ao patrimônio público é tão importante.
"A instituição é fundamental no sentido de manter estruturas que sustentam programas como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Financiamento Estudantil (Fies), entre outros. Não tem sentido privatizar uma instituição tão fundamental para o desenvolvimento do país, ameaçando a soberania nacional. Além disso, a Caixa também exerce o papel de proporcionar empréstimos a longo prazo, com juros mais baixos para a sociedade, em contrapartida às regras do sistema financeiro privado, beneficiando a população com menor poder aquisitivo", destacou.
Para participar da campanha, é preciso entrar no site www.naotemsentido.com.br e enviar um vídeo de até 15 segundos com uma mensagem dizendo por qual motivo a Caixa não pode ser privatizada. Compartilhe o seu recado com o Brasil e ajude a defender a Caixa.
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