07/10/2021
Mesmo com lucro de R$ 99,5 bi, bancos fecham mais de 11 mil postos de trabalho
*Por Ivone Silva
Após quatro anos da Reforma Trabalhista, a promessa de novos empregos não se concretizou. Ao contrário, piorou a situação dos trabalhadores, com o aumento do desemprego e da informalidade. Os números do IBGE mostram que temos 14 milhões de trabalhadores desocupados e quase 32 milhões de trabalhadores subutilizados, ou seja, pessoas em ocupações precarizadas, que não completam uma jornada de trabalho suficiente.
Sabemos que o desmonte trabalhista teve um claro objetivo de fragilizar a capacidade de negociação com sindicatos. A regulamentação permissiva da terceirização, o avanço dos contratos atípicos e a admissão de relações de emprego disfarçadas aprofundaram a desestruturação de um mercado de trabalho pouco estruturado e essa tendência também intensificou a fragmentação das bases sindicais. O resultado é o trabalhador sem direitos, avanços e conquistas.
Além disso, há o agravante da queda da renda. Em um período de escassez, com a inflação superando dois dígitos, INPC em 12 meses está em 10,42%, a criação de postos de trabalho com baixas remunerações é devastadora para as famílias, especialmente, as mais pobres. Comparando o salário médio real de admissão de agosto de 2021 com o do mesmo período de 2020 houve uma redução real de R$ 113,39 ou 6%. Mais que criar vagas, é fundamental ampliar o poder de compra da classe trabalhadora.
E o que faz o setor mais rentável do país? O setor bancário permanece demitindo mesmo durante a maior crise sanitária vivida na história, enquanto os lucros seguem em alta. No último ano, julho/2020 a junho/2021, o lucro dos cinco maiores bancos do país somou 99,5 bilhões, com alta de 11,7% em relação a igual período anterior.
Em relação ao emprego bancário, desde o início da pandemia, foram eliminadas quase 11 mil vagas no setor, de acordo com dados do Caged, entre março/20 até agosto/21. E os números só não são piores porque a criação de vagas nos últimos cinco meses (+ 4.150 postos) foi resultado, sobretudo, da decisão judicial favorável a contratação de trabalhadores aprovados no concurso de 2014 da Caixa e ampliação de postos de trabalho em ocupações fora das agências bancárias.
Os banqueiros seguem com lucros altos e tiveram uma generosa economia nas despesas administrativas, consequência do home office. Os cinco maiores bancos do país economizaram no mínimo R$ 766 milhões com despesas administrativas (como água, luz, gás, vigilância, transporte, viagens, conservação de bens, etc), na comparação das despesas administrativas entre 2019 e 2020.
É fundamental que os trabalhadores participem das ações do Sindicato e se associem para fortalecer nossas atividades. As negociações coletivas exercem um papel fundamental diante deste desmonte trabalhista. Na categoria bancária, o piso salarial foi reajustado na data-base 1º de setembro em 10,97%, com ganho real de 0,5%, e acumula ganho real de 43,56% nos últimos 17 anos. O salário médio de admissão de um trabalhador da categoria bancária é três vezes maior que o salário médio do trabalhador brasileiro, resultado desta política de negociação que valoriza o piso salarial.
Diante desse cenário, nossa luta seguirá contra demissões, por remunerações valorizadas e pelo trabalho digno que respeite a saúde e segurança dos trabalhadores.
Sabemos que o desmonte trabalhista teve um claro objetivo de fragilizar a capacidade de negociação com sindicatos. A regulamentação permissiva da terceirização, o avanço dos contratos atípicos e a admissão de relações de emprego disfarçadas aprofundaram a desestruturação de um mercado de trabalho pouco estruturado e essa tendência também intensificou a fragmentação das bases sindicais. O resultado é o trabalhador sem direitos, avanços e conquistas.
Além disso, há o agravante da queda da renda. Em um período de escassez, com a inflação superando dois dígitos, INPC em 12 meses está em 10,42%, a criação de postos de trabalho com baixas remunerações é devastadora para as famílias, especialmente, as mais pobres. Comparando o salário médio real de admissão de agosto de 2021 com o do mesmo período de 2020 houve uma redução real de R$ 113,39 ou 6%. Mais que criar vagas, é fundamental ampliar o poder de compra da classe trabalhadora.
E o que faz o setor mais rentável do país? O setor bancário permanece demitindo mesmo durante a maior crise sanitária vivida na história, enquanto os lucros seguem em alta. No último ano, julho/2020 a junho/2021, o lucro dos cinco maiores bancos do país somou 99,5 bilhões, com alta de 11,7% em relação a igual período anterior.
Em relação ao emprego bancário, desde o início da pandemia, foram eliminadas quase 11 mil vagas no setor, de acordo com dados do Caged, entre março/20 até agosto/21. E os números só não são piores porque a criação de vagas nos últimos cinco meses (+ 4.150 postos) foi resultado, sobretudo, da decisão judicial favorável a contratação de trabalhadores aprovados no concurso de 2014 da Caixa e ampliação de postos de trabalho em ocupações fora das agências bancárias.
Os banqueiros seguem com lucros altos e tiveram uma generosa economia nas despesas administrativas, consequência do home office. Os cinco maiores bancos do país economizaram no mínimo R$ 766 milhões com despesas administrativas (como água, luz, gás, vigilância, transporte, viagens, conservação de bens, etc), na comparação das despesas administrativas entre 2019 e 2020.
É fundamental que os trabalhadores participem das ações do Sindicato e se associem para fortalecer nossas atividades. As negociações coletivas exercem um papel fundamental diante deste desmonte trabalhista. Na categoria bancária, o piso salarial foi reajustado na data-base 1º de setembro em 10,97%, com ganho real de 0,5%, e acumula ganho real de 43,56% nos últimos 17 anos. O salário médio de admissão de um trabalhador da categoria bancária é três vezes maior que o salário médio do trabalhador brasileiro, resultado desta política de negociação que valoriza o piso salarial.
Diante desse cenário, nossa luta seguirá contra demissões, por remunerações valorizadas e pelo trabalho digno que respeite a saúde e segurança dos trabalhadores.
*Ivone Silva é coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo
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