09/02/2021

Governo quer destruir o BB, Caixa e BNDES e acabar com financiamento à economia



 
Por João Fukunaga e José Ricardo Sasseron

O atual governo, atendendo aos apelos do mercado financeiro, leva adiante seu plano de esvaziar os bancos públicos, vender suas subsidiárias e preparar a sua privatização. Ataca diariamente as instituições e seus funcionários, demitindo e desmotivando aqueles que dedicam toda a sua vida de trabalho para atender à população e fornecer crédito para a produção e geração de emprego e renda. O Governo age como verdadeiro inimigo de quem produz alimentos, produtos e serviços.

Os bancos públicos são eficientes, geram lucro e pagam dividendos ao governo, seu maior acionista. No ano de 2019, os três maiores bancos públicos (BB, Caixa e BNDES) lucraram R$ 57 bilhões e pagaram, ao governo, R$ 18,2 bilhões em dividendos. Dinheiro suficiente para cobrir o valor gasto com o programa Bolsa Família para 8,3 milhões de famílias, abrangendo cerca de 25 milhões de pessoas.

O Banco do Brasil é responsável por quase 60% de todo o crédito agrícola. Financia os pequenos agricultores da agricultura familiar, responsável pela produção de 70% de todos os alimentos consumidos pelos brasileiros. Financia também o agronegócio, responsável por 43% das exportações brasileiras em 2019. O Brasil se tornou um dos dois maiores produtores de alimentos do mundo, graças ao apoio que o BB dá a este segmento desde a sua fundação.

Caixa e BB respondem por quase 80% de todo o crédito imobiliário às famílias brasileiras, para realizarem o sonho da casa própria. Juntos, os dois bancos públicos concedem quase 100% de todo o financiamento imobiliário nas regiões Norte, Nordeste, Sul e Centro-Oeste. Os bancos privados concentram-se no Sudeste, principalmente em São Paulo. Sem BB e Caixa, haveria uma explosão de favelas nas grandes cidades brasileiras.

BNDES, BB e Caixa emprestam a longo prazo e foram os grandes responsáveis por financiar obras de infraestrutura, como hidrelétricas, geração de energia eólica, metrôs, corredores de ônibus, aeroportos, portos, modernização de estradas. Sem estes bancos, apagões como o de 2001 e o do Amapá em 2020 seriam uma constante. Os bancos privados emprestam a juros altíssimos e no curto prazo, em busca de lucro imediato.

Os bancos públicos são responsáveis por mais de 80% de todo o crédito concedido nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul. Os bancos privados concentram suas atividades principalmente em São Paulo, aprofundando desigualdades regionais.

Governo ataca funcionários para destruir os bancos

O último ataque perpetrado pelo governo, pela mídia dominante e por jornalistas de aluguel é contra os funcionários, espalhando informações falsas e deturpadas. O salário inicial do BB e da Caixa, na faixa dos R$ 3.000, é equivalente ao salário pago aos bancários de bancos privados. O salário médio nos bancos públicos é 20% maior que o de bancos privados. Se os bancários de bancos privados ganham menos é devido principalmente à alta rotatividade de mão-de-obra, pois os banqueiros demitem quem ganha mais para contratar outros com salários mais baixos.

Os bancários dos bancos públicos seguem o padrão de remuneração do mercado, mas BB e Caixa prestam serviços muito mais relevantes à população brasileira que seus concorrentes.

Destruir bancos públicos compromete futuro do Brasil

Se acabar com os bancos públicos, o Estado perderá um instrumento poderoso de incentivo à economia. Para vencer a crise mundial de 2008, o Governo de então orientou o BB, a Caixa e o BNDES a financiar a retomada da produção e a economia brasileira entrou numa fase de crescimento que levou ao mais baixo índice de desemprego de toda a História brasileira. Os bancos privados, ao contrário, secaram suas operações de crédito, aprofundando a crise.

Ao tentar destruir os bancos públicos, o atual governo pode comprometer a capacidade de recuperação da economia pós-pandemia, dificultar a geração de empregos e, por consequência, condenar milhões de brasileiros à miséria.
 
¹João Fukunaga é Coordenador da Comissão Executiva dos Funcionários do BB
²José Ricardo Sasseron é ex-diretor de Seguridade da Previ 


Fonte: Seeb SP

 

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