COE conclui reivindicações e destaca defesa do emprego e valorização dos trabalhadores
No último dia do Encontro Nacional dos Funcionários dos Bancos Privados, realizado para encaminhar as estratégias da Campanha Nacional 2017, a COE do Mercantil do Brasil concluiu sua minuta de reivindicações a ser apresentada ao banco, com destaque para a defesa da garantia de empregos, valorização dos funcionários e contestação do processo de reestruturação que tem ocasionado demissões em massa.
A reunião aconteceu, na manhã de quinta-feira (8), no Hotel Marabá, em São Paulo, e contou com a participação de funcionários e dirigentes de vários estados.
O coordenador do grupo, Marco Aurélio Alves, dirigente no Sindicato dos Bancários de BH e Região e coordenador nacional da COE Mercantil do Brasil, informa que atualmente o banco conta com 194 agências e 2.600 empregados em todo o Brasil. “O processo de reestruturação tem atingido vários cargos, principalmente os ligados à retaguarda operacional das agências, como os gerentes administrativos, supervisores e também os TIs (Tecnologia da Informação)”, informa.
De acordo com a minuta, os dirigentes exigem que a empresa crie mecanismos de realocação dos funcionários atingidos pelo processo de transformação das agências em PAs. Marco Aurélio antecipa que os sindicatos entrarão com ações na justiça questionando o processo de demissões sumárias, ocorridas por conta do processo de reestruturação.
“Um dos maiores desafios é de fato lutar pela manutenção do emprego.”, disse Marlene Miranda, dirigente sindical e secretária estadual da Mulher da CUT-RJ. O fundamental no encontro, segundo Marlene, foi a oportunidade de reunir o grupo para pensar em estratégias de manutenção dos empregos e das agências. “Infelizmente é um problema que ocorre em vários bancos, inclusive no Mercantil”, avalia.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários
O fim da discriminação na ascensão profissional também foi tema de destaque no encontro. “Temos o caso de uma funcionária que há 26 anos atua como escriturária. São mais de duas décadas sem promoção”, conta Maria Cristina, dirigente do Sindicato de Bragança Paulista. Pare ela, os sindicatos precisam agir contra injustiças como esta. “Lutar contra essa discriminação é fundamental. É inadmissível que o trabalhador não tenha possibilidade de ascensão na carreira por falta de seriedade no plano de cargos, carreiras e salários”, contesta.
PLR
O tema, amplamente debatido no Encontro. Para Andrea Queiroz Bicalho, dirigente no Sindicato do Espírito Santo, o banco tem a obrigação de implementar um programa próprio de lucros e resultados que contemple todos os cargos e não apenas a área comercial, como vem ocorrendo atualmente. “Nossa luta é para que o banco valorize o esforço e dedicação de todos os funcionários, independente do cargo”, ressalta Sergio Cunha, dirigente no Sindicato dos Bancários de Patos de Minas (MG).
Planos de Saúde
Com a quebra da Unimed Paulistana, O Mercantil do Brasil, de forma unilateral, alterou o convênio para Saúde Bradesco, que não tem contemplado os funcionários e seus dependentes de forma satisfatória, principalmente no interior de São Paulo. Segundo Devair Francisco, dirigente no Sindicato de São José do Rio Preto (SP) o atendimento piorou de forma considerável. “Seguindo orientações da COE BMB, todos os sindicatos deverão protocolar correspondência junto ao banco Mercantil denunciando a falta de atendimento e exigindo a reparação imediata dos problemas apresentados. Em seguida acionaremos judicialmente o Mercantil do Brasil para coibir essa prática desumana contra seus trabalhadores”.
Vacinação
A COE também definiu que continuará pleiteando a extensão do Programa de Vacinação contra o vírus H1N1/Influenza para todos os dependentes legais dos funcionários. “A extensão desse benefício irá, certamente, trazer maior tranquilidade e valorização para os funcionários do banco”, disse Carla Coelho, dirigente sindical em Ipatinga (MG).
Segurança
Dentre os vários temas sobre a questão da segurança, a COE irá intensificar a exigência para que o Mercantil do Brasil emita a CAT nos casos de assaltos ou violência contra seus funcionários. “O stress pós-traumático é grave e deve ser observado de forma séria e efetiva pela direção do banco”, disse Edilson Cerqueira, dirigente da FETRAF-RJ/ES.
Sobre as agências que se tornaram PAs, os sindicatos informaram ter conquistado a manutenção das portas-giratórias e a presença de, no mínimo, um vigilante armado em cada posto. Vanderci Antonio da Silva, dirigente do Sindicato de BH e região, informa que o banco havia retirado esses itens de segurança em três PAs em Minas Gerais, mas por conta da pressão e mobilização do Sindicato, recuou nesse quesito. “O Banco se viu obrigado a rever seu posicionamento e manter os itens de segurança, garantindo, desta forma, a segurança de clientes e funcionários”, conclui.
Estratégia de luta
Para Marco Aurélio o Encontro foi de suma importância, permitindo que os sindicatos tracem estratégias de lutas e mobilização no intuito de garantir a valorização e melhoria na qualidade de vida dos trabalhadores do banco.
A minuta de reivindicações será encaminhada à direção do Mercantil do Brasil neste mês. O grupo também elaborou um plano de lutas para a Campanha Nacional dos Bancários 2017, que será apresentado à Contraf-CUT.
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